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O astrolábio, o mar e o império por Eloísa Meireles Gesteira

Por:   •  30/10/2015  •  Resenha  •  1.149 Palavras (5 Páginas)  •  394 Visualizações

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O astrolábio, o mar  e o império por Eloísa Meireles Gesteira

Para a autora, é evidente o alastro da coroa portuguesa pelas rotas do Oceano Atlântico no século XV. Todo esse avanço tinha por objetivo o descobrimento de novas terras, mesclando-se interesses mercantis e políticos, ambos justificados ideologicamente pelo interesse do catolicismo.

As condições dadas para o empreendimento português foi a partir das experiências de outros navegadores e o conhecimento de técnicas aplicadas ao problema náutico. A navegação oceânica realizada distante da costa foi possível graças também ao uso da astronomia. Os capitães eram munidos de instrumentos ,tabelas de inclinação do sol e outras estrelas conhecidas ,roteiros e outras informações de navegação, tudo visando a condução correta das embarcações rumo ao ponto desejado mas igualmente permitindo o mapeamento das linhas costeiras e das novas terras. Alguns desses instrumentos “achados” e usados pelos ibéricos são: Astrolábio, quadrantes, bastilhas, além de outros como compasso, transferidores e réguas. Isso, junto ao acumulo de conhecimento sobre as correntes marinhas e sobre os sistemas de vento.

A partir de textos escritos, entre o século XVI e XVII, pretende-se neste artigo evidenciar as bases técnicas e cientificas que possibilitaram a expansão marítima europeia. Entre os séculos XV e XVI, as navegações sofreram transformações significativas embora difíceis de datar precisamente. Alguns dos procedimentos que caracterizaram a arte de  navegar dos descobrimentos foram descobertos pelos portugueses, durante a exploração do Atlântico ainda no decorrer dos anos de 1400. Eram eles: navegação por alturas e distância de um astro (inicialmente a estrela Polar); a simplificação do astrolábio para o uso náutico; a confecção do regimento do sol para os cálculos de latitude por meio de relação entre altura e meridiano do astro e a declinação em um determinado dia. Esses métodos permaneceram dominantes até meados do século XVIII. O uso desses instrumentos foram imprescindíveis para as observações astronômicas relacionadas ao posicionamento geográfico das embarcações durante as viagens oceânicas, para a definição das rotas, confecção de roteiros e não menos importante para a localização das novas terras. Nesse artigo, a autora lembra também a cultura necessária para conduzir uma nau, a existência de uma organização sistematizada do ensino náutico, com a preparação de pilotos com controle por parte da coroa.

Em 1779,foi criado o Tratado de Esfera, uma espécie de livro didático para aqueles que iniciavam na astronomia e também ponto de partida obrigatório para navegar. O livro diferente de obras que se dedicavam a filosofia natural, os livros de navegação apenas princípios  básicos da espera, os princípios básicos para a navegação. A padronização tanto das cartas quanto dos instrumentos tornaram-se extremamente importantes, pois as disputas sobre a localização da terras muitas vezes eram resolvidas pelos cartógrafos e cosmógrafos do Rei que eram responsáveis pelas demarcações. Essa aproximação entre oficio e cartógrafos e cosmógrafos do Reino com interesse geopolítico das monarquias nos permite inferir que muitos erros de localização presentes em cartas padrão, ou náuticas, que eram distribuídas aos pilotos materializassem interesses territoriais e não significassem apenas problemas de precisão ou mau uso dos instrumentos.

Autora não pretende entrar nas controvérsias sobre os pilotos serem ou não preparados na época por Portugal, mas em alguns livros aparecem criticas acerca desse tema. Oque interessa é explorar de que maneira esse saber que constitui nos livros de marinha. Tenta demostrar o que o uso dos instrumentos nos permite afirmar que mesmo com homens dotados de um saber prático, os pilotos ou alguém numa mesma embarcação, deveria ter controle sobre suas regras básicas da arte de navegar.

O artigo pretende explorar especificamente o uso dos instrumentos ,em particular o astrolábio e agulha de marear. A autora se dedica ao texto de Manuel Serrão Pimenta, A arte de navegar.

O astrolábio, a agulha de marear e o desenho do Império

 Para o mar, é melhor dirigir-se pela altura do sol, que não por nenhuma estrela; e melhor com o astrolábio que não com quadrante quem com outro nenhum instrumento. (faras, 1° de maio 1500)

Essa constatação faz parte da carta escrita pelo mestre João Faras,medico a bordo dos navios que formaram a esquadra de Pedro Alvarez Cabral. Tinha a intenção de informar o Rei dom Manuel sobre a nova descoberta, que após cálculos indicou a localização da terra e afirmou que o astrolábio era o mais seguro entre os instrumentos usados na navegação oceânica. Vários estudiosos do assunto confirmam a opinião de Farras.  Após uma pesquisa feita em embarcações naufragadas, o astrolábio foi confirmado como objeto de uso imprescindível em todas as navegações, sendo encontrado em todas elas.

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