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Historia

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Por:   •  9/3/2015  •  4.882 Palavras (20 Páginas)  •  166 Visualizações

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Os seres humanos podem ser considerados um enorme sucesso ecológico, devendo ser o animal de grandes dimensões mais abundante na Terra. Os únicos que se podem aproximar de nós são os que domesticamos (vacas, galinhas, porcos e ovelhas) ou os que dependem dos habitats por nós criados (pardais e ratos, por exemplo).

Será por isso surpreendente notar que o nosso sucesso se deve a uma série de quase falhanços dignos de filme de suspense: somos grandes primatas, um grupo que quase se extinguiu há 15 M.a. em competição com os macacos, mais eficientes. Somos primatas, um grupo de mamíferos que quase se extinguiu há 45 M.a. em competição com os roedores, mais eficientes. Somos tetrápodes sinapsídeos, um grupo de répteis que quase se extinguiu há 200 M.a. em competição com os dinossáurios, mais eficientes. Somos descendentes de peixes com patas, que quase se extinguiram há 360 M.a., em competição com peixes de barbatanas, mais eficientes. E, por último, mas não menos espantoso, somos cordados, um grupo que sobreviveu mesmo à justa no Câmbrico, em competição com os artrópodes, brilhantemente bem sucedidos como se sabe ....

E no entanto, eis o nosso sucesso ecológico sem comparação!

Há cerca de 200 M.a., no início da era Mesozóica – a era dos répteis -, quando surgiram os primeiros dinossáurios, aparece pela primeira vez indicação da presença dos mamíferos.

Estes primeiros mamíferos, actualmente considerados descendentes de répteis terapsídeos, apenas deixaram para a posteridade pedaços de crânios, dentes e mandíbulas mas tal foi o suficiente para obter muitas informações sobre esses animais:

•eram animais pequenos, do tamanho de ratos actuais;

•apresentavam dentes afiados, logo deveriam ser carnívoros. No entanto, devido ao seu tamanho, pensa-se que se alimentariam principalmente de insectos e vermes, ovos de répteis, etc.;

•eram homeotérmicos, facto que pode ser deduzido da presença de palato (céu da boca) ósseo a separar a boca do nariz nos crânios. Esta característica existe nos organismos que respiram continuamente, mesmo quando se alimentam, o que é típico de organismos com elevados gastos energéticos, como os homeotérmicos. Este facto permitia-lhes manterem-se activos de noite e ao entardecer;

•eram animais nocturnos, dado o elevado tamanho das órbitas;

•teriam uma audição apurada pois o ouvido apresentava três ossos, enquanto os répteis apenas têm dois.

Até há cerca de 65 M.a. os mamíferos continuaram a sua existência nocturna discreta, até que os dinossauros se extinguiram. A libertação de tão grande número de nichos ecológicos provocou uma explosiva radiação adaptativa, surgindo em muito pouco tempo, do ponto de vista geológico, todas as principais ordens de mamíferos actuais: monotrématos, marsupiais e placentários. Por este motivo, a era Cenozóica é designada a era dos mamíferos. TOPO

Ordem Primata

Os primatas constituem um grupo diversificado, que forma estruturas sociais complexas. A separação dos continentes, principalmente da Eurásia e da América, levou a duas grandes linhas evolutivas de primatas: símios do novo mundo (platirrineos) e símios do velho mundo (catarrineos). Deste último grupo, com evolução em África, surgiu o ramo antropomórfico.

Estes animais vivem geralmente em florestas tropicais, onde os seus membros hábeis e preênseis são uma boa adaptação à vida nas árvores. Em algumas espécies a cauda também é preênsil.

Os cientistas consideram a existência de cerce de 200 espécies de primatas, mas, com o desenvolvimento dos estudos conservacionistas, muitas outras têm vindo a ser descritas desde 1990.

A variedade de primatas é facilmente reconhecida quando se observa um lémur-rato com 35 g e um gorila com mais de 200 Kg. No entanto, existem características mais ou menos comuns, como a presença de unhas e cauda (excepto nos antropomorfos).

Com excepção de algumas espécies de cetáceos, é nos primatas superiores que o cérebro é tão maior relativamente ao corpo, facto considerado um sinal de inteligência. Os hemisférios cerebrais, que tratam a informação sensorial e coordenam as respostas motoras, são muito desenvolvidos, permitindo uma visão apurada (fundamental para saltos precisos entre ramos).

Os primatas estão em sério risco pois as suas populações estão em rápido declínio devido à destruição de habitat e à caça ilegal de espécies protegidas (gorilas e orangutangos, por exemplo). Os primatas são também muito utilizados em pesquisas médicas e espaciais, devido à sua proximidade genética com o Homem.

O que distingue os primatas das outras ordens de mamíferos ?

A evolução de insectívoro a primata provocou algumas adaptações importantes:

•Adaptação à vida arborícola – a vida arborícola é característica de todos os primatas, excepto o Homem, sendo um meio eficaz de evitar ataques de predadores. Este facto verifica-se mesmo em primatas que durante o dia vivem no solo, pois à noite dormem em ninhos nas árvores. Para que possam viver deste modo várias estruturas se desenvolveram:

•dedos preênseis - os primatas são, comparativamente, pouco especializados, pois as suas extremidades ainda se assemelham às dos mamíferos primitivos, ou seja, às dos répteis. Esses antigos mamíferos apresentavam sempre cinco dedos separados em cada membro, mas a maioria evoluiu para extremidades melhor adaptadas a correr, saltar, capturar a presa, cavar ou nadar. Apenas os primatas mantêm o padrão primitivo, acrescentando um polegar oponível, tanto nos membros anteriores como posteriores.

•unhas - os dedos não apresentam garras, o que facilita a protecção das polpas tácteis das pontas dos dedos e facilita o acto de agarrar.

•articulações com grande mobilidade – as articulações do punho, cotovelo, ombro, anca e pescoço são particularmente móveis, o que torna os primatas animais muito ágeis. A nível do membro anterior, os primatas mantiveram outros aspectos considerados primitivos:

•a estrutura quadrúpede básica

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