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O Início da Grande Navegação

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Por:   •  26/11/2014  •  Artigo  •  1.387 Palavras (6 Páginas)  •  188 Visualizações

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antecedentes dos viajantes oceânicos, mas é preciso deixar claro por que os acontecimentos gerados a partir das grandes navegações só poderiam ter ocorrido no contexto da época moderna.

. Associa-se o início das Grandes Navegações à volta das grandes trocas comerciais da Baixa Idade Média, a ascensão da burguesia e a formação dos Estados Nacionais. O país que possuía todas estas características em alto grau, além de estar numa ótima localização no continente europeu, foi Portugal. Os dois países pertencentes à Península Ibérica (Portugal e Espanha) foram pioneiros nesse novo empreendimento marítimo.

O que permitiu as viagens foi o desenvolvimento de certas técnicas de navegação, instrumentos, a modernização das embarcações e o incentivo das Coroas. Os portugueses visavam a independência do seu comércio com as Índias, sem que precisassem passar pelos árabes, venezianos e genoveses, que dominavam a rota do Mar Mediterrâneo. Apesar dessa conotação econômica, outra justificativa utilizada é a religiosa. Os europeus queriam disseminar o cristianismo, “ajudar” aos povos não cristãos a “salvarem suas almas” com a catequização.

Apresentar um relato do que seria a experiência de uma viagem transoceânica: equipagem dos navios; o cotidiano a bordo; imaginário em relação ao mar; visões do novo mundo.

O duro quotidiano a bordo dos navios dos Descobrimentos era afectado por um conjunto de factores, naturais e humanos, que o transformavam num raro exemplo das continuadas dificuldades e privações enfrentadas por aqueles que viam no mar, ou nas terras para além dele, a promessa de riquezas ou de uma vida melhor, embarcando muitas vezes sem consciência dos perigos e das provações que os aguardavam, “que o não pode contar senão quem o passa”.

Desde logo, o conforto de tripulações e passageiros não constituía prioridade na concepção e construção dos navios, sendo que o aumento da respectiva tonelagem, ditado por crescentes desejos de lucro e necessidades de defesa, em pouco contribuiu para a melhoria das condições de vida a bordo, possibilitando, outrossim, a multiplicação do número de almas obrigadas a conviver durante um trajecto que, em circunstâncias favoráveis, demoraria entre seis e sete meses a percorrer, submetidas consecutivamente à meteorologia primaveril da partida, às tórridas temperaturas das calmarias equatoriais e ao rigor da invernia austral que anunciava a aproximação ao Cabo da Boa Esperança. Assim, na típica nau de três cobertas e de cerca de 500 tonéis de arqueação, viam-se usualmente confinadas mais de 500 pessoas, entre pessoal de navegação, equipagem de manobra e de manutenção, soldados, artilheiros e grande número de vulgares passageiros, compartilhando o exíguo espaço disponível com carga, materiais e equipamentos de reposição e até com animais vivos. Apesar de algum esforço colocado na organização do espaço, poucos eram os que não tinham que suportar um ambiente promíscuo, gerador de comportamentos agressivos e depressivos. (pouco conforto, viagens longas, muitas pessoas)

A alimentação e a água potável constituíam um problema recorrente. No que respeita aos mantimentos, enquanto os passageiros deviam garantir à partida a sua própria subsistência durante a viagem, o que raramente acontecia, tanto por ignorância como por insuficiência de recursos, cabia ao armador o abastecimento da despensa do navio, por forma a manter toda a tripulação. Mesmo em condições normais, os alimentos eram alvo de distribuição racionada, efectuada numa base diária ou mensal consoante o tipo de produto, verificando-se níveis de verdadeira penúria, impostos por circunstâncias desfavoráveis. Ainda que se recorresse pontualmente ao abate de animais e à pesca, a dieta a bordo centrava-se no consumo de biscoito - pão cozido pelo menos duas vezes, aumentando o seu período de conservação -, enchidos e alimentos salgados, sobretudo carne de porco, mas também algum peixe, acompanhados pela ração diária de vinho. Devido à cupidez dos fornecedores oficiais, os géneros eram frequentemente de qualidade duvidosa, o que originava a sua rápida deterioração em contacto com o calor e a humidade tropicais. ( o alimento tinha q ser controlado, circunstancias desfavoraveis para o armazenamento dos alimentos, alimentos que duravam mais)

Quanto à água, o racionamento aumentava em austeridade ao longo da viagem, ao mesmo tempo que a qualidade decrescia face à falta de higiene do vasilhame utilizado, o que era extensivo ao acondicionamento do vinho. Desta forma, a sede era uma constante a bordo, piorando a situação com a necessidade de consumo dos géneros conservados em sal, motivando a reutilização da água usada para os demolhar e cozer, sendo posteriormente ingerida em caso de necessidade. A escassez ou a total falta do precioso líquido afirmava-se como a causa mais forte para a realização das pouco frequentes escalas de reabastecimento, existindo exemplos de partidas de Lisboa que apenas fizeram aguada por alturas de Moçambique. (a água era escassa, nao tinha muita higiene entao a água nao tinha muita qualidade, escalas de reabastecimento)

As restrições quanto ao consumo de água implicavam a existência de condições sanitárias extraordinariamente precárias. Com a higiene pessoal reduzida à sua mínima expressão e a frequente impossibilidade de proceder ao despejo de dejectos, a atmosfera nas áreas pouco ventiladas situadas entre cobertas rapidamente se tornava nauseabunda, o que, associado às circunstâncias climatéricas e à deficiente nutrição, concorria para o aparecimento e fácil

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