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A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO ENSINO REGULAR

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Por:   •  16/1/2015  •  9.619 Palavras (39 Páginas)  •  1.141 Visualizações

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ARTIGO

A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO ENSINO REGULAR

Maria Cristina da Silva Domingos*

“Penso que o mundo é um acorde imenso de imensas geografias e diferenças. Nenhum homem é igual a outro homem. E só por esse mistério a vida já vale a pena”.

(MURRAY, 1997, p.23)

RESUMO:

A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, preferencialmente, no ensino regular é uma das principais metas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação sendo assim o aluno surdo poderá ser incluído no ensino regular. Com o propósito de compreender como é feita a inclusão do aluno surdo, este trabalho abordou uma questão pertinente à organização do espaço escolar no início da escolarização do aluno surdo: a ação pedagógica.Esta abordagem se deu através de fundamentação teórica e estudo de caso.Para melhor compreensão discorreremos sobre surdez, a importância da linguagem, a educação de surdos no Brasil, a legislação referente à inclusão do educando com surdez e relataremos as observações e depoimentos do aluno surdo, da mãe do aluno e dos envolvidos no contexto escolar.

PALAVRAS CHAVES: SURDEZ. EDUCAÇÃO. INCLUSÃO

INTRODUÇÃO

A escolha desta temática fundamenta-se na importância de entender sobre o processo de inclusão do aluno surdo da educação básica na rede regular.Uma vez que a Política Educacional vigente, cujo princípio básico é “Educação para todos”, tem como uma de suas metas principais a inclusão, preferencialmente, no ensino regular, de alunos com necessidades educacionais especiais independentemente de suas especificidades. Sendo assim, as escolas do ensino regular têm recebido estes alunos; contudo, há várias discussões, dúvidas e equívocos no que diz respeito à organização destes espaços, quesito fundamental para que o sujeito nele inserido seja estimulado a desenvolver suas competências, reconhecer suas potencialidades garantindo sua cidadania.

Com o propósito de entender e conhecer o espaço escolar desde o início da escolarização do aluno surdo, este estudo se deu por meio de observações, coletas de depoimentos dos profissionais envolvidos e da família.

As observações, cujos sujeitos observados foram um educando surdo cursando o pré na rede regular de ensino, a mãe deste aluno, uma vez que participava ativamente da vida escolar do filho, a professora deste aluno e a supervisora, ocorreram no segundo semestre do ano letivo de 2008.

Foram coletados, ainda, depoimentos dos sujeitos acima mencionados os quais viabilizaram a compreensão e nortearam esta pesquisa.

Buscamos com este trabalho conhecer o universo escolar desde o começo da escolarização do individuo surdo incluído na rede regular de ensino a fim de encontrarmos respostas que expliquem o baixo rendimento apresentado por estes ao concluírem o ensino fundamental.

Neste trabalho abordaremos sobre a surdez e a importância da linguagem; discorreremos sobre a educação dos surdos , a legislação referente à inclusão do educando surdo e apresentaremos o relato das observações e depoimentos.

1.SURDEZ

Os tipos de surdez são determinados considerando o período em que se dá a perda auditiva, ou seja, antes ou depois da aquisição da fala.

Existem dois tipos de surdez; a pré-linguistica ou pré-lingual e a pós - lingual ou pós-lingüística. A primeira é congênita ou surgida em tenra idade, antes da aquisição da fala. Já a segunda é característica das pessoas ensurdecidas depois de adquirir linguagem. Sacks (2000, apud QUADROS, 2006) afirma que os surdos pré-linguisticos não têm imagens auditivas e experiências mentais a que possam recorrer. Por nunca terem ouvido, não têm lembranças, imagens ou associações auditivas possíveis, ”nunca terão a ilusão do som”. São incapazes de ouvir seus pais e, como inconseqüência dessa impossibilidade, podem vir a ter acentuados atrasos lingüísticos. Contudo, conseguem ouvir vários tipos de ruídos e ser sensíveis a vibrações de toda espécie. (QUADROS, 2006, p.189).

1.1 Importância da aquisição da linguagem

O ser humano se vale da comunicação para atuar como integrante e participativo de um universo no qual a linguagem é a mediadora e para tal utiliza-se a fala. No entanto, há casos em que é impossível desenvolver essa habilidade e conseqüentemente a falta de comunicação torna-se obstáculo nas relações humanas.

Segundo Finau (apud QUADROS, 2007, p.218 e 219) A linguagem é um dos principais meios pelos quais o homem adquire conhecimento de mundo, fator que tem participação definitivo na organização da própria linguagem. Por isso, hoje, os estudos de aquisição de linguagem por pessoas surdas realçam a idéia de que toda criança surda deveria crescer em um ambiente bilíngüe.Tal concepção sugere o uso tanto da língua de sinais quanto da oral (em sua modalidade escrita e quando possível em sua modalidade falada), pois os estudos indicam que, deste modo, as crianças conseguiriam desenvolver melhor suas capacidades cognitivas, lingüísticas e sociais.

Embora a fala seja importante para a aquisição da linguagem humana, não significa que o individuo, que devido a um determinado grau de surdez, não possa desenvolver linguagem por outras vias.

Devido à constituição de seus cérebros, os seres humanos têm uma capacidade inata de adquirir linguagem, seja a fala, seja o Sinal. A aquisição do Sinal, da fala, ou de ambos depende do intercâmbio com as pessoas à volta, do ouvir a sua fala, ou do assistir ao seu Sinal. Se aos cinco ou seis anos a criança já tiver desenvolvido a fluência em linguagem quer seja a fala ou o sinal - ela pode esperar ter uma vida rica de comunicação e de intercambio comunitário, e desenvolver fluência em leitura e escrita.

Mas se ela não tiver tido a oportunidade de desenvolver linguagem a essa altura, ela pode esperar ter uma vida de restrições e empobrecimento cultural, e de incapacidade de ler e escrever. Naturalmente, para as pessoas que nascem surdas, é muito mais fácil adquirir uma linguagem visual como sua primeira língua; e, dada uma firme fundação nessa

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