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Crise De 29

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Por:   •  17/8/2013  •  4.518 Palavras (19 Páginas)  •  308 Visualizações

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A Grande Recessão é uma crise econômica global que ainda hoje se faz sentir após a crise financeira internacional precipitada pela falência do tradicional banco de investimento estadunidense Lehman Brothers, fundado em 1850. Em efeito, outras grandes instituições financeiras quebraram, no processo também conhecido como crise dos subprimes.

Alguns economistas, no entanto, consideram que a crise dos subprimes tem sua causa primeira no estouro da "bolha da Internet", em 2001, quando o índice Nasdaq (que mede a variação de preço das ações de empresas de informática e telecomunicações) despencou.

De todo modo, a quebra do Lehman Brothers foi seguida, no espaço de poucos dias, pela falência técnica da maior empresa seguradora dos Estados Unidos da América, a American International Group (AIG). O governo norte-americano, que se recusou oferecer garantias para que o banco inglês Barclays adquirisse o controle do cambaleante Lehman Brothers, alarmado com o efeito sistêmico que a falência dessa tradicional e poderosa instituição financeira provocou nos mercados financeiros mundiais, resolveu, em vinte e quatro horas, injetar oitenta e cinco bilhões de dólares de dinheiro público na AIG para salvar suas operações. Mas, em poucas semanas, a crise norte-americana já atravessava oAtlântico: a Islândia estatizou o segundo maior banco do país, que passava por sérias dificuldades. As mais importantes instituições financeiras do mundo: Citigroup e Merrill Lynch, nos Estados Unidos; Northern Rock, no Reino; Swiss Re e UBS, na Suíça; Société Générale, na França declararam ter tido perdas colossais em seus balanços, o que agravou ainda mais o clima de desconfiança, que se generalizou. No Brasil, as empresas Sadia, Aracruz Celulose e Votorantim anunciaram perdas bilionárias.

Para evitar colapso, o governo norte-americano reestatizou as agências de crédito imobiliário Fannie Mãe e Freddie Mac, privatizadas em 1968, que agora ficarão sob o controle do governo por tempo indeterminado.

Em outubro de 2008, a Alemanha, a França, a Áustria, os Países Baixos e a Itália anunciaram pacotes que somam 1,17 trilhão de euros (US$ 1,58 trilhão /≈R$ 2,76 trilhões) em ajuda ao seus sistemas financeiros. O PIB da Zona do Euro teve uma queda de 1,5% no quarto trimestre de 2008, em relação ao trimestre anterior, a maior contração da história da economia da zona. 11

História

Segundo George Soros, presidente do conselho da Soros Fund. Management, a crise atual foi precipitada por uma "bolha" no mercado de residências e, em certos aspectos, é muito similar às crises que ocorreram desde a Segunda Guerra Mundial, em intervalos de quatro a 10 anos. Entretanto, fazendo parte de uma grande distinção entre essa crise e as anteriores, considerando a crise atual como o clímax de uma superexpansão que ocorreu nos últimos 60 anos. Segundo Soros, os processos de expansão giram ao redor do crédito, e envolvem uma concepção errônea, que consiste na incapacidade de se reconhecer a conexão circular reflexiva entre o desejo de emprestar e o valor das garantias colaterais. Crédito fácil cria uma demanda que aumenta o valor das propriedades, o que por sua vez aumenta o valor do crédito disponível para financiá-las. As bolhas começam quando as pessoas passam a comprar casas na expectativa de que sua valorização permitirá a elas refinanciar suas hipotecas, com lucros. Isso foi o que aconteceu nessa última crise.

Origem

Começou em 2001, com o furo da "bolha da Internet". Para proteger os investidores, Alan Greenspan, presidente da Reserva Federal Americana, decidiu orientar os investimentos para o setor imobiliário. Adotando uma política de taxas muito baixas e de redução das despesas financeiras, induziu os intermediários financeiros e imobiliários a incitar uma clientela cada vez maior a investir em imóveis, principalmente através da Fannie Mae e da Freddie Mac, que já vinham crescendo muito desde que diferentes governos e políticos dos EUA as usaram para financiar casas aos mais pobres. O governo garantindo os investimentos feitos por essas duas empresas. Bancos de vários países do mundo estavam atraídos pelas garantias do governo, até que acabaram emprestando dinheiro a imobiliárias através da Fannie Mae e da Freddie Mac, onde estavam autorizadas a captar empréstimos em qualquer lugar do mundo.

Foi assim criado o sistema de empréstimos hipotecários de alto risco e de taxa variável concedidos às famílias "frágeis" sendo assim denominadas famílias sem renda, patrimônio. Na realidade, eram financiamentos de casas, muitas vezes conjugados com a emissão de cartões, concedidos a famílias que os bancos sabiam antes que não teriam renda familiar suficiente para poder arcar com suas prestações.

Em um passo seguinte, os bancos que criaram essas hipotecas criaram derivativos negociáveis no mercado financeiro, instrumentos sofisticados para securitizá-las, isto é, transformá-las em títulos livremente negociáveis que passaram a ser vendidos para outros bancos, instituições financeiras, companhias de seguros e fundos de pensão pelo mundo afora. Por uma razão que se desconhecem, as agências mundiais de crédito deram a chancela de AAA - a mais alta - a esses títulos.

Quando a Reserva Federal aumentou a taxa de juros para tentar reduzir a inflação, desregulou-se a máquina; o preço dos imóveis caiu, tornando impossível seu refinanciamento para os clientes ninja, que não cumpriram com sua obrigação em massa, e esses títulos derivativos se tornaram impossíveis de ser negociados, a qualquer preço, o que desencadeou um efeito dominó, fazendo balançar o sistema bancário internacional, a partir de agosto de 2007.

A jornalista Hanna Rosin argumenta que os milhões de adeptos da teologia da prosperidade podem ter influenciado o problema no mercado imobiliário, que causou a crise econômica de 2008-2009, por ignorar fatores como salários por hora e extrato de conta bancária, bem como causa e efeito, e um cálculo prudente dos gastos oferecidos, em favor de "milagres financeiros e a ideia de que o dinheiro é uma substância mágica que vem como um dom do alto".14

A superexpansão de 60 anos

Nos últimos 60 anos, cada vez que a expansão do crédito entrou em crise as autoridades financeiras agiram injetando liquidez no sistema financeiro e adotando medidas para estimular a economia. Isso criou um sistema de 'incentivos assimétricos', conhecido nos Estados Unidos como moral hazard, que encorajava uma expansão de crédito cada vez maior. George Soros

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