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Esporte Na Virada Do Seculo XIX

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Por:   •  25/3/2013  •  4.152 Palavras (17 Páginas)  •  1.143 Visualizações

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O ESPORTE NA VIRADA DO SÉCULO XIX

Luis Carlos Silva da Cruz

UNIABEU

RESUMO: O presente trabalho analizará os esportes existentes no cenário do Rio de Janeiro na virada do século XIX e fará uma introdução à chegada do futebol a cena Carioca mostrando a criação dos grandes clubes de futebol. Mostraremos que o futebol não era o esporte mais tradicional da época e que outras modalidades esportivas representavam os clubes.

PALAVRAS-CHAVE: Esporte; Rio de Janeiro; Clubes Cariocas; virada do século XIX.

Introdução

Este artigo tem por objetivo relatar detalhes da História do esporte no Rio de Janeiro do final do século XIX mostrando também o período de criação dos clubes cariocas na virada do século.

O Futebol passou a ser importante no cenário carioca somente a partir do século XX, dominando a cena anterior ao período de sua consolidação outras modalidades esportivas como o remo, o turfe.

Num período onde o Rio de Janeiro procurava modernizar-se e buscava sua inspiração no cenário internacional, primordialmente na Europa, os clubes tiveram que adaptar-se a realidade carioca e acompanhar as transformações da Capital Federal.

O Rio Antigo

A cidade do Rio de Janeiro tornou-se a capital e sede da monarquia portuguesa com a vinda da Família real ao Brasil, após a invasão napoleônica a Portugal. Com isso, a cidade do Rio de Janeiro passa a ser o centro do Brasil, mais ainda, o centro do Império luso brasileiro.

Nesse momento, a principal preocupação da Coroa Portuguesa com a cidade do Rio de Janeiro, capital do Império, era atualizá-la, trazer a civilização para os trópicos. Para que isso fosse possível, D. João VI criou instituições culturais, além de patrocinar a Missão Francesa, os civilizadores, que tiveram o dever de elevar a cidade do Rio de Janeiro, uma cidade tropical, ao nível de uma cidade européia.

Já após a independência do Brasil, durante o Primeiro Reinando e o período das Regências, a cidade foi marcada por constantes tensões. Essas tensões provinham das disputas entre diversos grupos políticos, que buscavam a hegemonia na condução política brasileira e na construção do Estado e da nação.

Na segunda metade do século XIX, sob o reinado de D. Pedro II, o Brasil ainda vivia sob o estigma da escravidão, do qual iria se libertar, graças a pressões externas (internacionais) e internas, somente em 1888, um ano antes da proclamação da república.

Podemos perceber que o Rio desta época é repleto de idiossincrasias, pois ao mesmo tempo em que buscava se modernizar, possuía ainda práticas arcaicas como a escravidão. Enquanto a evolução da cidade acontecia a todo vapor, com a melhoria do transporte, das ferrovias, iluminação, etc, estas transformações se refletiam na sociedade, mesmo que num ritmo mais lento e instigavam mudanças em seus hábitos e costumes, inclusive no que diz respeito à prática esportiva.

Neste período os esportes mais comuns no Rio de Janeiro eram os esportes aquáticos, sobretudo o remo que era um esporte da elite e que foi a base da criação de inúmeros clubes cariocas.

Devemos lembrar que o Rio de Janeiro do período em questão estava se transformando, através de grandes obras, dentre elas a modernização do porto, obras para melhoria do saneamento da cidade, reformas urbanas e sanitárias, entre outras obras, permitidas em decorrência da riqueza ocasionada pelo grande desenvolvimento da economia agro-exportadora do café, além de termos também a transição da manufatura para a indústria, numa fase onde o “moderno” incorporava o “antigo” (FILHO MILLIET, 2002, 77). Para, além disso, o Rio de Janeiro também passou por duas grandes ondas de reformas, a primeira à época de Pereira Passos, com o chamado “bota-abaixo” e que teve como sua mais famosa obra a criação da Av. Central, hoje Av. Rio Branco e a segunda onda de reformas no período Varguista que teve como principais obras a Av. presidente Vargas, o prédio da Central do Brasil e o palácio Duque de Caxias, antigo Ministério da Guerra.

Estas duas ondas de reformas representavam o início do estabelecimento do Brasil como nação em processo de desenvolvimento perante o mundo e a cidade do Rio de janeiro, enquanto capital do Brasil, buscava constituir-se como vitrine da nação, como vimos, desde o inicio do século XX, antes com Pereira Passos e depois com governo Vargas.

Em termos políticos, o período em questão era conturbado ainda, pois estávamos num período de transição entre o Império e a República, de abolição da escravidão, de laicização do Estado e posteriormente, de inserção em território brasileiro da mão de obra imigrante estrangeira. O Brasil vivia novos tempos e a Capital Nacional estava adentrado no que se conveniou chamar de Belle Époque, período onde as reformas urbanas, como já fora dito, começaram a ganhar mais força, principalmente entre 1903 e 1906 com Pereira Passos, prefeito do Rio de Janeiro nos anos de 1902 à 1906.

Os esportes

Turfe

No início do século XX, como bem falamos, o futebol não era o principal esporte, mas sim modalidades esportivas como o turfe e o remo, que começaram a ganhar espaço em território brasileiro a partir do século XIX.

Como bem sabemos, a cidade do Rio desejava tornar-se cosmopolita, mas estava cheia de problemas em decorrência do crescimento desordenado, e das péssimas condições sanitárias e de saúde. Nesse contexto as atividades esportivas viriam trazer novas perspectivas para sociedade que estava em busca de inovação e de ares mais saudáveis (FARIAS, 2003), sendo assim às atividades esportivas passam a ser umas das ferramentas determinadas pelo governo para moldar, divertir, tornar saudável e preservar a população.

“Podemos observar na cidade o desenvolvimento e melhor estruturação de um mercado de diversões, que incluía espetáculos musicais e teatrais, os primeiros momentos de nosso cinema e o crescimento das práticas esportivas”. (MELO, 2006, p. 5)

Nesse momento, através das influências culturais que adentraram no Brasil principalmente oriundas da Inglaterra e em decorrência do fato da cidade estar em pleno desenvolvimento, surgem as primeiras corridas à cavalos, datadas a partir da década de 1810, e que eram realizadas na enseada da Praia de Botafogo pelos ingleses que acabaram de chegar à cidade, anteriormente a este

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