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HOMEM E SOCIEDADE

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Por:   •  13/6/2013  •  4.507 Palavras (19 Páginas)  •  889 Visualizações

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MÓDULO 5 – item 5.1

Conteúdo para a NP-2 (2º bimestre)

Item 5.1 - Relações étnico-culturais: questões sociais; preconceito e direitos.

Bibliografia básica:

Relações étnico-culturais. “Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.” Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. MEC, Brasília: 2004. Texto disponível eletronicamente no endereço, http://www.espacoacademico.com.br/040/40pc_diretriz.htm

Textos complementares:

LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia, SP: Brasiliense. 1995. Especialmente os capítulos de 1 a 5 da Primeira Parte, “Marcos para uma história do pensamento antropológico”, nas páginas 37-94.

- Sobre a formação étnico-racial e a cultura nacional:

SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. Complexo de Zé Carioca - Notas sobre uma identidade mestiça e malandra. Disponível em

http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_29/rbcs29_03.htm

Este item aprofunda os temas relacionados à diversidade cultural e as relações entre grupos com culturas diferentes, como acontecem atualmente.

O objetivo é analisar o preconceito como uma forma de desrespeito aos direitos dos povos e suas culturas.

A diversidade étnica e o contato cultural

O contato entre diferentes culturas sempre existiu, considerando a história da humanidade.

Entretanto, devido a condições históricas, esse contato não promoveu qualquer tipo de preocupação política ou intelectual até o momento conhecido como “Grandes Navegações”, a partir de 1492 quando a Europa passou a navegar por todo o globo. Não existe um único motivo, mas uma série de razões relacionadas a isto.

Do ponto de vista das práticas dos navegantes e governos europeus, os interesses relacionados à conquista de territórios coloniais, ou ainda estabelecimento de comércio com povos extra-europeus, foram elementos responsáveis pela crescente aproximação de culturas.

Da perspectiva científica, as Navegações fizeram parte do ambiente intelectual que deu surgimento às ciências da sociedade dois séculos mais tarde – as Grandes Navegações ocorrem no século XVI e o surgimento de uma filosofia social no século XVIII, com a publicação dos primeiros trabalhos científicos no século XIX. Ou seja, o ser humano se torna objeto de investigação científica como um dos resultados da empreitada colonialista da Europa, pois antes disso as explicações religiosas sobre as diferentes sociedades, bastavam a todos.

Por isso, antes do evento colonialista, as diferenças culturais eram tomadas como algo “natural”, ou fruto da vontade divina, não sendo pensadas como algo sobre o qual fosse preciso refletir e explicar.

Portanto, até o século XIX os europeus consideravam muito natural dominar e submeter outros povos. Sempre havia sido assim na história até então. As guerras e conquistas, que colocavam o vencedor como aquele que estabelece as regras do “jogo” e por ser “mais forte” podia utilizar qualquer recurso para manter o poder. A escravidão, o extermínio de inimigos que oferecessem “resistência” para ser conquistado, a imposição de leis que colocam um povo vencido em condições desfavoráveis perante o conquistador, tudo era praticado sem que qualquer instituição, mesmo a Igreja, questionasse os métodos e consequências desumanas desse sistema.

Evolucionismo social e poder:

No século XIX, apesar da conquista de direitos pelos cidadãos europeus e norte-americanos, que viviam em democracias recém-criadas, os Estados nacionais, os povos de países onde o capitalismo não produzira a mesma riqueza permaneciam à margem desse processo.

O “evolucionismo social”, ou “darwinismo social” dominava as explicações científicas sobre a diversidade cultural.

Para os europeus, a população européia era “mais evoluída” culturalmente, por isso dominava grande parte do mundo. As populações nativas da América (povos pré-colombianos), África e Austrália eram os “povos primitivos”, e em uma escala intermediária, chamados de “povos bárbaros”, estariam as civilizações do Oriente Médio, Índia, China e povos orientais em geral.

O fato de apenas os povos europeus até aquele momento, e uma das ex-colônias (Estados Unidos da América) terem desenvolvido o pensamento científico, era o fundamento que sustentava todo esse esquema que colocava a diversidade cultural dentro de uma escala classificatória que identificava cada povo como representante de um “momento evolutivo” diferente.

Esse pensamento deu margem para que a sociedade européia primeiro, e depois sua extensão americana se sentisse a vontade para julgar, por exemplo, os povos indígenas do Brasil como “preguiçosos”, ou outros povos como “atrasados” em sua mentalidade geral.

Quanto mais afastado do modo de vida europeu, e do tipo de suas instituições organizadoras da vida social (o tipo de Estado, exército, família e parentesco, escolas, sistema de leis, etc.) mais primitivos eram considerados.

Assim, a teoria do evolucionismo social foi criada e reproduzida pelo mesmo povo que detinha o poder dominador sobre os outros, e esse domínio econômico e militar passou a contar com uma justificativa científica, que afirmava sua superioridade cultural e histórica. A esse tipo de prática chamamos “eurocentrismo”, pois naquela época o poder influenciou a produção de conhecimento, sendo muito “cômodo” criar uma teoria onde seu próprio povo era considerado centro do mundo, de qualquer perspectiva que se abordasse a questão.

A

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