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Fichamento: O Renascimento - Nicolau Svenko

Por:   •  27/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  6.564 Palavras (27 Páginas)  •  1.565 Visualizações

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Universidade do Estado da Bahia – UNEB                     Campus VI – Caetité[pic 1]

Departamento de Ciências Humanas – DCH                       Curso – História  

Docente – João Batista                                  Disciplina – História Moderna I

Discente – Naiana C. Machado                                            III Semestre 2015

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SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988. 6ª edição.

  1. CONDIÇÕES HISTÓRICAS GERAIS
  • “No período entre os séculos XI e XIV, caracterizado como a Baixa Idade Média, o Ocidente europeu assistiu a um processo de ressurgimento ao comércio e das cidades.” (Pág. 05)
  • “Surgiram, assim, as grandes cidades (burgos), [...].” (Pág. 05)
  • “A economia de subsistência e de trocas naturais tendiam a ser suplantada pela economia monetária, [...].” (Pág. 05)

Colapso

  • “As regiões da Itália e da Flandres, entre outras, desde cedo se beneficiaram com essas mudanças.” (Pág. 06)
  • “Por volta do século XIV, entretanto, todo esse processo de crescimento entrou em colapso. [...] a Peste Negra, a Guerra dos 100 anos e as revoltas populares.” (Pág. 07)
  • “A grande mortalidade, decorrente da peste da guerra procedeu à desorganização da produção e disseminou a fome pelos campos e cidades [...]. [...] Havia, porém, outras razões para as revoltas populares. Com o declínio demográfico causado pela guerra e pela peste, os senhores feudais passaram a aumentar a carga de trabalho e impostos aos camponeses remanescentes, a fim de não diminuir seus rendimentos. Era contra essa superexploração que os trabalhadores se revoltavam. [...] Adotou-se então, preferencialmente, o trabalho assalariado para vender seus excedentes no mercado das cidades.” (Pág. 07)
  • “O comércio sai da crise do século XIV fortalecido. [...] Por tudo isso muitos historiadores costumam tratar o século XV como um período de Revolução Comercial.” (Pág. 08)

Fortalecimento da Monarquia

  • “Outro agente que saiu fortalecido da crise do século XIV foi a Monarquia.” (Pág. 08)
  •  “Desenvolvia igualmente um sistema completo de contabilidade e de administração empresarial e financeira.” (Pág.10)
  • “Os lucros e o poder que tais privilégios propiciavam a seus detentores eram extraordinários e faziam com que eles se tornassem verdadeiros patronos dos Estados aos quais se associavam.”
  • “Tem-se, dessa forma, a imagem de um Estado transformado numa vasta empresa e ele próprio dominado por uma ou algumas casas financeiras. E era quase isso.” (Pág. 10)

Nova Ordem Social

  • “A ruptura dos antigos laços sociais de dependência social e das regras corporativas promovem, portanto, a liberação do individuo e o empurram para a luta da concorrência com outros indivíduos conforme as condições postas pelo Estado e pelo capitalismo. Para os pensadores renascentistas, os humanistas, a educação seria o fator decisivo.” (Pág. 11)
  • “É o momento da invenção da imprensa e de novos tipos de papel e de tintas. Se a introdução de uma nova técnica poderia colocar uma empresa à frente de suas concorrentes, a criação de novas armas colocava os Estados em vantagem aos seus rivais.” (Pág. 11)
  • “O objetivo era o de obter o máximo domínio sobre o meio natural, a fim de explorar-lhes os mínimos recursos em proveito dos lucros de mercado.” (Pág. 11)
  •  “A duração do dia não é mais considerada pela posição do sol ou pelas condições atmosféricas, mas pela precisão das horas e dos minutos. Em breve os contratos não falarão mais de jornada de trabalho, mas prescreverão o número exato das horas a serem cumpridas em troca do pagamento. O próprio tempo tornou-se um dos principais artigos do mercado.” (Pág. 12)

Comentário:

“No primeiro capítulo Nicolau Sevcenko aborda questões muito importantes que vão servir de alicerce para o Renascimento, onde após sair da Baixa Idade Média a sociedade medieval europeia renasce como uma nova economia, com sua monarquia e comércio fortalecidos e numa nova ordem social e cita a Itália e a Flandres como beneficiadas com essa série de mudanças. No século XIV a Europa já se encontrava num processo de crescimento demográfico e econômico, porém esses fatores foram afetados pelo colapso decorrentes da Peste negra, guerras e revoltas populares, o autor afirma que por causa desses drásticos acontecimentos os senhores feudais aumentaram a carga de trabalho e os impostos e diminuíram os rendimentos dos camponeses, a partir desse momento, o trabalho passa a ser assalariado. O comércio europeu do século XIV e a monarquia saem dessa crise fortalecidos, desenvolvendo um grande sistema econômico no qual o Estado se tornava uma vasta empresa dominada por um ou alguns patronos que se tornaram os grandes detentores do poder e do lucro.

A mudança no sistema de trabalho e o enfrentamento da concorrência tornam tanto o trabalhador como o patrono indivíduos regidos pelas novas regras do capitalismo, onde o ser humano é levado a buscar cada vez mais o domínio máximo da natureza afins dos lucros do mercado.  Em geral Nicolau faz uma visão histórica mostrando o crescimento econômico e o surgimento das cidades chamadas de burgos, destacando as grandes navegações do mar mediterrâneo, o que o faz tratar o século XV como um período de Revolução Comercial, no qual o tempo de trabalho passa a ser medido pela precisão de suas horas e minutos, tornando assim, o tempo um dos principais artigos do comércio e o indivíduo escravo dele.” 

2 - OS HUMANISTAS: UMA NOVA VISÃO DO MUNDO

  • “Embora só se tenha difundido no século XV, esse termo indicava um conjunto de indivíduos que desde o século anterior vinha se esforçando para modificar e renovar o padrão de estudos ministrado tradicionalmente nas Universidades medievais. Esses centros de formação intelectual e profissional eram dominados pela cultura da Igreja e voltados para as três carreiras tradicionais: direito, medicina e teologia. [...] Iniciou-se assim um movimento, cujo objetivo era atualizar, dinamizar e revitalizar os estudos tradicionais, baseado no programa dos studia humanitatis (estudos humanos), que incluíam disciplina esta resultante da fusão entre a retórica e a filosofia. Assim, num sentido estrito, os humanistas eram, por definição, os homens empenhados nessa reforma educacional, baseada nos estudos humanísticos.” (Pág. 13)

Inspiração na Cultura Antiga

  • “Os humanistas [...] eram todos cristãos e apenas desejavam reinterpretar a mensagem do Evangelho à luz da experiência e dos valores da Antiguidade. Valores que exaltavam o individuo.” (Pág.14)
  • “Por isso, a especulação em torno do homem e de suas capacidades físicas e espirituais se tornou a preocupação fundamental desses pensadores, definindo uma atitude que se tornou conhecida como antropocentrismo.” (Pág.14)
  • “Petrarca insistia, inclusive, em que o próprio latim degenerado, utilizado pela Igreja, devia ser abandonado em favor da restauração do latim clássico dos grandes autores do período pagão.” (Pág. 14)
  • “Estabeleceram em primeiro lugar as bases das línguas nacionais da Europa moderna e passaram, em seguida, ao estudo histórico das novas sociedades urbanas e dos novos Estados monárquicos. Eles davam assim sua contribuição para a consolidação dos Estados – Nação modernos.” (Pág. 15)

Crítica da Cultura Tradicional

  • “Crítica cultural, crítica filológica, crítica histórica: a atividade crítica, como se pode ver, foi uma das características mais notáveis do movimento humanista. Uma atividade crítica voltada para a percepção da mudança, para a transformação dos costumes, das línguas e das civilizações.” (Pág. 15)
  • “Os humanistas, por sua vez, voltavam-se para o aqui e o agora, para o mundo concreto dos seres humanos em luta entre si e com a natureza, a fim de terem um controle maior sobre o próprio destino.” (Pág. 15)

Perseguições

  • “Nem porque trabalhavam para os poderosos, esses homens se sujeitavam a ser meramente seus instrumentos pensantes. Eram ciosos de sua independência e liberdade de pensamento, às vezes com sucesso e na maior parte das vezes com custos elevadíssimos, senão pagando com a própria vida, como vimos.” (Pág. 16)
  • “Assim, o humanismo que se iniciou como um movimento típico das cidades italianas no século XV, já ganhava as principais cidades e capitais da Europa do Norte, adquirindo uma amplitude que seus promotores pretendiam que fosse universal.” (Pág. 17)

Diversidade

  • “[...] como todos esses pensadores partiam do pressuposto do respeito à individualidade de cada um, houve inúmeras correntes diferentes dentro do humanismo [...] que distinguiam entre si quer pela tradição filosófica na Antiguidade a que se ligavam (platonismo, aristotelismo), quer pela temática que abordavam da preferência (estudo da natureza, estudo da história, estudo da personalidade humana, estudo da matéria religiosa), quer pela prática a que se dedicavam (política, pesquisa científica, arte, poesia).” (Pág. 18)
  • “O palco mais prodigioso da efervescência renascentista foi sem dúvida a riquíssima cidade italiana de Florença. Ali se definiu desde cedo uma das mais significativas correntes do pensamento humanista: o platonismo, [...]. O aspecto mais característico e notável do platonismo florentino consistia no seu espiritualismo difuso, condensado na filosofia da beleza. [...] A produção do belo através da arte é o ato mais sublime de que é capaz o homem. Mas a arte não é mera imitação da natureza e sim sua separação no sentido da perfeição absoluta.” (Pág. 18)
  • “Os rivais mais próximos dos florentinos eram os intelectuais da Escola Pádua, ligados à tradição aristotélica. [...] Pádua tornou-se um centro de estudos voltado principalmente para a medicina e os fenômenos naturais, desligado de preocupações teológicas. [...] (se ligavam) ao raciocínio naturalista de Arrevóis, o grande comentador árabe da obra de Aristóteles. [...] eles desenvolveram um pensamento e uma atividades voltados para o estudo e a observação da natureza, acompanhado de experimentos e de pesquisa empírica, fundando assim um procedimento que poderíamos já denominar de científico [...].” (Pág. 18-19)
  • “Os paduanos levaram seu naturalismo a ponto de romper com alguns dos dogmas fundamentais da Igreja, acreditando, junto com Arrevóis, na supremacia natural da razão, negando a criação, a imortalidade da alma e os milagres.” (Pág. 19)

Religião Renovada e Ordem Política Estável

  • “O chamado humanismo cristão, ou filosofia de Cristo, desenvolveu-se principalmente no Norte da Europa, centralizado na figura de Erasmo de Rotterdam e de seus companheiros mais próximos, como Thomas Morus e John Colet. A obra de Erasmo, o Elogio da Loucura, constitui o texto mais expressivo desse movimento. Todo repassado de fina ironia, ele ataca a imoralidade e a ganância que se havia apossado do Clero e da Igreja.” (Pág. 20)
  • “Segundo essa corrente, o Cristianismo deveria centrar-se na leitura do Evangelho [...], no exemplo da vida de cristo, no amor desprendido, na simplicidade da fé e na reflexão interior.” (Pág. 20)
  • “Os paduanos Albertino Musato e Marcílio de Pádua, já por volta do início do século XIV, consideravam que eram os homens e não a Providência Divina os responsáveis pelo sucesso ou fracasso de uma comunidade civil em organiza-se, prosperar e expandir-se. Marcílio ainda mais longe e insistia em que a comunidade civil se constituía com vistas à realização e à defesa dos interesses de seus membros, em cujas mãos, em última instância, repousava todo o poder político. Assim sendo, nem os homens existiam e se reuniam para adorar a Deus, nem era ele o fundamento de toda autoridade.” (Pág. 21)
  • “Na geração seguinte, de meados do século XIV ao início do XV, seriam os florentinos que fariam avanços nessas posições. [...] Conclamavam assim seus concidadãos a lutarem pela preservação dessa tradição, pois se a autoridade política desmoronasse e a cidade perdesse a independência [...]. O fim de Florença seria o fim da cultura humanista e o fim do homem livre.” (Pág. 21)

Os Utopistas

  • “As três obras tratam do mesmo tema: concebem uma comunidade ideal, puramente imaginária, onde os homens vivem e trabalham felizes, com fartura, paz e mantendo relações fraternais. Todas essas comunidades contam com um poder altamente centralizado, porém justo, racional e inspirado, o que torna plenamente legítimo e incontestável para os membros da sociedade.” (Pág. 21)
  • “Um sonho muito caro para a camada que se arrogava agora o monopólio da razão.” (Pág. 22)
  • “A concepção de que tudo já está realizado no mundo e que aos homens só cabem duas opções, o pecado ou a virtude, não faz mais sentido.” (Pág. 22)
  • “Enfim, o homem é a medida de si mesmo e não pode ser tolhido por regras, deste ou de outro mundo, que limitem suas capacidades. E se cada indivíduo é um ser contraditório entre as pressões de sua vontade, de seus sentimentos e de sua razão, cabe a cada um encontrar sua resposta para a estranha equação do homem.” (Pág. 22)

Comentário:

“Os Humanista tiveram um papel fundamental no processo de mudança da sociedade medieval do século XV, apesar de desde antes esses indivíduos se esforçavam para modificar toda uma estrutura sustentada por séculos. Eles lutavam por uma reforma, tanto no campo educacional das universidades de seu tempo e na religião, quanto em outros aspectos como a língua, a realização das missas em latim feitas de costas, o controle maior sobre seu próprio destino, dentre outras coisas.

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