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A Visão que temos da história do Brasil reflete

Por:   •  5/2/2018  •  Resenha  •  1.049 Palavras (5 Páginas)  •  151 Visualizações

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Faculdade de Formação de Professores – Departamento de Ciências Humanas

Disciplina eletiva: Tópicos Especiais de História do Brasil V

Docente: Cláudio

Aluno: Roberto Alexandre

       Questão:

       

       Ao iniciar o século XXI, o Brasil apresenta-se singularmente diferente dos anos1900. Sua trajetória histórica revela transformações profundas no sentido da modernidade. Com base na bibliografia contemplada e em nossos debates, discutir sobre a idéia de ruptura e continuidade no que diz respeito ao período de 1930-1964.

         

           Resposta:

            Sempre houve debate sobre a existência ou não de uma nação brasileira antes da formação do Estado. Isto nada tem a ver com as nações indígenas existentes antes da chegada do branco europeu. Há história do Brasil reflete a história das elites seus pactos, discursos, seções e acordos. Independentemente de qual o recorte no tempo se queira analisar, haverá sempre o inusitado, particular e instigante adornado, paralelamente, pelo comum, generalizado e conservador interesse de uma aristocracia de práticas clientelistas, com a finalidade de alimentar sua rede de sociabilidade em torno do poder.

            A visão que temos da história do Brasil reflete, e sempre refletiu, o que a elite quer que a posteridade entenda do passado, presente e futuro do país. As rupturas, se é que podem ser consideradas como tal, se dão sobre grupos que querem suplantar outros grupos na rotina das suas regalias, ou seja, primeiro reinado, regência, segundo reinado, república, períodos de democratização, ditaduras, redemocratização são formas e títulos dados por intelectuais orgânicos para explicar a verdadeira face das governanças brasileiras, que sempre foram e fizeram das formas de governo um aparelho a serviço da manutenção do poder exercido por uma burocracia de Estado, resultante de pactos entre aqueles que projetaram um país que quer ser a Europa traduzindo valores, de forma única, para sua “realidade”, desejos e necessidades.

            No capítulo Transição política e não estado de direito na República, Paulo Sérgio Pinheiro -- sem o compromisso de fontes exatas, exigências acadêmicas e amarras de institutos históricos -- defende a idéia que “ser brasileiro”, como forma de governo, é alterar a forma, mas manter o conteúdo, onde aqueles que hora são agentes da mudança, ao alcançar seus objetivos, passam a comportar-se como os que outrora faziam oposição. No continuo da linha do tempo de Pinheiro o Brasil se torna uma República de períodos de alternância entre liberdade democrática e ditadura, onde os ingredientes: poder militar, violência e cerceamento de direitos, são comuns. O jogo político é sempre o mesmo: famílias, políticos e ricos de toda sorte, elegem um inimigo comum, normalmente os comunistas, que ameaça a “ordem e o progresso” da nação, para legitimar qualquer absurdo social político e econômico e fazem da massa populacional o aparato de sua legitimação, mas tão logo o povo começa a relacionar seu papel com fim da desigualdade e aquisição de maiores direitos, se vê cego abandonado por aqueles que direcionavam uma possibilidade de um novo rumo. Como afirma Paulo S. Pinheiro: “Como em todas as transições políticas no Brasil, os autoritários de ontem se tornam os libertadores ou democratas de uma transição de rigueur engrenada numa “dinâmica irreversível.” (P.279)

            Seja sob a figura de um homem só: Getúlio Vargas, ou sob a batuta de uma corporação militar, seja em 1930 e ou 1964, as justificativas comuns permanecem: defesa da democracia, compromisso com a melhoria da população e a modernidade da nação, mas nada mais são que o disfarce para uma sociedade patriarcal, eclesiástica formada de pactos entre famílias e empresários visando o lucro comum; com negócios entre o público e o privado, justificando o domínio através da violência. A denuncia após tais períodos é inócua, pois quem escreverá sobre tais tempos terá sempre muito mais o compromisso com o poder do que a com uma audiência mais abrangente. Por isto, que ao olhar para trás, o Brasil sempre reconhece avanços, que nutrem duvidas se “mortos e feridos” de tempos em tempos são verdadeiramente vítimas ou agentes culpados, que não abarcaram o bem comum e as modernizações necessárias.

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