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Astrolábio, o mar e o império

Por:   •  28/4/2016  •  Artigo  •  1.828 Palavras (8 Páginas)  •  223 Visualizações

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

LICENcIATURA EM HISTÓRIA

jeibson martins borges

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL

Resenha crítica sobre o artigo “o astrolábio, o mar e o império”

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Tucuruí-PA

2015

jeibson martins borges

PRODUÇÃO TEXTUAL INDIVIDUAL

Resenha crítica sobre o artigo “o astrolábio, o mar e o império”

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Tucuruí-PA

2015

Sumário

Introdução____________________________________________________ pág. 01

A obra de Manuel Serrão Pimentel – A carta Padrão de navegação _______pág. 02

O astrolábio, a agulha de marear e o desenho do Império_______________ pág. 03

Considerações Finais ____________________________________________pág. 04

Apreciação crítica _______________________________________________pág. 05

Referências bibliográficas ________________________________________pág. 06

Introdução[pic 6]

Para essa reflexão nos dedicaremos mais especificamente a arte de navegar, texto de Manuel Serrão Pimentel, cosmógrafo-mor durante o reinado de dom João V e filho de Luís Serrão Pimentel, que o antecedeu no cargo. Manuel Pimentel nasceu em Lisboa a 10 de maio de 1650. Seu pai, Luís Pimentel, além de cosmógrafo-mor, ocupou também o cargo de engenheiro. Ainda adolescente, Manuel frequentou o Colégio de Santo Antão em Lisboa, no qual teve bom desempenho em latim. Dali seguiu para a Universidade de Coimbra, assistindo a aulas de direito e cânones, e concluindo seus estudos em 1674. Provavelmente durante os anos em que esteve no Colégio de Santo Antão, Pimentel teve contato com os estudos de cosmografia lecionados na “Aula da esfera” (Correia, 2010).

A obra de Manuel Pimentel – A carta Padrão de Navegação[pic 7]

A primeira publicação de Manuel Pimentel, “Arte prática de navegar e regimento de pilotos”, de 1681, é uma edição póstuma dos trabalhos deixados por seu pai à qual ele acrescenta dados e atualiza tabelas. Passados 13 anos, outra edição foi preparada com o título “Arte de navegar”, em que se ensinam regras práticas e o modo de cartear pela carta plana, e reduzida, o modo de graduar a balhestilha por via dos números, e muitos problemas úteis à navegação, e roteiro das viagens, e costas marítimas da Guiné, Brasil... Essa edição foi publicada diversas vezes, o que denota sua importância na cultura náutica em Portugal.

A intenção desse gênero era ao mesmo tempo ensinar e auxiliar os pilotos, mas também assimilar práticas consagradas pelo uso dos navegantes e inseri-las em obras que buscavam o reconhecimento de autoridade entre os cosmógrafos e outros homens de ciências. De acordo com o previsto no Regimento dos pilotos, todos os textos de marinharia partem de um comentário sobre a esfera, forma que tem a Terra. Uma primeira noção importante apresentada no início do texto de Pimentel é sobre a composição da “esfera terráquea”:

A Terra e o Mar juntamente faz um globo redondo, como uma bola, que lhe chama esfera, e por ser composta destes dois elementos, terra e água, lhe chamam os matemáticos de esfera terráquea ou Globo terráqueo. ... Também posto que o mar pareça plano como hum campo raso, não há dúvida ser redondo, e o parecer plano é engano da vista. Assim como se descrever com o compasso um círculo muito grande, e depois ir apagar, deixando uma porção tamanha como a largura de meio dedo, esta porção ha de parecer linha direita, sendo que é circular, pois foi descrita com o compasso (Pimentel, 1819, p.9).  

Num capítulo breve e sem mencionar nenhuma discussão sobre cosmologia, Pimentel defende a posição central da terra no universo. O argumento que utilizou para afirmar a posição central da terra é o ponto de visão, não indicou as diferentes teorias em voga do início do séc. XVIII e que eram debatidas na “aula da esfera”. Em seguida Pimentel explica por que a esfera foi convencionalmente dividida em 360 graus e cada grau em sessenta minutos, que por sua vez se subdividem em sessenta segundos e das vezes que esses números podem ser divididos em porções exatas, facilitando os cálculos. Os dados serviam para atualizar as cartas-padrão utilizadas pelas embarcações portuguesas que singravam o Atlântico.

O astrolábio, a agulha de marear e o desenho do Império.[pic 8]

Para o mar, melhor é dirigir-se pela altura do sol, que não por nenhuma estrela; e melhor com astrolábio, que não com quadrante nem com outro nenhum instrumento (Faras, 1º de maio de 1500).  Ao informar ao rei dom Manuel acerca das novas descobertas, o médico relatou que tomou a altura do Sol, em terra, ao meio-dia, do dia 27 de abril, com auxílio do “piloto do capitão-mor e o piloto Sancho de Tovar” (Faras, 1o maio 1500). João Faras afirmou que, entre os instrumentos usados na navegação oceânica, o astrolábio era o mais seguro e, entre as estrelas para observação, era o Sol. Ainda que outros instrumentos fossem utilizados, a predominância do astrolábio vem-se confirmando ainda a partir de levantamentos arqueológicos no fundo do mar, onde os astrolábios são encontrados em maioria nas embarcações de origem portuguesa (Reis, 1988).

Todo o procedimento, desde a coleta até a inserção dos dados em cartas de marear, roteiros e tabelas, era fruto de um trabalho conjunto que unia aqueles situados nas embarcações que atingiam os pontos mais remotos do Império e os cosmógrafos e cartógrafos que trabalhavam no Reino. Um dos aspectos cruciais era a padronização da graduação e da forma de divisão, pois se os dados fossem coletados com unidades de medidas distintas, além de tornar a reunião dos dados dificultosa, multiplicar-se-iam os erros no momento de inserção dos dados em novas tabelas, nos roteiros e nos mapas-padrão. Verifica-se mais uma vez que havia de fato a necessidade de que os responsáveis pela coleta e condução das embarcações tivessem um preparo mínimo, fossem eles os pilotos ou capitães de um navio.

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