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Capitulo 1: A Natureza Do Serviço Social Na Sua Gênese

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Por:   •  15/7/2014  •  1.592 Palavras (7 Páginas)  •  4.656 Visualizações

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A NATUREZA DO SERVIÇO SOCIAL

Capitulo 1: A natureza do Serviço Social na sua Gênese

MONTAÑO, Carlos. A natureza do serviço social “A natureza do Serviço Social na sua Gênese” Cortez, 2007. p.17-92.

O Serviço Social é uma profissão que, por sua ambiguidade nas expectativas e conceituações, por suas mudanças de rumos, as vezes significativos , tem dedicado um importante espaço intelectual á tentativa de responder sobre as causas de origem como profissão e sua legitimação , bem como das funções que cumpre na sociedade e no Estado.

Segundo autor os assistentes sociais, em diversas oportunidades, se “debatem” em torno de duas concepções, duas teses sobre a natureza e o processo da gênese do Serviço Social, de maneira que aparecem como alternativas e são reciprocamente excludentes. Tais concepções que podemoscom relativa generalização ser agrupadas em duas perspectivas quese comportam como verdadeiras teses. Elas contem um arsenal heurístico e teórico-metodológico que extrapola a mera consideração sobre a gênese do Serviço Social. Efetivamente, a localização dos teóricos que pensam esta temática, vincula-se logica e teoricamente, as suas concepções sobre outros tópicos: qual é o fundamentoda legitimação desta profissão e como são interpretadas as funções das politicas sociaisdentro de determinada ordem socioeconômica e politica. A perspectiva endogenista: Sustenta que a origem do Serviço Social advém de um processo de evolução, organização e profissionalização das antigas formas de ajuda, da caridade e da filantropia, que se encontra há certo tempo atrelada à ‘questão social’.

A maioria dos teóricos do Serviço Social sustenta esta tese, o que significa que ela é bastante difundida e ‘debatida’. Trata-se de um conjunto de teóricos que defendem a ideia do Serviço Social tradicional mais os autores que buscam ou têm a intenção de ruptura. Nesta mesma perspectiva há autores que entendem e que aceitam toda e qualquer forma de ajuda como antecedente do Serviço Social, assim como há aqueles que compreendem essas formas de ajuda atreladas à organização e vinculadas à ‘questão social’.

Os principais representantes desta tese são: Herman Kruse, Ezequiel Ander-Egg, NatálioKisnerman, Boris Alexis Lima, Ana Augusta de Almeida, Balbina Ottoni Vieira, José Lucna Dantas entre outros .É uma tese que tem portanto , plena repercussão na atualidade , aparecendo como uma única , a oficial ou a natural interpretação sobre a gênese do Serviço Social na maioria das instituições de ensino e dos profissionais .

Por exemplo, como alguns atores que serão citados abaixo :

Herman Kruse (1972) usando-se do pensamento de Greewood entende que o “serviço social é uma tecnologia, pois sua ação procura a mudança” (KRUSE apud MONTANO, s/d, p. 10). Deste modo ele identifica um paradigma do Serviço Social, justamente porque o coloca como aplicação de teorias, ou, no mínimo, entendendo sua prática como fonte de teorias.

NatalioKisnerman (1980) no mesmo sentido pretende compreender a historia do Serviço Social, avaliando “seu próprio destino”.Compreende a gênese do Serviço Social identificada como uma forma de ajuda sistemática, de orientação Protestante e, por outro lado, como uma forma prática da Sociologia.

Ezequiel Ander-Egg (1975) e Juan Barriex (s/d.)seguindo a mesma linha de raciocínio fazem uma perfeita distinção entre Serviço Social e Assistência Social, sendo este último uma profissão "paramédica, parajurídica, asséptica, tecnocrática e desenvolvimentista". Já o Trabalho Social é a ação conscientizadora que intervém de forma revolucionária.

Balbina Ottoni Vieira (1977) mais radical em suas compreensõesdiz que “o serviço social só foi conhecido com este nome no século XX. Mas o fato ou o ato de ajudar o próximo, corrigir ou prevenir os males sociais, levar os homens a construir seu próprio bem-estar, existe desde o aparecimento dos seres humanos sobre a terra” (apudMONTAÑO, s/d, p. 14). Deste modo ela entende que falar de caridade, filantropia e Serviço Social, é falar da mesma coisa, o que muda é a forma de operar e de organização, de maneira que houve evoluções no modo de atuar, mas o cerne da ‘profissão’ continua o mesmo.

A gênese do Serviço Social é considerada, aqui , uma evolução das formas anteriores de assistência e ajuda, sendo que o limite posto nos antecedentes , nas fontes , nos percursores que teriam levado à criação do Serviço Social , é absolutamente arbitraria .

A perspectiva Histórico-Critica: entende que o Serviço Social é resultado da síntese dos projetos político-econômicos, operando no desenvolvimento econômico, reproduzindo-se de maneira material e ideológica, a partir de estratégias da classe hegemônica, inserida no contexto do capitalismo monopolista, onde o Estado toma para si a responsabilidade das precariedades inseridas na compreensão da ‘questão social’.

Os principais defensores desta tese são: Marilda Villela Iamamoto, Raul de Carvalho, Manuel Manrique Castro, Vicente de Paula Faleiros, Maria Lúcia Martinelli, José Paulo Netto, etc. Todos eles entendem que o Assistente Social desempenha um papel de cunho político e o que caracteriza a profissão é justamente a posição no contexto em que este profissional está inserido.

Como por exemplo :

segundo Marilda Villela Iamamoto (1991, 1992 e 1992b) “efetua-se um esforço de compreender a profissão historicamente situada, configurada como um tipo de especialização do trabalho coletivo dentro da divisão social do trabalho peculiar à sociedade industrial” (apudMONTAÑO, s/d, p. 19). Ela deixa claro que o assistente social deve cumprir sua função dentro da ordem social e econômica, como que sendo mais uma engrenagem da divisão sócio-técnica do trabalho, deve, portanto, participar da reprodução tanto da força de trabalho, quanto da ideologia dominante.

José Paulo Netto (1992) segue uma linha de raciocínio semelhante., defende que é na intercorrência do conjunto de processos econômicos, sócio-políticos e teórico-culturais (ocorridos dentro da ordem burguesa) e no capitalismo dos monopólios, que se geraram as condições favoráveis ao surgimento da gênese e da especificidade do Serviço Social, possibilitando sua emergência como profissão, nos países europeus. Deste modo entendido, a profissionalização ocorre dentro da ordem monopólica. Não é, portanto, “a continuidade

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