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Escravatura Portuguesa na Ásia

Por:   •  9/1/2023  •  Trabalho acadêmico  •  3.043 Palavras (13 Páginas)  •  60 Visualizações

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Resumo

O autor Luís Sousa preferiu optar por um trabalho com base em fontes fidedignas e consensuais. No capítulo V do “The portuguese Slave Trade in Early Modern Japan” permaneceu em falta informação que poderia aprofundar e alargar mais este tema. No entanto, essa informação obrigava o autor a fazer uma investigação mais exigente pois certas fontes ainda se permanecem desconhecidas até ao momento.

 Em 1580, em Nagasaki, se estabeleceu a relação entre o japão e Portugal relativamente ao mercado de escravos. Os portugueses tinham conseguido conquistar o porto de Macau para atrancar os seus navios. Este foi o fenómeno pioneiro da relação luso-japonesa que concedeu a criação de comércio e tráfico de escravos. O processo da escravização era complexa: Os traficantes conseguiam escravizar as suas vítimas através da persuasão, força e do trabalho.  A sua adquirição passava principalmente em Moçambique e na região de Malabar e pensa-se que o seu local de armazenamento seria perto do porto. Quanto à sua venda, a grande maioria dos escravos vendidos no Japão eram de Nagasaki e os seus compradores eram de várias nacionalidades.  

O final da guerra civil japonesa teve um impacto enorme na escravização. O exército derrotado passou a ser prisioneiro dos vencedores e muitos deles passaram a ser escravos. Com o final da guerra, acontece a reunificação e pacificação do Japão tal como a ilegalização da escravatura. Mas o mercado de escravos em Nagasaki não terminou devido ao decreto do Bispo do Japão mais outros membros da companhia de jesus. Para o autor, esta companhia teve um papel de relevo na escravatura. A companhia tinha uma influência enorme em Nagasaki. O seu sistema para legitimar a escravatura envolvia uma cédula de escravo que era assinada por um padre jesuíta. O jesuíta tinha que fazer a examinação a um escravo, ou seja, examinar e verificar a legalidade do processo da escravidão. A legalidade do escravo era fundamental. Se o processo fosse considerado legitimo seria então, emitido a cédula. Havia dois tipos de cédula: a perpétua, onde o escravo era a propriedade do seu dono com duração vitalícia, e por tempo limitado, ou seja, o escravo teria um período de serviço definido.

O preço de um escravo era oscilante. As próprias cédulas não mostravam uma quantia fixa. O que poderia levar à alteração do seu preço seria por exemplo o método de captura ou a nacionalidade, mas de acordo com o autor, o seu preço não seria superior ao de um animal. As informações relativas ao número de escravos exportados do japão ainda permanecem incompleto e fragmentado. Luís Sousa teve que ser verosímil: entre 200 e 450 no séc. XVI.                                                                                Palavras-Chave: Escravatura portuguesa; Companhia Jesus; Porto de Macau; Nagasaki; Tráfico; Cédula.

Introdução

 Os séculos XV e XVI foram épocas de grandes expedições e consequentes descobertas. Após a chegada ao Brasil, em 1500, os portugueses navegaram para o Japão.  

Em 1512, durante o reinado de D. Manuel I, chegam notícias de que existiria um arquipélago, na região onde o mercador italiano Marco Polo, na sua longa viagem pela China, em 1291, tomara conhecimento e que era chamado “Cipango” ou “Ji-pangu”, local onde o sol nasce, em chinês. Não era lenda, como pensavam os contemporâneos do famoso mercador.  

Na época os japoneses viviam isolados, pelo facto de o país não ter ligação por terra com nenhum outro, e só tinham contacto com a China e a Coreia, de onde receberam fortes influências culturais, como a escrita, o cultivo do arroz e o budismo. Mas a informação que o ocidente tinha do Japão ainda vinha de mercadores, que tinham circulado pelo continente chinês. “Uma ilha grande, de gente branca, de boas maneiras, formosos e de uma riqueza incalculável”, descreveu Marco Polo. A descrição deixava o novo país envolto numa névoa de fabulosas riquezas, e quando Cristóvão Colombo descobriu o Haiti, em 1492, estava convencido de que tinha chegado ao misterioso Cipango.  

Já em 1540, as informações sobre o Japão estavam mais claras, pois os barcos japoneses ancoravam nas pequenas ilhas de Liampo (Ning-po), na costa chinesa, e lá tinham contacto com mercadores portugueses. Ancoravam ali também barcos chineses de junco. Foi um desses barcos, segundo a história, que se dirigia para Liampo carregando três portugueses, que sofreu uma violenta tempestade e foi parar na ilha de Tanegashima, ao sul do Japão. A data desse acontecimento é 23 de setembro de 1543, de acordo com Teppo-ki (crónica da espingarda), escrito no Japão no início do século XVII.  

Teppo-ki narra a introdução da espingarda pelos três náufragos portugueses e descreve as observações do chinês que atuou como intérprete dos estrangeiros: “Estes homens bárbaros do Sudeste são comerciantes. Compreendem até certo ponto a distinção entre superior e inferior, mas não sei se existe entre eles um sistema próprio de etiqueta (…) Não compreendem os caracteres escritos. São gente sem morada certa, que troca as coisas que possuem pelas que não têm, mas no fundo são gente que não faz mal”.  

O padre Francisco Xavier, que se encontrava em Málaca, na China, tomou conhecimento da descoberta do Japão pelos portugueses e ao conhecer um foragido japonês chamado Anjiro (que pode ser Ângelo, um nome de batismo), tomou a decisão de ir expandir a fé cristã no novo país.  

Fugindo de uma acusação de homicídio, Anjiro havia buscado refúgio no navio do capitão Jorge Álvares, que esteve no Japão em 1544. Anjiro acompanhou Francisco Xavier em 1549 ao Japão e o auxiliou no trabalho de cristianização.  Ao mesmo tempo que o cristianismo crescia, o comércio português também foi intensificando com o Japão. Os portugueses circulavam por vários portos e em todos faziam negócios. No Japão compravam prata, cobre, objetos laqueados e espadas. E vendiam sedas e ouro adquiridos na China.  

Em pouco tempo, Portugal passa a ser o único país a intermediar negócios entre o Japão e a China.  Apesar dos acontecimentos que se seguiram, como a chegada dos holandeses, a expulsão dos portugueses, o fechamento dos portos e o completo isolamento do Japão, a influência portuguesa no Japão pode ser vista ainda na atualidade. E não somente em Nagasaki, onde a presença portuguesa foi mais forte e demorada, mas em todo o arquipélago. [1] 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Conteúdo 

Nos primeiros anos de contacto entre portugueses e japoneses o mercado de escravos não se estabeleceu instantaneamente. Esta relação só se estabeleceu quando Nagasaki se tornou o destino oficial para os navios de Macau. Em 1580 Nagasaki tornou-se o porto de excelência para os navios de Macau devido á soberania de uma parte de território de Nagasaki aos jesuítas; as verdadeiras intenções da transferência de soberania do território ainda são discutidas pelos historiadores hoje em dia. Pela primeira na história das relações luso-japonesas havia uma base geográfica que permitiu a criação de comercio e trafico organizado de escravos, isto vai atrair comerciantes de toda a região de Kyushu.  

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