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A HISTORIA PARTEIRAS, MEEIROS, OBREIROS, AGRICULTORES, PESCADORES E CAÇADORES

Por:   •  18/6/2021  •  Artigo  •  7.960 Palavras (32 Páginas)  •  86 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ[pic 1]

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO

Programa de Pós-Graduação em História

PARTEIRAS, MEEIROS, OBREIROS, AGRICULTORES, PESCADORES E CAÇADORES:

As Relações das trabalhadoras e trabalhadores nordestinos, doenças, opressões no Período Militar e Sindicatos em Tartarugalzinho no Amapá (1974-1994).

Projeto de Pesquisa para o Processo Seletivo para o Curso de Mestrado em História do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) – Turma 2020, sob a Coordenação do Programa de Pós-graduação em História (PPGH) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

Área de Concentração: História Social.

Linha de Pesquisa 01: História Social do Trabalho.

Orientadora: Prof.ª Dra. Edilza Joana Oliveira Fontes.

Macapá/AP

2019

PARTEIRAS, MEEIROS, OBREIROS, AGRICULTORES, PESCADORES E CAÇADORES:

As Relações das trabalhadoras e trabalhadores nordestinos, doenças, opressões no Período Militar e Sindicatos em Tartarugalzinho no Amapá (1974-1994).

RESUMO

Considera-se como premissa do projeto de pesquisa a análise das relações de trabalhos de mulheres, homens e suas famílias vindas da Região Nordeste desempenhando diversas atividades trabalhistas como as “empreitadas”, “diárias” e “meação”. A estrutura espacial, pobreza nos locais de trabalho, jornada exaustiva, sem folgas consequentes do assédio, falta de higiene e as opressões políticas-econômicas eram frequentes nessa fase do regime militar na vida desses trabalhadores em Tartarugalzinho, no Território Federal do Amapá-TFA, no período de 1974 a 1994, fase que aponta as inequívocas nas propostas para a Amazônia adotadas pelos governos militares como: o “Milagre econômico” e a “abertura lenta, segura e gradual”. Essas propostas do Governo Federal somando-se as descobertas de garimpos ilegais, presença empresas extrativistas, a oferta de trabalho nas estruturas fundiárias e as aberturas de rodovias (Perimetral Norte e BR 156) foram os motores da migração. Nessa bagagem esses trabalhadores trouxeram suas experiências, exposições de pensamento, crenças, corporações sociais de trabalho e de lazer tornam-se elementos fundamentais para a reprodução das relações de trabalho. Serão utilizados nessa investigação, recortes de jornais, atos legislativos, lei orgânica do município, registros de livros atas de associações e entrevistas de forma sistemática com os trabalhadores e familiares.

Palavras-chave: Trabalhadores. Atividades Trabalhistas. Tartarugalzinho. Período Militar (1975-1985). Experiências Culturais.

1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E DA PROPOSTA DE PESQUISA.

Há a ortodoxia dos historiadores econômicos, na qual os trabalhadores são vistos como força de trabalho, migrantes ou dados de séries estatísticas. Há a ortodoxia do “Progresso do Peregrino”, na qual aquele período é esquadrinhado em busca de pioneiros percussores do Estado do Bem-Estar Social. Estou tentando resgatar a História do pobre tecelão de malhas, o meeiro luddita, o tecelão do “obsoleto” tear manual, o artesão “utópico” e mesmo o iludido seguidor de Joanna Southcott, dos imensos ares superiores de condescendência da posteridade[1].

O primeiro ensaio da apresentação do tema e da proposta de pesquisa tem como referência as palavras do Historiador britânico Edward Palmer Thompson, a epígrafe faz críticas severas a História Ortodoxa de apenas pesquisar os trabalhadores como sujeitos da força de trabalho e de produção. O autor propõe uma pesquisa histórica que procura produzir conhecimento histórico a partir do ponto de vista de grupos de trabalhadores, experiências vividas, manifestações cultural, lutas sociais, capacidade de criação de associações e movimentos dos trabalhadores rurais.

O projeto de pesquisa intitulado: “Parteiras, meeiros, obreiros, agricultores, pescadores e caçadores: As Relações das trabalhadoras e trabalhadores nordestinos, doenças, opressões no Período Militar e Sindicatos em Tartarugalzinho no Amapá (1974-1994)”, que será apresentado ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Amapá-PPGH-UNIFAP têm como principal objetivo em analisar as relações de trabalhos de mulheres, homens e suas famílias vindas da Região Nordeste na execução de diversas atividades trabalhistas como as “empreitadas”, “diárias”, “meação”, maus tratos, doenças e opressões que abrange o período militar no pequeno vilarejo de Tartarugalzinho[2].

Em 1975, Tartarugalzinho era uma vila foi batizado assim, por possuir em seus rios grandes quantidade de tartarugas apreciadas no cardápio do povo de Tartarugalense. O local pertencia ao Munícipio do Amapá. Em 1980, a vila tornou-se Distrito de Tartarugalzinho composta de uma Delegacia de Polícia e 01 Escola de 1º Grau Reisalina Ferreira Tomaz, ambos construídos por trabalhadores vindo do Nordeste e de moradores das regiões dos Lagos, recursos vindos dos programas de caráter estatal do Regime Militar[3].

A partir de um olhar sobre a Vila de Tartarugalzinho, surgi à vontade de pesquisar de perto a História dos trabalhadores nordestinos e suas relações de trabalho na construção e no desenvolvimento de um município em meio a um contexto de período marcado por lutas trabalhistas, melhores condições de remunerações e pela liberdade de expressão não só no Território Federal do Amapá-TFA, e sim de várias regiões do Brasil contra a opressão do Regime Militar.

Certamente, a proposta de pesquisa apresentará um leque de discussão das narrativas dos sujeitos pesquisados, suas contribuições em diversas atividades na parte urbana e rural de Tartarugalzinho. Recriar os movimentos desses grupos, desde chegada ao TFA, em busca de emprego, terra, moradia e principalmente reconhecimento dos seus ofícios como essenciais para organização social e cultural. Aponto, a grande importância da participação feminina na criação da Associação das Parteiras Leigas de Tartarugalzinho criada em 1976 e das Associações das Mulheres Radicadas em Tartarugalzinho-1985 atualmente Centro de Atendimento à Mulher (CRAM) tornaram-se referências em programas de trabalhadoras com a participação de mulheres nordestinas e amapaenses.

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