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Guerra Dos Emboabas

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Por:   •  4/8/2014  •  1.143 Palavras (5 Páginas)  •  550 Visualizações

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A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de 1707 a 1709 pelo direito de exploração das recém-descobertas jazidas de ouro na região de Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs os desbravadores vicentinos e os forasteiros que vieram depois da descoberta das minas. O primeiro grupo, formado pelos bandeirantes paulistas, havia descoberto a região das minas e, por esta razão, reclamava a exclusividade de explorá-las. Já o grupo heterogêneo composto de portugueses e migrantes das demais partes do Brasil, sobretudo da costa leste nordestina, liderado por Manuel Nunes Viana, era pejorativamente apelidado de "emboabas" pelos paulistas.

Em novembro de 1708, Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, foi um dos palcos do sangrento conflito envolvendo os direitos de exploração de ouro na futura Capitania de Minas Gerais. Este episódio não foi todo esclarecido ainda, sendo que, nele, várias passagens permanecem obscuras. Uma das teses levantadas é a que diz que tudo começa quando a frente luso-nordestina se choca com os paulistas subindo o rio São Francisco com o seu gado.

Logo que a descoberta do ouro se espalhou, milhares de pessoas se deslocaram para a região, ficando pejorativamente conhecidos como "emboabas". O termo é proveniente do termo da língua geral paulista mbóaba, que significa literalmente "pata peluda" (mbó, pata + aba, peluda). Originalmente, o termo designava as aves com pernas cobertas de penas. Como os forasteiros sempre usavam calças e sapatos, ao contrário dos bandeirantes, estes começaram a utilizar o termo para se referir aos forasteiros.1 2 3

Em sentido diverso, segundo o Dicionário Houaiss, emboaba seria a junção das palavras tupis mbo ("fazer que") + aba ("ferir"), sendo que mbo'aba seria um epíteto coletivo, aplicado a um grupo, e não apenas a um indivíduo. Assim, "os que invadem, agridem".

A corrida pelo ouro atraiu, para a região, cerca de 50 mil pessoas "que fervilhavam à beira dos rios e caminhos, nos sertões distantes e inóspitos".2 Os bandeirantes se achavam com maiores direitos sobre o ouro das minas, seja por eles terem sido os descobridores do lugar, seja por aquela região fazer parte da capitania de São Vicente, seja pela debilidade recente demonstrada pela coroa portuguesa ao ter de recorrer à ajuda dos bandeirantes paulistas para vencer a Guerra dos Palmares e a Confederação dos Cariris.4 Prova disso foi petição da Câmara de São Paulo, de 7 de Abril de 1700, que requereu que a outorga do território aurífero fosse dada exclusivamente pelas autoridades dessa capitania. Teve papel, no conflito, o protetor de Manuel Nunes Viana, Pascoal da Silva Guimarães.

Enquanto isso, os colonos da Bahia e de Pernambuco estavam muito mais ligados aos portugueses que aos paulistas. Os nomes que trocaram entre si mostravam suas diferenças. Os da terra eram chamados de "nômades", ou "bandoleiros sem lei"; estes, por sua vez, apelidaram os estrangeiros e os vindos de outras capitanias brasileiras de "emboabas".

Para os paulistas, aqueles que não participaram dos esforços na procura de ouro não deveriam ter os mesmos direitos na exploração. A tensão entre os paulistas (também chamados de vicentinos) e os demais exploradores crescia, motivada pelo aumento no fluxo populacional e pela insistência dos paulistas e emboabas de controlarem a região2 .

Apesar de se misturarem pelas regiões povoadas das minas, paulistas e emboabas não se uniam: ao contrário, se juntavam cada grupo com um representante. O ex-bandeirante Manuel de Borba Gato era o líder dos paulistas, enquanto os emboabas eram liderados por Manuel Nunes Viana, português que veio para Bahia jovem, e era conhecido por atos de coragem que o trouxeram para a região onde era proprietário de lucrativas minas.

Outra causa da guerra seria o alto preço dos mantimentos, inclusive pela limitada oferta em ocasião do aumento da demanda.2 Os comentários de Antonil em 1709 o provam e se tornou clássico o trecho em que relata: "a abundância de mantimentos e de todo o usual que hoje há nas Minas e do pouco caso que se faz dos preços extraordinariamente altos: um alqueire de farinha em São Paulo custava 640 réis, mas em Minas

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