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Anacronismo:Dicionário das Ciências Históricas

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Por:   •  13/6/2013  •  Seminário  •  552 Palavras (3 Páginas)  •  378 Visualizações

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Anacronismo:Dicionário das Ciências Históricas

“Evitar o pecado dos pecados – o pecado entre todos irremissível: o anacronismo”; essa exortação de Lucein Febver no início de seu Rabelais nos dá a medida da função do anacronismo para uma definição a contrario da história.

“César morto por um tiro de browining” esta fórmula de choque de Febver ilustra a intrusão de uma época em outra que faz o Anacronismo. Um Objeto do século XX nos idos de março nega a história;assim, é mais do que por acaso que o termo aparece (1625), quando nascem os pioneiros da erudição, Mabillon ou Richard Simon,cujo método se baseia em parte nessa noção que permite separar o documento falso do verdadeiro. Mas denunciar os erros na sequência cronológica dos fatos tornou-se um elemento vital a narrativa histórica, com os historiadores positivistas,que fazem do encadeamento dos fatos a única explicação dos eventos.Tudo que atinge a integridade da cronologia ameaça os fundamentos da história linear edificada por Ranke, Monod ou Seignobos. O medo de cometer esse pecado capital resulta em situações extremas, como a recusa de Charles Victor Langlois em interpretar documentos que ele se contenta, no fim de sua vida, em reunir. O documento por si só não está exposto ao anacronismo!

O perigo aumenta;toda interpretação expõe ao anacronismo,como acentua Febvre, ao condenar o Uso de Gentry para o conjunto das elites ocidentais no século XVIII:”O rótulo me escandaliza. É um pouco, guardadas as dividas proporções, como se tentassem, no cinema, me mostra César morto Por um tiro browning. É mesmo bem mais grave:Pois o anacronismo de instrumentos materiais não é nada diante de anacronismo de instrumentos mentais”(Annales d’hist. Éc. ET soc., 1937,página 374).

Esta postura se encontra na obra de Febvre, pelo menos duas de suas obras encontram sua fonte na recusa do anacronismo de “instrumentos mentais”:Rabelais e amou sacré, amour profane.Por suas limitações, o medo do anacronismo torna-se a fonte de um novo tipo de história. Em um sentido , inventar a história das mentalidades é descobrir que estamos sujeitos ao anacronismo, quando consideramos como perversos os jogos sexuais do jovem Luís XIII descritos por Philippe Ariés.

Paradoxalmente, o esforço de renovação da história passa também de Marc Bloch à New Economic History,pelo uso heurístico do anacronismo, ou seja, projetando questões, ou técnicas de análise de hoje, no passado, pois “julgar que a nomenclatura dos documentos seja suficientes para determinar a nossa equivaleria,em suma, a admitir que eles nos trazem a análise pronta. O historiador, neste caso, não teria grande coisa a fazer” ( Marc Bloch, Apologie pour l’histoire,p.194).

O historiador choca-se com uma aporia, daí surgindo debates intermináveis sobre a legitimidade das noções de feudalismo no Japão, de classes na Antiguidade ou de contabilidade nacional no século XVIII. O anacronismo traz em si, ao mesmo tempo, a morte e a ampliação da história;dialeticamente, o historiador tem o poder de recusar o que distorce a dimensão das coisas,o tempo, e da manipulação de um “pecado” que, bem como o pecado original,é também a fonte do conhecimento.

. Bibliografia,-M. BLOCH. Apologie pour l’histoire, Paris, 1960;L.FERVRE,

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