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O Cenario Racial No Seculo XIX

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Por:   •  24/9/2014  •  851 Palavras (4 Páginas)  •  342 Visualizações

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O cenário racial no século XIX

Em 1810, tratados firmados entre a coroa portuguesa no Brasil e a Inglaterra determinavam a abolição do tráfi¬co, uma proibição, na prática, meramente de fachada, pois o comércio continuou. Somente em 1850 a lei Eusébio de Queiroz aboliu definitivamente o tráfico.

A partir daí, a defesa da abolição total da escravatura passou a ser a bandeira de alguns setores da nossa econo¬mia: a oligarquia cafeeira do Oeste Paulista, interessada em atrair mão de obra imigrante, e os primeiros empre¬sários industriais, que desejavam mercado consumidor interno e mão de obra europeia, mais qualificada.

Além disso, a influência de teorias racistas europeias, que defendiam a ideia da superioridade racial e cultural do caucasiano loiro, impôs ao Brasil uma visão de branqueamento de sua população através do mulato, fruto da mistura étnica entre o branco e o negro primeiro passa para o "projeto" de branqueamento total.

Dessa forma, tornavam-se fundamentais a abolição da escravatura e a vinda do branco europeu, processos que acelerariam esse branqueamento. Na ocasião, alguns teóricos nacionais cultuavam as capacidades de alemães e italianos e, em contrapartida, desprezavam nossa ori¬gem racial, taxando-a de triste e preguiçosa, preconceitos ainda presentes no nosso meio.

Grosso modo, a abolição da escravatura no Brasil co¬nheceu dois caminhos. No Nordeste, que vivia a deca¬dência da estrutura latifundiária, já que o algodão e o açúcar estavam sem capacidade de concorrência no mer¬cado internacional, os proprietários rurais verdadeiramente não mais podiam manter a mão de obra escrava. Como a região não possuía uma economia dinâmica nas áreas urbanas, os negros libertos permaneciam nas fazen¬das como agregados ou dependentes. Assim, no Nordes¬te brasileiro a abolição transformou o escravismo num re¬gime de trabalho semi-servil.

No Centro-Sul, com melhor equipamento urbano esti¬mulado pelos investimentos do capital cafeeiro na indús¬tria, o negro pôde ser absorvido pela forma capitalista de trabalho assalariado. Entretanto, o despreparo dessa mão de obra e a concorrência do trabalhador imigrante transformaram os contingentes libertos em massas mar¬ginalizadas socialmente, executando tarefas de menor qualificação e menor remuneração, realimentando o peri¬goso círculo vicioso do subemprego e dos preconceitos dele decorrentes como estereótipos sociais.

Vale ressaltar que os imigrantes europeus e asiáticos que hoje compõem boa parte da população brasileira foram também vítimas das nossas classes dominantes, ora pelo não cumprimento dos contratos de trabalho que deveriam reger as relações entre as partes, ora por meros preconceitos, estimulados pela ideia de depen¬dência do imigrante que substituía o braço de trabalho escravo.

As relações sociais no século XX

A marginalização imposta a muitos grupos de imi¬grantes estimulou o surgimento dos primeiros movimen¬tos de contestação operária no Brasil, especialmente lide¬rados por italianos e espanhóis.

Entretanto, os negros foram os que mais sofreram dis¬criminação, até nas suas mais elementares manifestações culturais. O samba, hoje importante produto de exportação nacional, era visto como "coisa de malandro"; a capoeira, objeto de repressão policial. Até nos esportes, em virtude da imagem que o "país em branqueamento" queria apre-sentar lá fora, o negro foi preterido: em 1919, o presidente Epitácio Pessoa proibiu a atuação de negros na seleção brasileira de futebol!

O Brasil, país miscigenado, passou a adotar um dis¬curso arenista. Na década

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