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A Crítica em Charge

Por:   •  20/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.036 Palavras (5 Páginas)  •  132 Visualizações

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Na charge acima, elaborada por Renato Peters, temos retratado uma cena bem peculiar ao futebol brasileiro. O jogador caído no chão alega ter sofrido uma falta, e por conseguinte está sentindo muita dor. Mas sem que ele notasse o juiz já tinha marcado a infração, alertando-o no segundo quadro quanto a isso. E no terceiro quadro o jogador se levanta dizendo, “melhorei”, o que acaba a dar por entender, que toda a dor sentida por ele, era apenas uma encenação a fim de obter “malandramente” a marcação da falta. O costume de fingir já está, mesmo que inconscientemente, impregnado na cultura futebolística brasileira. Esse fato não é exclusivo do futebol brasileiro, mas sim, de toda uma população que tem por cultura adotar diversas práticas afim de se sobressair, ou abster-se de algo, adotando assim vários hábitos.

Costuma-se apontar a corrupção como uma das maiores mazelas da sociedade brasileira. Geralmente, quando questionada acerca desse assunto, a opinião pública tem como alvo favorito de críticas a classe política. No entanto, apesar dessas recorrentes críticas, diariamente as pessoas costumam ter como práticas, diversas ações que não condizem com o costume ético, muitas das vezes até ferindo a constituição. Estamos nos referindo aos artifícios que culturalmente foram renomeados como jeitinho brasileiro, malandragem, jogo de cintura, já incorporados dentro de uma sociedade, e que atinge todas as esferas da coletividade brasileira.

No estudo, No Fio da Navalha – Malandragem na Literatura e no Samba, de Giovana Dealtry, professora e pesquisadora da PUC-RJ, ela afirma que “a própria sociedade que condena o malandro oferece brechas para que ele possa agir. O Estado está repleto de representantes de uma suposta ordem que recorrem ao poder para atingir finalidades pessoais”.

Segundo a psicóloga Jane Vechi, coordenadora do Centro de Pós-Graduação e Extensão Opet e especialista em Psicologia das Organizações, o malandro, o jeitinho e o esquema são resultados da formação educacional, da realidade cultural e social e da carga genética herdada. “São pessoas que pregam moralismo, mas não são coerentes nos tratamentos interpessoais, nos relacionamentos. Não apresentam um comportamento compatível com o discurso”, afirma.

Claro que a desonestidade não é uma exclusividade nacional. Mas é interessante ressaltar a peculiaridade brasileira na admissão dessas ações. Introduzida de maneiras diversas pela mídia, como por exemplo a figura do malandro que é abordada durante décadas em várias novelas populares brasileiras, o que é muito das vezes tratado pela mídia como algo cultural brasileiro o qual deve ser exaltado, e até mesmo preservado, pois faz parte de um imaginário popular, e que é simpático ao povo.

O filósofo Friedrich Nietzsche se propõe a realizar uma crítica dos valores morais. No entender de Nietzsche, os juízos de valor, antes concebidos como absolutos, teriam sido, na verdade, criados numa determinada época e a partir de uma cultura específica. E coloca as seguintes questões: de que forma esses paradigmas morais teriam sido gerados? Por quais povos e em que época? Em que condições se desenvolveram e se modificaram?

Não temos respostas específicas, ou estudos que nos indique precisamente em que momento da história houve o nascimento, e desenvolvimento dessas práticas, mas temos numerosos exemplos de tais, e é inegável a sua presença no meio popular, e o cultivo de tal por múltiplas mídias, aderindo a essa cultura, afim de estabelecer uma identidade nacional a ela. Para definirmos a origem desse costume, é necessário o estudo de diversas fontes históricas, que irão retratar as origens e acentuações dessas práticas, de modo a refletir com a sociedade da época, nos mostrando então, os motivos de sua origem e disseminação.

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               Na charge acima, Chico Caruso, cartunista e chargista do jornal O Globo, expõe um cartum trazendo a nós uma alusão a constante e crescente violência no Rio de Janeiro. Em específico na foto, podemos notar a passagem de uma “bala perdida” por cima do Cristo Redentor, e ao lado da sua cabeça, respingo de suor, dando a entender o susto que tomou, devido a passagem do projétil perto de si.

Segundo o site G1, um estudo da ONU mostra que o Brasil é o terceiro país na América Latina com maior número de morte por esse tipo de ocorrência, atrás apenas da Venezuela e da Colômbia. No Rio de Janeiro, de 2008 até 2013, a Secretaria de Segurança Pública contabilizou 62 mortes, sendo que, dessas mortes, a maior parte delas decorrem das comunidades do Rio de Janeiro, onde há intensamente troca de tiros entre policiais e traficantes locais.

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