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Movimento Negro Conquista Espaços

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Por:   •  5/11/2013  •  948 Palavras (4 Páginas)  •  432 Visualizações

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O movimento negro vem conquistando cada vez mais espaço de atuação na sociedade. Exemplos desse esforço contínuo são inúmeros: da promoção das ações afirmativas e política de cotas até loja de bonecas negras que despolariza o mercado consumidor. Mas, certamente, a mais simbólica dessas vitórias é ver 232 cidades do país comemorando como feriado o dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, dia da morte de Zumbi dos Palmares.

Para a vereadora e pedagoga Claudete Alves (PT), que lutou para que a data fosse declarada como feriado municipal na cidade de São Paulo, o feriado "é o dia em que tiramos o racismo que está escondido debaixo do tapete e que é sustentado pelo falso testemunho da democracia racial". Mas, segundo ela, também é o dia em que avanços, conquistas e trunfos do movimento e da população negra e parda são reconhecidos.

Comerciantes, autônomos, empregados, professores e políticos negros e pardos desempenham, cada um nos seus respectivos espaços, a função de resgatar e manter viva a cultura e a história negra, presente em cada detalhe do tecido social.

Antônia Venâncio, dona da loja Preta Pretinha, desenvolveu uma linha de bonecas negras, orientais e ruivas, observando que nem todas as crianças buscavam ou se identificavam com as tradicionais bonecas loiras. "Quando eu abri a loja, as pessoas a acharam diferente, o que não deveria acontecer", observa a proprietária, pontuando que o racismo ainda é muito forte na cidade de São Paulo.

Venâncio, que trabalha tanto com as classes mais baixas e mais altas da sociedade, vê o feriado como o dia de comemorar o orgulho da raça negra, resgatar a história do povo afro-descendente e prestar atenção na sociedade brasileira como um todo. "É uma data de reflexão para observarmos aqueles que, mesmo inseridos nas estruturas da sociedade, por serem negros vivem no anonimato".

A data, escolhida há mais de 20 anos nas escadarias do Teatro Municipal da capital paulista, virou projeto de lei pela insistência de Alves e do vereador Ítalo Cardoso (PT), mas só foi aceita após ganhar na segunda votação na Câmara dos Vereadores e ter sido oficialmente assinada pela então prefeita Marta Suplicy (PT), no dia quatro de janeiro de 2004.

"Foram anos incansáveis de luta, tentando convencer a Câmara e pessoas importantes da sociedade e de instituições de comércio. Foi trabalhoso, pois o país ainda é essencialmente racista e não reconhece o quanto deve aos negros", explica Alves.

Segundo a vereadora, o feriado é uma conquista do movimento negro brasileiro, pois a data escolhida para a comemoração é um símbolo de resistência do povo que tanto serviu a construção do país e que sofre, ainda hoje, com a herança escravista da colonização brasileira.

O dia relembra a morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, lugar onde, em 1640, cerca de 10 mil escravos negros fugidos se organizaram para viver em uma sociedade livre. Zumbi foi um dos mais, senão o mais importante personagem da história brasileira, que resistiu a escravidão e morreu para que os escravos fossem libertos e pudessem participar dignamente da sociedade.

"Contrariamente à comemoração do dia da abolição da escravatura, 13 de Maio, esse é o dia da consciência negra, fruto da conquista para a libertação e não um bem oferecido pela Princesa Isabel", aponta Antônio Sérgio Guimarães, professor de sociologia da faculdade de filosofia, letras e ciências humanas da Universidade de São Paulo (USP).

Para Guimarães, a escravidão

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