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Medieval oriente

Por:   •  18/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.223 Palavras (5 Páginas)  •  181 Visualizações

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Capitulo ll
Ordem senhorial e crescimento feudal

O ano mil marca um momento de desenvolvimento na sociedade medieval, mas os resultados se mostram a partir do século X e se estendem ao XI, mesmo sendo assim entendido o ano mil se mostra um objeto de debate entre os medievalistas, que associam este período a uma mutação social, já outros fazem prevalecer a continuidade além da mudança do milênio. Para o homem medieval desta época era muito forte o medo do fim dos tempos, devido as crenças cristãs primitivas.

Mas o autor nos mostra no texto que este fato não é tão influente, relatando como outros medievalistas pensam a respeito, alguns notam” uma espera particularmente intensa do fim dos tempos e interpretam-na como uma reação popular diante da violência senhorial e das convulsões da mutação feudal” (P. 99), “Outros, enfim, consideram que não passou nada de particular em torno do ano mil, nem medos escatológicos, nem mutação feudal. [...] Enfim, o mais importante, se se faz questão absoluta de evocar o ano mil, consiste em inverter a perspectiva tradicional e a transformar o sinistro símbolo de obscurantismo medieval em uma etapa no surgimento e na afirmação do Ocidente cristão” (P. 99)

Devido a uma grande dificuldade de obter dados demográficos sobre a Idade Média e a não existência de recenseamentos regulares, mas através de aproximações pode-se considerar que, entre os séculos XI e XIII, a população europeia dobrou ou até triplicou em certas regiões. Esses dados são reforçados pela alta fecundidade e pela diminuição das epidemias no período. Mas, a fome não desapareceu completamente nessa época, houve a necessidade das pessoas adaptarem os hábitos alimentares à disponibilidade de alimento, por exemplo, fabricando pães com uva, ingerindo carnes consideradas impróprias para o consumo humano (serpentes, ratos) e até por meio do canibalismo. 
Com o passar do tempo, a fome generalizada diminuiu na Europa e, assim, a expectativa de vida da população aumentou: “enquanto ela não ultrapassava vinte anos no século II, apogeu de Roma antiga, ela salta para 35 anos por volta de 1300”. (P.101) A necessidade de alimentar uma população dobrada exigia um crescimento da produção agrícola, mas a forma como a agricultura era praticada no Ocidente não possibilitava a obtenção de maiores rendimentos. Tornou-se necessário ampliaras áreas de plantio, utilizando áreas antes consideradas improdutivas. Essa ampliação das terras cultiváveis somada a um melhor uso de fertilizantes permitiu conseguir melhores rendimentos com a produção agrícola, especialmente com os cereais que eram uns dos alimentos básicos da população. Logo, o processo de associação de cereais diferentes em uma plantação se generalizou, e o sistema de rotação trienal também se desenvolveu e trouxe vários benefícios, pois permitia “duas colheitas por anos, equilibrando, assim, os riscos climáticos”. (P.103) Várias inovações na agricultura contribuíram ainda mais para o crescimento dos rendimentos agrícolas. O uso da charrua nos solos mais pesados, ao invés do arado, aliado ao desenvolvimento de uma nova atrelagem para a tração animal, que permitiu a substituição dos bois pelos cavalos e, Na Idade Média não houve verdadeiras inovações técnicas, mas a difusão e generalização de práticas, já conhecidas anteriormente, que se encontravam sem utilidade. Como exemplo disso os moinhos de vento e de água, já que devido à grande disponibilidade de escravos em Roma não era necessário usá-los, mas com o declínio da escravidão na Idade Média mostraram-se bastante úteis e deixaram de ser uma “curiosidade intelectual, sem utilidade prática”. (p. 106) O uso de metais também cresceu, pois com o “centro de gravidade europeu” (p.106) transferido do mediterrâneo para regiões mais ao norte, passou-se a aproveitar a grande disponibilidade de minas nessas regiões e, isso permitiu um aumento do uso de instrumentos de metal, a exemplo das espadas.

As produções artesanais e têxteis também se intensificaram com o crescimento da zona rural e os seus excedentes passaram a favorecer o comércio realizado nos burgos. Além desses fatores, a história do clima, um assunto no qual os homens não podem interferir, também ajudou o desenvolvimento agrícola europeu, pois tudo indica que o clima tornou-se mais quente por volta do século X, e contribuiu ainda mais para a mudança do “centro de gravidade europeu” para o norte. Não há consenso entre as tendências historiográficas quanto aos motivos que possibilitaram o desenvolvimento demográfico europeu dos séculos XI ao XIII. Segundo Marc Bloch, o aumento da população teria criado a necessidade de aumentar a produção de alimentos. Essa necessidade teria incentivado o homem a desenvolver novas técnicas agrícolas para poder atender a demanda da população em crescimento. Já  Lynn White mostra-se contrário as ideias de Bloch, pois para White foi o desenvolvimento de novas técnicas de plantio, iniciado no final da Alta Idade Média, que permitiu aumentar a produção e, assim, bem alimentada a população pôde crescer.
A aristocracia era a classe dominante no ocidente medieval, comandava os homens, tinha total poder sobre as terras e as atividades guerreiras, as definições para este grupo eram muito variáveis, mas Joseph Morsel prefere a noção aristocracia, que o historiador deve construir pondo “ênfase na dominação social exercida por uma minoria cujos contornos permanecem por muito tempo e fluidos, no lugar da noção de nobreza” (P. 110).
O termo nobreza é frequente, mas somente no fim da idade média que se dá uma verdadeira noção de nobreza, tal como concebemos, sendo ela uma “categoria social fechada e definida por um conjunto de critérios estritos (dentre os quais o sangue tem um papel  primordial)” (P. 110) ser nobre é uma forma de distinção do comum, no modo de viver, nas atitudes e por sinais de ostentação que vão da vestimenta a forma de se portar na mesa, como também por um prestigio herdado dos antecedentes, enfim a nobreza é que separa uma minoria que exibe seu poder e superioridade, da massa dominada, que vivem confinados a uma existência sem brilho e vulgar.
 
Relação entre nobreza e cavalaria,  elas se mesclaram, a tal ponto onde uma se funde a outra (adubamento), também nos mostra as formas de poder da aristocracia com seus castelos, “todas as atividades da nobreza tem, ao mesmo tempo, uma finalidade material e uma significação simbólica, visando manifestar prestigio e hegemonia social” (P. 118)
Ética cavalheiresca  seguia alguns valores, e que são exaltados em canções de gesta, narrativas épicas, e por fim os romances cavalheirescos, estes valores são: a força física, a coragem e as habilidades em combate, e de maneira especifica na sociedade feudal, a honra e  a fidelidade. Na sociedade feudal existe uma relação social entre o senhor, intitulado de dominus, e os produtores totalmente dependentes, que são denominados como homines propii (homens do senhor) ou “vilãos”.

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