O Papel Da lã Na Revolucao Industrial

1- Discuta o papel que ocupa a indústria da lã na ordem da Revolução Industrial conforme o autor.

Bem antes dos primórdios da revolução, o comércio de lã já era frequente na Inglaterra, principalmente voltado para o mercado externo. Até o fim do século XVIII a indústria têxtil exercia hegemonia sobre todas as outras e era considerada por muitos como base de toda a riqueza inglesa. Essa indústria era também muito protegida por leis e regulamentos que garantiam um ótimo desempenho. Os industriais tinham forte influência no Parlamento, o que assegurava que as vontades da indústria fossem sempre atendidas e não negavam-lhe o direito de reivindica-las.

A indústria de lã estendia-se por todo o território inglês, porém era dividida em três agrupamentos principais: o de Yorkshire, o de Norfolk e o do sudoeste, entre o canal da Mancha e o de Bristol. Embora fossem esses três grandes conglomerados da indústria, eles se estendiam até o limite do próximo, deixando poucos espaços dentro da Inglaterra intocados pela produção têxtil.

A lã também foi responsável pela mudança ocorrida nas relação entre o produtor e a produção. No início, prevaleciam os pequenos industriais chamados de “manufacturers”, que não eram chefes de indústrias, mas essencialmente artesãos. Essa situação mudou quando o mercado expandiu-se ao ponto de não ser mais possível o artesão vender o seu produto e se tornar dependente de um mercador, que vendia a lã em mercados mais distantes. Esse mercador foi, aos poucos, se tornando um empregador.

As transformações causadas pela ampliação do mercado da lã foram tão intensas no âmbito do trabalho quanto poderiam ser. O produtor deixou de ter poder sobre o meio de produção e as condições de trabalho tornaram-se extremas. Não existia nenhum tipo de regulamentação e, por isso, mulheres e crianças recebiam baixíssimos salários e trabalhavam da maneira mais dura possível. Foi nessa época que começaram a surgir os primeiros sindicatos de trabalhadores, que organizavam revoltavas contra as condições a que eram submetidos os trabalhadores na produção têxtil inglesa durante o século XVIII.

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