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O peso social e político da classe trabalhadora

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Por:   •  8/8/2014  •  Abstract  •  2.084 Palavras (9 Páginas)  •  309 Visualizações

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A historiadora Ângela Mendes de Almeida afirma que:

"O peso social e político da classe operária com suas poderosas organizações sindicais, seus partidos, a tradição marxista disseminada pelo trabalho de educação desenvolvido pela social-democracia durante as décadas de paz social, faziam com que a Alemanha estivesse no centro das atenções." (ALMEIDA, 1982, p. 19-20).

Os dois autores concordam que logo após a assinatura do Tratado de Versalhes, as atenções mundiais estavam voltadas para a Alemanha. O que fez com que o mundo capitalista e o mundo socialista vissem na República de Weimar um campo de disseminação de suas ideologias. Ruth Henig cita que essa pressão externa abriu uma perigosa porta para a disseminação de ideologias extremistas tanto da direita fascista, apoiadas pela temerosa burguesia alemã, e da extrema esquerda que ambicionava uma revolução comunista na Alemanha.

Após a Primeira Guerra Mundial a Alemanha ficou com a sua economia debilitada oscilando entre momentos de grandes crises e momentos de estabilidade, este sobe e desce da economia afetaram também a política, causando revoltas e fazendo florescer uma esperança de tempos melhores e, principalmente, aguardavam ansiosamente por uma chance de vingança pela humilhação causada pela derrota da Primeira Guerra Mundial.

Os autores Louis Pochner e Ângela Almeida citam que o palco de uma Alemanha endividada,, com grandes taxas de desemprego, com seu orgulho nacional ferido. Surgem movimentos políticos visando a ascensão política para chegar ao poder. Neste período cresceram muitas milícias para-militares formadas principalmente por ex-integrantes do exército alemão, estas milícias eram financiadas por grupos burgueses, industriais e comerciantes, tementes do crescimento do movimento operário alemão de esquerda que acreditavam no comunismo como saída para a crise imposta pelo Tratado de Versalhes.

Ruth Henig expõe o ambiente político da época e a decadência dos valores democráticos na Alemanha, pois o Partido Social Democrata (SPD, Sozialdemokratische Partei Deutschlands), então um dos principais partidos de esquerda do país, começa a perder força, pois o povo via o SPD como um grupo de traidores que aceitaram as imposições do famigerado Tratado de Versalhes. Com o enfraquecimento dos social-democratas, a Alemanha passou a ver o crescimento de duas vertentes políticas antagônicas. Tanto a direita ultra-nacionalista quanto a esquerda marxista, cresciam a cada pleito eleitoral, fato que levava a classe média e a burguesia a tremer com a possibilidade de um governo socialista de extrema esquerda ou até mesmo com uma possível revolução comunista no país.

Louis P. Lochner cita que o contexto de convulsão social, surge a figura de um austríaco de origem germânica chamado Adolf Hitler, um veterano da Primeira Guerra Mundial. Hitler lutara ao lado das tropas alemãs e fora condecorado duas vezes como herói de guerra.

Lochner apresenta dados que mostram que Hitler, e seus seguidores nazistas, incorporaram elementos que conhecidamente eram vitais para a manutenção do orgulho e da alta estima do povo alemão. Para ter o povo ao seu lado, os nazistas adotaram uma linguagem compreensiva e cheia de simbolismos, Hitler dirigia-se as multidões como se fosse um messias, um salvador, e era assim que ele era visto por parte da população alemã. (1944, p. 13-15)

Em 1923, cita Chevallier (1995, p. 399), Hitler e seus seguidores do Partido Nacional-Socialista tentaram um golpe de Estado, mas fracassaram e Hitler foi preso. Quando parecia que os nazistas haviam sido vencidos, Hitler escreveu na prisão seu primeiro livro “Mein Kampf” (Minha Luta) onde defendeu suas teorias de conspiração judaica mundial para a conquistar o mundo, atacou o Tratado de Versalhes acusando-o de ser o responsável pela crise econômica alemã, acusava os comunistas e os judeus de terem conspirado contra a nação alemã na Primeira Guerra Mundial e por isso os germânicos haviam sido derrotados. Também é em Mein Kampf que Hitler defende a necessidade de Espaço Vital para a Alemanha poder se desenvolver economicamente. Ruth Henig cita que o livro a princípio o livro não foi levado a sério, mas conforme a República de Weimar caminhava rumo ao colapso, a influência destas idéias crescia nos mais variados setores da sociedade alemã.

A partir de 1929, principalmente em função da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, a Alemanha viveu uma grande depressão econômica, com uma contínua crise política, que dizimou os partidos políticos burgueses. Houve aumento das taxas de desemprego, o governo perdeu sua já desgastada credibilidade e a violência de grupos para-militares aumentou. Segundo Peter Gay é este ambiente que possibilita a ascensão das milícias de extrema direita, essas milícias de extrema direita atacavam e saqueavam estabelecimentos comerciais pertencentes à judeus. Este colapso social foi a alavanca para a ascensão dos movimentos fascistas de direita. O historiador Louis L. Pochner cita que os nazistas, aproveitando-se da instabilidade socio-econômica, incluíram em seu discurso os, que segundo eles, eram culpados pela situação de falência da República de Weimar, para os nazistas os responsáveis pela crise eram os especuladores judeus e os comunistas. Hitler insuflava na população seu ódio pela França, pois havia ainda uma ferida aberta deixada pelos franceses desde Primeira Guerra Mundial. Hitler fazia uso de táticas maniqueístas de bem e mal para encontrar os culpados pela crise alemã. Os nazistas não temiam em afirmar a necessidade de um governo com mãos-de-ferro para vencer a crise e combater os inimigos da Alemanha, mesmo que para isso houvesse a necessidade de um regime ditatorial, como de fato Hitler almejava. Para ele, os germânicos, ou arianos, eram em sua essência puros e superiores às demais raças. E portanto aptos a dominá-las. Este discurso, baseado na antiga tradição pan-germânica que pregava a necessidade de unificação dos diversos Estados alemães, encontrou fértil terreno na mente dos alemães desejosos de vingança.

No livro as “Grandes Obras Políticas de Maquiavel a Nossos Dias” de Jean-Jacques Chevalier, o autor afirma que Hitler vê o Estado como um controlador do povo, que tem de dar as garantias de segurança à sua população, o Estado deve ser o centralizador do poder e das ações socio-econômicas. O historiador Jean-Jacques Chevallier ao comentar o livro Mein Kampf escreveu sobre as concepções nazistas de Estado:

"O Estado, segundo Mein Kampf, não é evidentemente o Estado liberal, “vazio” de conteúdo moral, desprovido de todo imperativo, de todo Absoluto, entregue aos apetites de múltiplos partidos, que por sua vez encobrem interesses particulares.

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