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A HISTORIA

Por:   •  6/6/2015  •  Artigo  •  1.300 Palavras (6 Páginas)  •  131 Visualizações

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A relação cultural da Companhia de Jesus

com os índios no Brasil colonial

Santo Inácio de Loiola fundou a Companhia de Jesus em 1539, um dos fatos mais importantes do século XVI. A sua criação também foi uma resposta à Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero em 1517. O fundador da Companhia era comandante militar e decidiu criar um exército à serviço da glória de Deus. A vida religiosa na Idade Média era, principalmente, dentro dos mosteiro e Inácio de Loiola a levou de encontro ao mundo, com a missão de levar a fé católica e a cruz de Cristo aos territórios que tinham sido descobertos pelos europeus, a América, por exemplo, tinha a vantagem de estar longe da disputa doutrinária e de almas que havia com os protestantes. A Companhia de Jesus permaneceu no Brasil de 1549, quando desembarcou na Baía comandada pelo padre Manuel da Nóbrega, até 1759, quando foi definitivamente expulsa pelo Marquês de Pombal. Nesse período travou relacionamento, principalmente, com os índios, seus alvos da sua missão principal, catequizar os povos, levando a eles o verdadeiro credo.

A ordem religiosa-militar criada pelo Santo Inácio de Loiola, além de ser submetida à Igreja Católica, era intimamente ligada ao império português, que dela se servia como auxílio para se apossar e colonizar os novos territórios, havia uma simbiose entre as duas instituições, sendo que a Companhia de Jesus era a mais popular das instituições da nova colônia. Inicialmente a Companhia de Jesus fundou diversos colégios, começando pela capital, Salvador, depois expandidos para o extenso litoral brasileiro e também para o interior. Um dos colégios, o de São Paulo de Piratininga, se tornaria o mais famoso deles.

Inicialmente, os padres da Companhia de Jesus, além de aprenderem as línguas locais, como faziam em todos os territórios onde passavam a residir, tentaram catequizar os índios adultos, mas logo notaram que a empreitada seria mais eficaz com as crianças, pois essas cresceriam com os ensinamentos enraizados e ainda as transmitiriam para seus pais, mais resistentes à abandonar suas práticas pagãs aos olhos portugueses, como a nudez e o canibalismo, e assimilar um novo rito. Mas como transmitir-lhes conhecimentos abstratos como os dogmas da Igreja Católica? Eles tinham suas crenças, as quais os jesuítas desejavam substituir pela santa fé católica. Vendo que a comunicação verbal com os índios era difícil, os jesuítas investiram na música, na dança e em representações teatrais das passagens do evangelho para transmitirem seus conhecimentos religiosos. Nos colégios os padres ensinavam os índios a ler, contar, escrever, soletrar e rezar em latim. Obviamente, os índios não estavam dispostos a aprender conhecimentos e métodos tão distantes do seu mundo natural, preferindo, por outro lado, os serviços manuais, e assim, sofriam nos colégios, embora gostassem dos cantos e das representações teatrais. Posteriormente, como se convenceram de que esses meios não eram suficientes, lançaram mãos da força. Inicialmente os jesuítas também não tinham intenção de desenvolver entre os nativos atividades técnicas ou artísticas, apenas intelectuais, mas compreendendo a resistência destes às letras, improvisaram-se em artífices.

Portugueses que viviam há muitos anos em terras brasileiras facilitaram a comunicação dos jesuítas com os índios, pois já dominavam a língua tupi, a mais falada na costa do Brasil. Entre eles estava Pero Correia, que entrou para a Companhia e conhecia a profundamente a língua e os índios, da Europa ele solicitava livros para sua inspiração na pregação. O padre João de Aspilcueta Navarro, jesuíta vindo de Portugal, teve maior habilidade em aprender a língua local que os demais padres. Ele traduziu para a língua tupi obras religiosas, trechos dos Evangelhos, sermões, o Padre-nosso e outras orações. Porém portugueses que já eram homens feitos quando vieram para o Brasil tiveram mais dificuldade em aprender novas línguas, como os padres Manuel de Paiva e João Fernandes Gato. O padre Antônio Vieira chegou menino ao Brasil e aprendeu a língua, mas tinha dificuldade com as gírias regionais, principalmente amazônicas. Os jesuítas, ao notarem empecilhos como esse, procuraram organizar a língua, deixando-a uniformizada e ordenada. O primeiro esboço desse empreendimento foi concluído em seis meses por José de Anchieta, posteriormente foi aperfeiçoada por outros, culminando na obra Arte de Gramática, impressa em Coimbra em 1595, primeira gramática publicada na língua tupi-guarani, também chamada de Língua Geral. Esta obra deu maior renome à José de Anchieta. Embora ela não reflita a língua dos nativos, são as melhores fontes existentes no Brasil sobre essa época, pois foram escritas entre os índios. Posteriormente, foi lançado também o Dicionário da Língua Brasílica, provavelmente pelo padre Leonardo do Vale.

Com seus ensinamentos, os jesuítas ignoraram

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