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O TRABALHO: SUA CENTRALIDADE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO (1)

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Por:   •  13/6/2013  •  1.879 Palavras (8 Páginas)  •  519 Visualizações

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O TRABALHO: SUA CENTRALIDADE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO (1)

José Francisco de Melo Neto

Resumo

Este texto insere-se na discussão atual sobre a problemática do trabalho. Procura mostrar que existe, ainda, uma

mistura teórica ao identificar-se trabalho com emprego, quando se esquece que trabalho é uma relação filosófica

do humano com a natureza, enquanto que emprego é uma mera relação funcional na vida das pessoas. O

trabalho, sendo uma relação humana com a natureza, é caracterizado, dialeticamente, como expressão de

humanização da natureza enquanto que, também, se constitui como um processo de naturalização do humano.

Finalmente, apresenta uma perspectiva teórica do trabalho como uma questão que se mantém no centro do

debate paradigmático, nos dias de hoje.

Esta é uma questão que vem sendo apresentada de forma muito confusa, sendo, além

disso, bastante complexa. Afinal, de que centro e de que mundo se está falando? Que tipo de

trabalho? Por outro lado, a temporalidade das questões e mesmo das soluções que esse debate

gere pode durar poucos dias. Em pouco tempo, questões, soluções políticas e tudo que se disser

pode estar mudado. Mesmo assim, este é um tema tanto palpitante como movediço. Tudo que se

afirma está, cada vez mais, provisório.

Apesar dessas considerações, enfim, o que está acontecendo? Diante do debate que se

trava em torno da problemática trabalho e sua centralidade, uma certeza é cristalina: a continuar

com a conformação que ora se estabelece mundialmente e se cristalizando esse tipo de

desenvolvimento, a vida dos trabalhadores caminha para piorar. Outra verdade é que as

transformações que se processam no mundo são surpreendentes. O que ocorreu nesses últimos

vinte anos apresentou-se como humanamente impossível de predição. Há pouco tempo, fazia-se

previsão para quinze, dez, cinco anos... Atualmente, previsões conjunturais realizadas para quinze

dias são discutíveis. Qualquer previsão com esse prazo traz, em si mesma, a marca da ousadia.

Houve crise da bolsa mexicana, do petróleo, da queda do muro de Berlim, das bolsas asiáticas,

brasileira, russa, argentina e nada de previsão. Vive-se na crise até hoje, mesmo que o discurso

apontasse para a sua superação, desde a década de oitenta.2

A constatação, contudo, do ponto de vista ideológico, é que foram transformações que se

encaminharam rumo ao conservadorismo político. Acrescentem-se ainda as formulações de um

certo irracionalismo que vem se denominando de pós-moderno.

Do ponto de vista das idéias, vive-se diante de um grande retrocesso. Neste início de

milênio, há uma busca por um “salve-se” em qualquer formulação ou teoria. O que está

ocorrendo é um encontro de elementos cada vez mais precários. As opções surgidas, no campo do

trabalho, como o toyotismo, não têm mais o mesmo empolgamento de seu início. Parece que o

que se apresenta é uma mesclagem profunda de vários estilos de produção, ocorrendo com muita

velocidade. Isso tudo pode suscitar a questão: será que não está surgindo um novo estilo de modo

de produção? (2).

Entretanto, se isto se torna possível, não significa a passagem para o socialismo. A

superação pode ser a do capital, mas isso não está claro. Está apresentando-se muito mais como

período de transição; uma transição que está levando ao aumento da exclusão, ao ponto de jogar a

África e regiões da América Latina fora do processo, impondo condições de vida piores do que as

de épocas pré-históricas.

Há uma capacidade de destruição do capital e da humanidade, mesmo que possam

apresentar-se tendências construtivas. Ora, nesse processo, há a destruição da própria burguesia,

considerando sua existência condicionada à existência da classe que lhe é antagônica: o

proletariado.

Por outro lado, há uma queda na própria cultura da classe burguesa, sofrendo também sua

destruição cultural. É patente a ausência de teoria nas formulações apresentadas pela burguesia

americana e européia, presas, única e exclusivamente, à perspectiva da lucratividade, imergindo

sob essa exigência os próprios estados considerados periféricos. Nessa situação, encontram-se a

África, Ásia, grande parte da Europa, como também a maior parte da América, tendo-se no Brasil

um exemplo clássico da impossibilidade de se “honrar” os compromissos com seus credores

internacionais. A dívida brasileira foi rolada para frente em trinta anos, obrigando o país ao

pagamento dos juros. Mas, até mesmo o pagamento desses juros tem gerado uma forte pressão

sobre as condições sociais do país. Outro exemplo grave é o da Rússia que, de forma explícita,

comunicou a sua impossibilidade de pagamento da dívida, decretando moratória e, ainda mais

recente, os casos do México

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