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Escravidão No Mundo Clássico

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Por:   •  9/10/2013  •  5.784 Palavras (24 Páginas)  •  577 Visualizações

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CONCEITO DE ESCRAVIDÃO

A escravidão da palavra denomina-se escravo da palavra, que por sua vez vem do sclavus latim, que significa slav. Da mesma forma, a palavra eslava provém da palavra sloveninu, que era o nome que eles deram aos habitantes dos povos eslavos em tempos em que estavam sujeitos à escravidão.

A escravidão é a prática social em que o ser humano assume direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. Em algumas sociedades, desde os tempos mais remotos, os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Os preços variavam conforme as condições físicas, habilidades profissionais, a idade, a procedência e o destino. O dono ou comerciante pode comprar, vender, dar ou trocar por uma dívida, sem que o escravo possa exercer qualquer direito e objeção pessoal ou legal, mas isso não é regra. Na Idade Antiga, os escravos de Esparta, os hilotas, não podiam ser vendidos, comprados ou trocados, pois eles eram propriedades do Estado espartano, que podia conceder a proprietários o direito de uso de alguns hilotas. Na antiguidade também foi comum a escravização de povos conquistados em guerras entre nações. Enquanto modo de produção a escravidão assenta na exploração do trabalho forçado da mão-de-obra.

A ESCRAVIDÃO NO MUNDO GREGO

No início do século VIII a.C. o mundo grego está dividido politicamente em uma porção de cidades. Do século VIII ao VI, o processo de formação desse mundo de cidades se completa, passando de uma sociedade camponesa e guerreira, para uma civilização centrada nas cidades (poleis). Os gregos espalharam cidades por todo o Mediterrâneo, rivalizando, no comércio, com os grandes mercadores orientais: os fenícios. A cidade — pólis, em grego — é um pequeno estado soberano que compreende uma cidade e o campo ao redor e, eventualmente, alguns povoados urbanos secundários. A cidade se define, de fato, pelo povo — demos — que a compõe: uma coletividade de indivíduos submetidos aos mesmos costumes fundamentais e unidos por um culto comum às mesmas divindades protetoras. Em geral uma cidade, ao formar-se, compreende várias tribos; a tribo está dividida em diversas frátrias e estas em clãs, estes, por sua vez, compostos de muitas famílias no sentido estrito do termo (pai, mãe e filhos). A cada nível, os membros desses agrupamentos acreditam descender de um ancestral comum, e se encontram ligados por estreitos laços de solidariedade. As pessoas que não fazem parte destes grupos são estrangeiros na cidade, e não lhes cabe nem direitos, nem proteção.

Na Grécia do período arcaico, a economia baseava-se na agricultura e na criação; terras e rebanhos pertenciam a grandes proprietários, os chefes dos clãs que diziam descender dos heróis lendários. Esses "nobres", conseguindo reduzir o papel do rei, tornaram-se de fato os dirigentes das cidades. Formavam um conselho soberano e administravam a justiça em nome de um direito tradicional pautado por regras mantidas em segredo. Somente eles eram suficientemente ricos para obter cavalos, servos e equipamentos de guerra. De suas incursões guerreiras dependia a sorte da cidade em um tempo em que as batalhas se davam em uma série de combates singulares. Proprietários do solo, detentores dos poderes político e judiciário, defensores da região, os nobres eram os verdadeiros "donos" das cidades — num regime aristocrático, ou oligárquico. Além dos nobres, compunham a sociedade grega os escravos, os servos, os trabalhadores agrícolas livres, os artesãos e também os pequenos proprietários que viviam mais modestamente em seus domínios.

Os excluídos por diversos motivos — escassez de terras, invasões, fugas, derrotas nas disputas políticas —, assim como os miseráveis e aventureiros, buscavam uma vida melhor e, quando possível, decidiam partir e formavam grupos em torno de um chefe à procura de novas terras para se instalar. Nestas, organizavam povoados ligados econômica e culturalmente à cidade grega de origem, fazendo surgir então novas cidades ou "colônias" gregas em torno do Mediterrâneo. Conquistavam novas terras, estabeleceram ligações comerciais entre regiões distantes a partir deste processo de colonização que se estende da Magna Grécia (Sul da Itália e a Sicília), ao sudeste da Gália e Espanha. Com isso, o número de cidades aumentou e algumas se transformaram em influentes centros da civilização grega.

Esta expansão levou os gregos e a civilização grega a lugares longínquos. A Grécia propriamente dita viu prosperar enormemente o desenvolvimento do comércio marítimo e do artesanato (produção de armas, cerâmica). Foi introduzido o uso da moeda, algo muito importante tanto no sentido comercial, de facilitar as trocas, como no político, já que passaram a ser emitidas pelas cidades-estados. Os estados vanguardeiros dos séculos V e IV tinham uma economia escravagista evoluída. Ateneu, escritor do século III da nossa era recolheu em obras anteriores que não chegaram até nós dados sobre a multidão de escravos existentes em algumas pólis: Corinto gozava de tal prosperidade que possuía 640.000 escravos. Como em todas as sociedades escravistas, na Grecia, a força de trabalho do escravo não era uma mercadoria, e sua aquisição não se fazia pela compra, mas por uma via não econômica: a coerção, a violência. O escravo, segundo a expressão dos gregos, não era se não um corpo (soma), objeto, um simples estrumento de produção, uma espécie de autômato. Assim como as ferramentas e o gado, o escravo era propriedade absoluta do senhor, que o podia vender, comprar, e até matar. As principais fontes de escravidão eram a importação de estrangeiros capturados, a pirataria e a guerra. Os habitantes da Síria, da Frígia, da Lídia e de outras regiões da Ásia, os países pônticos (citas), da Trácia, do Egito forneciam a maioria dos escravos gregos. A venda dos prisioneiros era um dos ramos mais lucrativos e mais importantes do comércio. O preço dos escravos era variável. O trabalho dos escravos empregava-se largamente nas oficinas artesanais, nas minas e nas pedreiras. Os escravos do Estado formavam uma categoria à parte. A lei não encarava o escravo como uma personalidade. Por uma falta cometida, ou por um simples capricho do senhor, sofriam torturas e pancadas.

Os escravos de Atenas eram em sua maioria prisioneiros de guerra (gregos ou "bárbaros", como eram chamados pejorativamente os não gregos) e seus descendentes, considerados não como seres humanos dignos, mas como "instrumentos vivos". Dos escravos, cerca de trinta

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