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Nomades E Sedentarios Da Historia

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Por:   •  12/1/2015  •  1.342 Palavras (6 Páginas)  •  844 Visualizações

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Foi lançado no último dia 5 de outubro, na Livraria de Portugal, em São Paulo, o livro Nômades e sedentários na Ásia Central, de autoria de Miguel Urbano Rodrigues que dá conta de 4.000 anos de história. Nascido em 1925, no Alentejo, em Portugal, Miguel Urbano é jornalista e escritor, com mais de 50 anos de exercício profissional, tendo atuado em seu país e no Brasil, como editor de importantes veículos da imprensa nacional. Foi professor de História Contemporânea na Faculdade de Letras de Lisboa.

É também antigo militante comunista, valoroso lutador do povo português, tendo exercido o mandato de deputado federal pelo Partido Comunista Português e por esse mesmo partido, exerceu mandato entre 1990 e 1995 no Parlamento Europeu. Ao todo, já publicou 10 livros no Brasil e em Portugal, alguns pela Editora Brasiliense.

Nômades e Sedentários na Ásia Central é um livro recente. Escrito entre fevereiro de 1996 e outubro de 1998, Miguel Urbano dividia seu tempo de jornalista, professor e militante com a redação da obra. Nesse período, cruzou o Atlântico diversas vezes, carregando consigo sempre para consulta, em torno de 30 livros. A grande parte do texto final foi produzida nas cidades de Lisboa, Havana e São Paulo.

O nosso autor é modesto do ponto de vista intelectual. Ao dizer na introdução que não se propõe apresentar uma obra acadêmica, fruto de algum trabalho de investigação e pesquisa científica, acaba oferecendo à comunidade acadêmica em geral, aos estudiosos e pesquisadores do Oriente, aos amantes da história e da boa literatura, uma obra fantástica. Na verdade, apresenta ao mundo uma obra de reflexão, em especial para jovens estudantes.

Além do livro ter sido escrito em linguagem simples, acessível à grande maioria, o autor demonstra grande conhecimento da região não só pela teoria. Visitou, ao longo de sua vida, diversos dos países apresentados no trabalho.

Ao Ocidente em geral, e aos latino-americanos em particular, a Ásia é um continente praticamente desconhecido. Não nos chegou grande parte dessa cultura, dos seus costumes, das suas tradições, da sua religiosidade. Quando muito um pouco dos árabes e do islamismo. Nossa cultura ocidentalizada é greco-romana e judaico-cristã. Nossos livros de história contam muito sobre fatos e datas da Europa e da América, mas pouco falam do outro lado do mundo, a maior porção da terra e onde hoje e sempre viveram bem mais pessoas em toda a história da humanidade.

A obra trata de uma parte da Ásia, a Central. A geografia dessa região, nos últimos 2,5 mil anos foi profundamente alterada em termos de divisão política. Países e Impérios surgiram e desapareceram. O livro traz em suas páginas centrais, diversas lâminas coloridas contendo mapas da antiguidade mostrando a divisão territorial de impérios antigos. Na atualidade, a Ásia central compreende a Mongólia, o Tibete, os Turquestães. Afeganistão, Uzbequistão, entre outros. Mas devido à influência cultural e da importância para a obra, alguns povos foram introduzidos, como os persas, selêucidas e sassânidas. Mesma a Índia, que não faz parte da Ásia Central, aparece com um Capítulo (o X) e parte de outro (quando trata de Buda no Capítulo XVII). Fala-se da China e de suas fronteiras.

O conceito de povos nômades, no sentido vulgar do termo, relaciona-se com "(...) qualquer forma de vida errante, independentemente da base econômica ou sub-estilo de vida (...) Hoje estabelece-se uma diferenciação dos caçadores do paleolítico superior de um nomadismo cujo sentido se restringe ao gênero de vida dos grandes pastores, caravaneiros (comerciantes, escoltas e salteadores) e guerreiros em geral" (1). É deste segundo tipo de nomadismo que o autor trata. Povos e impérios que ocuparam as grandes regiões da Ásia Central, das estepes, foram estudados pelo autor, em especial no que diz respeito às transmissões de cultura, conhecimento e ciência.

Ibn Khaldun foi o primeiro intelectual árabe que estudou de forma consistente esse fenômeno, em especial no norte da África, dos povos nômades do deserto (em especial beduínos) e construiu uma teoria de ciclos de poder, onde os que eram nômades transformam em sedentários e posteriormente acabam vencidos pelos novos nômades que tomam as cidades e repetem esse ciclo. É o que alguns chamam de sociologia da beduinidade.

Mas de quem fala nosso autor? Ao longo de seus capítulos, redigidos em ordem cronológica histórica (começa com os aquemênidas e Alexandre e chega até o Afeganistão de hoje), retrata diversos povos e culturas, sob aspectos sociais, econômicos, militares e políticos.

Alguns dos povos nos são mais familiares, como os árabes, os persas, os turcos, os hindus, os mongóis e afegãos. Outros nos são desconhecidos, como os partos, os bactrianos, os kuchanos, os selêucidas, sassânidas, arianos e usbeques. Assim, o livro abre a perspectiva de conhecermos um mundo novo, para muitos desconhecido, mas com uma riqueza em termos de culturas e valores, que contrasta com nossa ocidentalizada, cujos valores estão centrados na individualidade, no egoísmo e na competição.

Trata também a obra de

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