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História Da Agrigultura No Mundo

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Por:   •  18/11/2014  •  2.966 Palavras (12 Páginas)  •  254 Visualizações

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HISTÓRIA DA AGRICULTURA NO MUNDO

Há aproximadamente 12.000 anos A.P., começa a desenvolver-se um novo processo de fabricação de instrumentos, o polimento da pedra. Essa novidade inaugura o último período da Pré-História, o Neolítico. Este se prolongará até o aparecimento da escrita e da metalurgia. Além dos machados e enxós que se podem fabricar por meio do polimento de todos os tipos de pedras duras e passíveis de serem afiadas várias vezes, essa época é marcada por outras inovações revolucionárias, como a construção de moradias permanentes, a cerâmica de argila cozida e os primeiros desenvolvimentos da agricultura e da criação.

Entre 10.000 e 5.000 anos A.P., algumas dessas sociedades neolíticas tinham, com efeito, começado a semear plantas e a manter animais em cativeiro, visando a multiplicá-los e a utilizar-se de seus produtos. Nesta mesma época, após algum tempo, essas plantas e esses animais especialmente escolhidos e explorados foram domesticados e, assim, essas sociedades de predadores se transformaram, progressivamente, em sociedades de cultivadores e criadores. A partir de então, as sociedades de cultivadores e de criadores introduziram e desenvolveram espécies domesticadas na maior parte dos ecossistemas do planeta, transformando-os então, por seu trabalho, em ecossistemas cultivados, artificializados, cada vez mais diferentes dos ecossistemas naturais originais. Essa passagem da predação à agricultura é conhecida como Revolução Agrícola Neolítica.

No começo dessa mudança, as primeiríssimas práticas de cultura e de criação, que de agora em diante chamaremos protocultura e protocriação, eram aplicadas a populações de plantas e animais que não tinham perdido suas características selvagens. Mas, de tanto serem cultivadas e criadas, tais populações adquiriram características novas, típicas de espécies domésticas que estão na origem da maior parte das espécies ainda cultivadas ou criadas atualmente.

Cabe salientar que o homem não nasceu agricultor: quando surgiu, o Homo sapiens sapiens era caçador-coletor. Quando começou a praticar os cultivos e a criação, não encontrou na natureza nenhuma espécie previamente domesticada, mas domes- ticou um grande número delas. Também não dispunha de instrumentos anatômicos adaptados ao trabalho agrícola, mas fabricou-os em todas as variedades, e cada vez mais poderosos. Graças a esta prática, pôde ajustar os sistemas de cultivo e de criação extremamente variados e adaptados aos diferentes meios do planeta, mudando-os de acordo com suas necessidades e de acordo com as ferramentas disponíveis. As formas de agricultura estavam baseadas na exploração combinada de várias espécies, segundo modalidades de organização e de funcionamento muito diversas. Diversidade que se deve ao fato de que as sociedades humanas de cultivadores e criadores não são um simples resultado da evolução das espécies.

As regiões do mundo nas quais os grupos humanos, que viviam exclusivamente da predação de espécies selvagens, se transformaram em sociedades baseadas principalmente na exploração de espécies domésticas são, na realidade, pouco numerosas, não muito extensas e bastante afastadas umas das outras. Elas constituíam o que chamamos centros de origem da revolução agrícola neolítica, entendendo-se que o termo centro designa uma área, e não um ponto de origem. A partir de alguns desses centros, que nomearemos centros irradiantes, a agricultura estendeu-se a seguir para a maior parte das regiões do mundo. A cada centro irradiante corresponde, assim, uma área de extensão particular, que compreende todas as regiões atingidas pela agricultura oriundas desse centro. No entanto, certos centros não deram origem a uma área de extensão muito importante.

Nas áreas de extensão, novas espécies de plantas e de animais foram domesticadas, e certas zonas que forneceram um grande número dessas novas espécies domésticas constituem, a partir dos centros de origem, verdadeiras áreas secundárias de domesticação. As sociedades de cultivadores e de criadores oriundas dos centros de origem geralmente propagam seu novo modo de vida colonizando passo a passo os diferentes territórios exploráveis do planeta. Agindo dessa forma, elas também encontraram sociedades de caçadores-coletores preexistentes, mais ou menos evoluídas, praticando às vezes também a protoagricultura, as quais, através desse contato, se converteram à agricultura. Tanto nos centros de origem como nas áreas de extensão, as primeiras sociedades de agricultores se encontraram principalmente confrontadas a dois grandes tipos de ecossistemas originais: os ecossistemas arborizados mais ou menos densos, nos quais elas puderam praticar diversas formas de cultivo de derrubada-queimada e, acessoriamente, a criação de animais; e os ecossistemas herbáceos e abertos, onde, ao contrário, elas desenvolveram amplamente criações pastoris variadas, associadas ou não a algum cultivo. Essas sociedades também encontraram diversos meios inexploráveis através de cultivos ou criações, os quais continuaram virgens ou ocupados pelos caçadores-coletores.

OS GRANDES CENTROS IRRADIANTES

O centro do Oriente Próximo - No Oriente Próximo, onde se formou um dos mais antigos e mais conhecidos centros de origem da agricultura neolítica, a lenta transição da predação à agricultura durou mais de 1.000 anos e revolucionou todos os aspectos técnicos, econômicos e culturais do modo de vida dos homens. Naquela região do mundo, há aproximadamente 12.000 anos A.P., o aquecimento pós-glacial do clima fez com que a estepe fria fosse substituída progressivamente pela savana de faias e de pistacheiras, rica em cereais selvagens (cevada, trigo einkorn – Triticum monococcum, trigo amidoneiro – Triticum dicoccum, etc.) e que proporcionava também outras fontes vegetais exploráveis (lentilhas, ervilha, ervilhaca e outras leguminosas), assim como animais variados (javalis, cervos, gazelas, asnos e cabras selvagens, coelhos, lebres, pássaros, etc.) e peixes em certos locais. Abandonando a caça à rena e a outros animais da tundra, expulsas para o norte devido ao aquecimento do clima, os habitantes das cavernas adotaram progressivamente novos modos de predação, centrados na exploração de cereais selvagens muito abundantes, capazes, por si só, de suprir grande parte das necessidades calóricas da população. O complemento protéico da ração alimentar provinha dos produtos da caça, da pesca, da coleta de leguminosas. Esse regime alimentar, predominantemente vegetariano, baseava-se na exploração de recursos abundantes – como jamais existira antes –, a ponto de permitir a subsistência de uma população numerosa e sedentária.

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