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Educação protestante

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Por:   •  2/9/2014  •  Tese  •  2.643 Palavras (11 Páginas)  •  210 Visualizações

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Pouco se sabe da sua infância, passada em Siegen. Recebeu boa educação nas Universidades da Basileia, onde chegou aos 10 anos, famosa desde os tempos de Erasmo, e de Genebra — importantes centros calvinistas no século XVII.1 Em Genebra, o rigor da época de Calvino estava atenuado pela presença de Teodoro de Bèze, grande teólogo protestante. Em 1616 ingressou no Collegium Mauritianum, criado por seu cunhado Maurício de Hesse-Kassel para filhos da nobreza protestante, participando da vida da corte da landgravina, sua meia-irmã Juliana.

Carreira militar[editar | editar código-fonte]

A sua formação protestante, além dos laços de parentesco com famílias nobres neerlandesas, levaram-no a ingressar, em 1621, na carreira militar a serviço dos Países Baixos, à época da guerra dos Trinta Anos, contra a Espanha. Muito cedo obteve um primeiro posto como alferes de cavalaria.

Foi cavaleiro da Ordem de São João, ligado à Bailia de Brandenburgo — a parte da Ordem que se filiou à Reforma Protestante. Aliás, é frequentemente retratado tendo em seu peito a cruz de oito pontas ou de São João (Cruz de Malta), símbolo da ordem.

Fez a campanha militar de Breda (1625), para retomar a cidade aos espanhóis; a fase de reconquista das praças-fortes estratégicas, ao longo dos rios, iniciou-se em 1626, uma vez que, com a crise em Mântua, a Espanha para ali deslocou tropas. A reviravolta se deu em 1629, quando os neerlandeses ocuparam 's-Hertogenbosch. Desde 1626 fora promovido a capitão e, em 1629 a coronel. Em 1632 foi tomada Maastricht e Nassau distinguiu-se no cerco que culminou com a conquista de Nieuw Schenckenschans, numa ilha do rio Reno (1636), confirmando o seu prestígio e experiência militares. A vitória teve repercussão e tornou seu nome respeitado. O conflito prosseguiu até 1648, quando pela Paz de Münster a Espanha reconheceu a independência da República, que prometeu respeitar a soberania espanhola ao sul de sua fronteira meridional.

O interesse artístico[editar | editar código-fonte]

A Mauritshuis.

Data desse período a predileção de Nassau pelo convívio com artistas e homens de letras. Frederico Henrique de Orange, stadhouder desde 1625, filho de uma Coligny, neto do chefe protestante que patrocinou a França Antártica, casado com a condessa alemã Amélia de Solms-Braunfels, tinha pretensões dinásticas e mantinha uma corte aristocrática na República burguesa. Nela brilhava, por exemplo, Constantino Huygens, figura renacentista, incentivador da carreira de Rembrandt, um dos animadores de um círculo que, nas cercanias de Amsterdã, contava com Joost van den Vondel, o poeta nacional dos Países Baixos, o humanista Caspar Barlaeus, que sob o nome latinizado de "Barlaeus" escreveu mais tarde a história do governo de Nassau no Brasil.

Em 1632 Nassau, entusiasta da arquitectura, começou a construir a luxuosa Mauritshuis, em Haia, projeto do famoso arquitecto Jacob van Campen, seguidor do estilo italiano de Palladio. Na execução desta obra veio a comprometer os seus recursos, pois as despesas ascenderiam a meio milhão de florins.

A Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais[editar | editar código-fonte]

Prioritariamente por essa razão, aceitou o convite da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (WIC) para administrar os domínios por ela conquistados na região Nordeste do Brasil (1636), percebendo uma ajuda de custo de 6.000 florins (equipamento) e salário mensal de 1.500 florins (que C. R. Boxer classifica como principesco), o soldo de Coronel do Exército, além de uma participação de 2% sobre os lucros.1 Corriam ainda por conta da WIC suas despesas de mesa e criadagem (trouxe dezoito criados), os salários do predicante Francisco Plante, de seu médico Guilherme van Milaenen, e de seu secretário Tolner.

Nassau prestou juramento perante os XIX em 4 de agosto de 1636 comprometendo-se pelo prazo de cinco anos a ser o Governador, Almirante e Capitão-General dos domínios conquistados e por conquistar pela Companhia das Índias Ocidentais no Brasil.

Período no Brasil[editar | editar código-fonte]

O Conde Maurício de Nassau.

Começariam no embarque alguns dos motivos de sua frustração: em vez da armada prometida de trinta e duas velas e sete mil homens de armas, a WIC lhe entregou apenas doze navios com dois mil e setecentos homens.

A armada partiu do porto de Texel (25 de outubro de 1636), chegando ao Recife (23 de janeiro de 1637).

Estabeleceu relações amistosas entre neerlandeses, comerciantes e latifundiários.1 Estes restauraram seus engenhos com empréstimos concedidos pela WIC, utilizados também na venda a crédito dos engenhos abandonados, visando restabelecer a produção de açúcar. Nassau incrementou no Nordeste a economia açucareira, introduziu métodos aperfeiçoados de cultivo da cana-de-açúcar e do fumo.

Apesar de calvinista, permitiu a liberdade de culto entre holandeses, franceses, italianos, belgas, alemães, flamengos e judeus, que oriundos da Península Ibérica e do norte europeu, foram atraídos para a Nova Holanda por clima de tolerância religiosa que não havia na Europa. Neste período foi fundada uma sinagoga no Recife, considerada a primeira das Américas.

Decidido a transformar o Recife em uma moderna capital, determinou o projeto da cidade Maurícia (Mauritsstad), responsável pelos atuais traçados urbanísticos dos bairros de Santo Antônio e São José, onde drenou terrenos, construiu canais, diques, pontes, palácios (Palácio de Friburgo e Palácio da Boa Vista), jardins (botânico e zoológico),1 um museu natural e um observatório astronômico. Organizou serviços públicos essenciais como o de bombeiros e de coleta de lixo.

Comitiva[editar | editar código-fonte]

Erudito e humanista, interessava-se pelas ciências e pelas artes. Tão logo foi nomeado, reuniu um grupo de cientistas, teólogos, arquitetos, médicos e pintores.

O cientista Willem Piso, que estudara em Leiden e em Caen e praticara Medicina em Amsterdã, veio à Nova Holanda para estudar as doenças tropicais. O paisagista Frans Post, de vinte e poucos anos, vinha recomendado por seu irmão Pieter Post e era tão desconhecido como o retratista Albert Eckhout.2 A Luís XIV, porém, Nassau diria mais tarde que contara no Brasil com seis pintores - talvez incluísse um pintor primitivo, Zacharias Wagener, seu despenseiro. Viriam ainda o cartógrafo Cornelis

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