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A esquecida perseguição às mulheres durante a Segunda Guerra Mundial

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Por:   •  5/8/2014  •  Artigo  •  920 Palavras (4 Páginas)  •  278 Visualizações

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A esquecida perseguição às mulheres durante a

Segunda Guerra Mundial

Jan Friedmann

A Gestapo de Hitler prendeu milhares de mulheres que admitiram ter tido casos com

trabalhadores forçados estrangeiros na Alemanha, apesar de muitas confissões serem

falsas e feitas sob pressão. Muitos homens foram executados e as mulheres, enviadas

para campos de concentração pelo crime de "degradação racial". Algumas continuaram

sofrendo as consequências muito depois do fim da guerra.

Em 19 de setembro de 1941, Maria K. assinou o registro de seu interrogatório. Em sua

declaração por escrito ao detetive de polícia, a menina de 14 anos confessou que havia

"compartilhado a cama do polonês Florian Sp. e que também teve relações sexuais com

ele".

O incidente supostamente ocorreu em uma tarde de sábado em julho. Ela havia cuidado

das vacas durante o dia, e à noite ela e sua amiga Hedwig, de 18 anos, convidaram os

dois poloneses para lhes fazer companhia.

Segundo sua declaração assinada, elas os beijaram e depois os quatro foram para o

quarto. Hedwig com Josef G. e Maria com Florian. No quarto, o polonês tirou suas

calcinhas. Eles fizeram sexo três vezes naquela noite e duas vezes nos dias seguintes,

uma delas depois do almoço, atrás de um arbusto em um campo próximo. Esse é o

relato feito em sua confissão assinada.

Maria K., que hoje tem 82 anos, cobre o rosto com as mãos quando fala sobre a

"confissão" que mudou sua vida para sempre e que levou à morte os dois rapazes. Ela se

envergonha, embora o detetive da Gestapo tenha forjado a declaração e a espancado

para assiná-la. Essa é sua história hoje, e outros documentos sustentam sua veracidade.

Gisela Schwarze, uma historiadora da cidade de Münster, no oeste da Alemanha, passou

anos investigando casos como esse, vasculhando os arquivos dos tribunais especiais em

cidades como Dortmund, Bielefeld e Kiel. Ela descobriu a história de Maria K. em um

arquivo local. Ela se desenrolou em Asbeck, uma aldeia com uma população no tempo

da guerra de 850 pessoas, na região ocidental de Münsterland."Degradação racial"

Em consequência de sua pesquisa, Schwarze descobriu um grupo de vítimas do regime

nazista que havia sido negligenciado até hoje. Ele consiste em mulheres e meninas que

membros do governo acusaram de ter tido relações sexuais com trabalhadores forçados

estrangeiros. Alguns dos relacionamentos românticos realmente existiram, enquanto

outros foram inventados, mas a punição foi quase sempre extrema. As mulheres foram

enviadas para campos de concentração aos milhares, enquanto os homens geralmente

foram executados.

"Cidadãos alemães que se envolvem em relações sexuais com trabalhadores civis,

homens ou mulheres, de nacionalidade polonesa, cometem outros atos imorais ou se

envolvem em casos amorosos serão presos imediatamente", ordenou Heinrich Himmler,

o chefe das SS, em 1940.

O crime que os advogados nazistas haviam inventado chamava-se "degradação racial".

No início ele só era aplicado a relações entre judeus e não-judeus, mas a invenção

racista seria ampliada mais tarde para incluir os eslavos.

Os prisioneiros de guerra civis deportados eram obrigados a trabalhar em fábricas e nos

campos, onde tinham contato com os habitantes locais, muitos deles mulheres. Os

homens estavam lutando no front. Mas em toda parte havia informantes preparados para

denunciar – vizinhos, colegas de trabalho e professores –, contribuindo para uma

atmosfera infernal de ódio racial e preconceito.

Maria

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