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A História do Regime Militar Brasileiro

Por:   •  2/4/2018  •  Resenha  •  781 Palavras (4 Páginas)  •  266 Visualizações

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NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo. Contexto 2015.

RESENHA

O golpe de estado de 1964 que virou no regime militar deixou muitos traumas na história da sociedade, além de provocar divisões ideológicas no corpo das sociedades.  Para o autor os que saíram vencedores do regime fazem esforço para reescrever a história, justificar os fatos éticos, precisando da história para se justificar.

Para justificar o regime, os militares, as oligarquias e os católicos conservadores lutavam contra os ideais do comunismo e contra o reformismo democrático da esquerda trabalhista, porém eles tinham suas própria proposta de reforma modernizadora da sociedade brasileira na direção de um capitalismo industrial. Nesse mesmo período os militares se apresentaram como revolucionários e ao mesmo tempo pretendiam modernizar com o capitalismo sem mudar as estruturas.

Os dissensos surgiram dentro da coalisão civil-militar vitoriosa em março de 1964, porém no mesmo momento foi criada uma hegemonia  no discurso do golpe e do regime, apesar disso católicos de esquerda e direita desconfiaram dessa política modernizadora e fundamentalmente laica, aumentando a violência repressiva e a exclusão social crescentes fizeram com que a igreja católica se tornasse crítica ao regime na voz da CNBB.

O autor ainda descreve que supostamente o PCB e o Brizolismo devido defender uma luta pacifista e a divisão dos grupos de esquerda e direita distanciou a vitória contra o golpe e que o resultado disso foi o golpe que gerou o regime militar, somente nos 70 é que começa a sofrer paulatinamente uma abertura no regime devido ao discurso de reconstrução da origem do golpe.

Para justificar o regime, a história oficial faz com o discurso das elites sociais sejam homogêneo sobre o período histórico. Nos anos 70, parte da elite econômica rompeu com o regime reclamando do burocratismo da política econômica, desta forma lideranças liberais, políticos e empresários adensaram o discurso de oposição ao regime com discurso de esquerda moderada.

Segundo o autor, a mesma imprensa que deu suporte ao golpe agora passa a ter uma relação ambígua, passando a destacar a cultura de esquerda e a dar vozes intelectuais críticas ao regime construindo uma arquitetura da memoria com elementos da crítica liberal e da crítica de esquerda. Gerando assim uma memoria hegemônica sobre o regime militar.

O regime, segundo ao autor, perdia a cada dia adeptos à medida que a crise política e econômica crescia no país, gerando desgaste no regime e ficando cada vez mais isolado.  A cada dia o regime perdia a batalha na memoria coletiva e tornava-se vilões de um enredo no qual se supunha heróis. A derrota na memoria coletiva estava quase declarada e a quantidade de críticas ao sistema era visível, tanto que quando se lembra do golpe a própria imprensa que no passado apoio o golpe passa a criticar a censura da época, as torturas e a falta de liberdades civis.

Essa memoria do golpe, em resumo condenou o regime, mas, relativizou o golpe, condenando os militares da linha dura, mas absorveu os que fizeram a transição negociada. Vale salientar que a violência do Estado provocou traumas que penetraram mais ou menos no corpo social.

E esse trauma precisou se tratado, para tal precisou se aberto e instituído as  comissões da verdade oficiais e extraoficiais que produziram relatórios detalhados sobre a violação dos direitos humanos em nome da segurança nacional. Porém na ausência de arquivos oficiais que documentassem as violências, foram mais obvia promover e incentivar o testemunho dos sobreviventes, transformando em peça jurídica. Testemunhar implica lembrar, lembrar de tortura, extermínio de prisioneiros e também o efeito contrário: o Silêncio. Silêncio das torturas, silêncio da sociedade, silêncio dos mortos. O silêncio é a primeira etapa do esquecimento, do apagamento da memoria e da história. Disse a comissão da verdade gera o fator memoria quando reativa a memoria passada.

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