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O Movimento Negro no Brasil: Irmandade do Rosário dos Pretos

Por:   •  29/9/2015  •  Artigo  •  2.535 Palavras (11 Páginas)  •  380 Visualizações

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O Movimento Negro no Brasil: Irmandade do Rosário dos Pretos

Black Movement in Brazil: The Fellowship of the Rosary of the Black

Rosy Bispo 1 

Serviço Social

Orientadora: Profa. Katia Maria Araújo Souza 2

RESUMO

Entende-se por movimentos negros, no Brasil, as várias formas que historicamente têm tomado a reação organizada por parte dos negros em face de uma  ordem estabelecida racista. O racismo é um dos principais fatores estruturantes das injustiças sociais que acometem a sociedade brasileira e, consequentemente, é a chave para entender as desigualdades sociais que ainda envergonham o país. Metade da população brasileira é negra e a maior parte dela é pobre. As inaceitáveis distâncias que ainda separam negros de brancos, em pleno século XXI, se expressam no microcosmo das relações interpessoais diárias e se refletem nos acessos desiguais a bens e serviços, ao mercado de trabalho, ao ensino superior bem como ao gozo de direitos civis, sociais e econômicos.

PALAVRAS CHAVE: negro, discriminação, sociedade, lutas, conquista.

ABSTRACT

The term black movements in Brazil, the various forms that have historically taken the reaction organized by blacks in the face of an established racist order. Racism is one of the main structural factors of social injustice affecting the Brazilian society and, consequently, is the key to understanding the social inequalities that still embarrass the country. Half of the population is black and most of it is poor. The unacceptable distances that still separate black and white people in the XXI century, are expressed in the microcosm of daily interpersonal relations and are reflected in unequal access to goods and services, the labor market, higher education and the enjoyment of civil, social and economic.

KEYWORDS:  black, discrimination, society, struggles, achievement

______________________

1  Aluna:  Rosy Bispo  do Curso de Graduação em Serviço Social  70  período da Faculdade Universidade Tiradentes _ Propriá/SE. E-mail: rosivania_atanasio@hotmail.com

2 Orientadora: Profa.  Katia Maria Araújo Souza, professora do curso de Serviço Social da Universidade Tiradentes - SE


MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL: A Irmandade do Rosário dos Pretos

1. INTRODUÇÃO

        A seguir trarei tópicos abordando o tema: “O Movimento Negro no Brasil: A Irmandade do Rosário dos Pretos”, falando a principio do recorte histórico do movimento no país citado, e também de suas lutas contra o racismo e contra as enormes distâncias que separam negros/as de brancos/as. Trata-se de um conjunto de organizações, fóruns, redes e grupos (formais e informais) de negros e negras, que embora muito diverso e plural, tem como objetivo central a luta anti-racista e a superação das desigualdades raciais. Na sequência falarei da localização da Irmandade do Rosário dos Pretos, expressando a luta de vários povos negros no mundo contra as frequentes agressões e negação dos seus valores históricos, culturais e religiosos e por fim falarei do marco histórico ao movimento que foi promulgação da nova Constituição Federa de 1988 a qual foi fundamental na história contemporânea brasileira, marcando o restabelecimento do Estado Democrático de Direito e, consequentemente, a igualdade de direitos e a criminalização do racismo. E para concluir falarei dos obstáculos á mudança relacionado à discriminação sofrida pelo movimento relacionada à instituição e aos meios de comunicação em massa.

         

2. RECORTE HISTÓRICO DO MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL

        O principal papel do movimento negro, para além de despertar a consciência na população brasileira dos efeitos e das causas do racismo, é o de propor e reivindicar de toda a sociedade e do Estado, medidas concretas de superação das desigualdades raciais. São inúmeras as dificuldades que o movimento encontra como: insuficiência de recursos, falta de coordenação e articulação em torno de um projeto comum. Entretanto, o maior obstáculo do movimento e das organizações e indivíduos antirracistas é a ideologia da democracia racial. São muitos os que criticam os defensores dos direitos da população negra acusando-os de importar problemas raciais.

        Segundo Joel Rufino dos Santos movimento negro é:

 (...) todas as entidades, de qualquer natureza, e todas as ações, de qualquer tempo [aí compreendidas mesmo aquelas que visavam à autodefesa física e cultural do negro], fundadas e promovidas por pretos e negros (...). Entidades religiosas [como terreiros de candomblé, por exemplo], assistenciais [como as confrarias coloniais], recreativas [como “clubes de negros”], artísticas [como os inúmeros grupos de dança, capoeira, teatro, poesia], culturais [como os diversos “centros de pesquisa”] e políticas [como o Movimento Negro Unificado];e ações de mobilização política, de protesto anti-discriminatório, de aquilombamento, de rebeldia armada, de movimentos artísticos, literários e ‘folclóricos’ – toda essa complexa dinâmica, ostensiva ou encoberta, extemporânea ou cotidiana, constitui movimento negro. (SANTOS, 1994, p. 157)

        Os movimentos sociais qualificam um coletivo reunido em torno de interesses comuns para constituir uma força social que se forma a partir da internalização da cultura e dos processos políticos e sociais desenvolvidos nas ações de luta por seus  interesses. Segundo GOHN os movimentos  sociais podem ser definidos como:

Ações sociopolíticas construídas por atores sociais coletivos  pertencentes a diferentes classes e camadas sociais, articuladas  em certos cenários da conjuntura socioeconômica e política de  um país, criando um campo político de força social na sociedade  civil. As ações se estruturam a partir de repertórios criados sobre  temas e problemas em conflito, litígios e disputas vivenciadas  pelo grupo na sociedade. [Isso permite o desenvolvimento de]  um processo social e político-cultural que cria uma identidade  coletiva para o movimento, a partir dos interesses em comum. Os  movimentos geram uma série de inovações nas esferas pública. (GOHN, 2006, P251)

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