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Hollywood e a Crise de 1929

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Por:   •  29/3/2014  •  Artigo  •  882 Palavras (4 Páginas)  •  314 Visualizações

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Hollywood e a Crise de 1929

Um pouco da história da capital norteamericana do cinema durante a crise econômica que varreu o país

Will Hays, chefe da Associação de Produtores e Distribuidores de Filmes, disse em 1934 que “nenhum meio contribuiu tanto quanto o filme para manter o moral nacional durante um período caracterizado pela revolta, revolução e turbulência política”. Durante a Crise de 1929, Hollywood desempenhou um fundamental papel psicológico e ideológico nos Estados Unidos, garantindo segurança e esperança para uma nação despedaçada economicamente. Imagine que mesmo durante os momentos mais negros da Depressão, algo entre 60 e 80 milhões de americanos iam ao cinema toda semana, enquanto os filmes sustentavam os ânimos dos cidadãos desesperados com o desemprego e a miséria.

Embora toda a indústria cinematográfica se considerasse intocável pela crise, Hollywood não era mais imune que qualquer outra empresa aos efeitos catastróficos que afetaram todo o estilo de vida americano. Para financiar a compra de novas salas de projeção e para converter as existentes em cinemas com som, os estúdios triplicaram suas dívidas durante a década de 20, alcançando a incrível soma negativa de 410 milhões de dólares. Como resultado direto, a própria viabilidade do negócio foi colocada em xeque. Por volta de 1933, as bilheterias haviam caído 40% e, para sobreviver, a indústria cortou salários e custos de produção, além de fechar as portas de um terço das salas de exibição de todo o país. Para aumentar as bilheterias os cinemas apostaram nas mais estapafúrdias alternativas, como baixar o preço das entradas para 25 centavos de dólar, distribuir refeições gratuitas e até premiar com dinheiro algum felizardo sorteado.

O maior motivo para tantas pessoas irem ao cinema em meio à Depressão foi o escapismo. No escuro das salas de exibição todos podiam esquecer seus problemas por algumas horas. Críticos esquerdistas comumente comparavam o cinema americano com o “pão e circo” romanos, como uma forma de distrair a população dos problemas, reforçando valores antigos e despejando radicalismo político.

Ainda assim, os filmes eram mais que mero escapismo, porque a maioria dos filmes da época eram baseados na realidade da época. Os tipos de filmes que Hollywood produzia iam mudando de gênero conforme o humor da população. Nos primeiros anos de crise, como o sentimento primário era de desespero, nas telas de cinema foram refletidos uma sucessão de gângsteres com metralhadoras, prostitutas nojentas, políticos ladrões e advogados charlatões. As comédias lançadas nos anos mais escuros da crise expressavam um desdém quase anarquista pelas instituições tradicionais.

Mas os filmes de gângsteres e o abuso da sexualidade nas comédias no início dos anos 30 provocaram católicos e protestantes, criando uma série de boicotes e reclamações de grupos religiosos. Hollywood criou então um escritório para revisar todo script a ser produzido para garantir que não ferisse o Regimento de Produção de Filmes Silenciosos, Sincronizados e Falados. Esse regimento, por sinal, foi escrito por um padre jesuíta, mas os produtores da indústria disseram que as normas deveriam ser mais como uma ferramenta de relações públicas, não funcionando como uma censura. Esse desdém fez os católicos formarem a famosa Legião da Decência, que infernizou não

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