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Plano Bresser

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Por:   •  4/6/2014  •  2.229 Palavras (9 Páginas)  •  418 Visualizações

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PLANO BRESSER

1.0 Introdução:

Em meio a crise do Plano Cruzado, Carlos Bresser Pereira foi indicado para ministro da Fazenda do Brasil em abril de 1987.

No dia 12 de junho de 1987 foi anunciado um novo plano de estabilização, responsável pelo segundo congelamento de preços: O Plano Bresser.

Objetivo: deter a aceleração inflacionária, promovendo um choque com a retirada do gatilho e a redução do déficit público através do congelamento de preços e redução do déficit público.

2.0 Principais medidas do Plano Bresser:

Congelamento de salários por três meses, no nível de 12/6, com o resíduo inflacionário sendo pago em seis parcelas a partir de setembro;

Congelamento de preços por três meses, sendo que vários preços. Em especial os públicos, foram aumentados antes do plano;

Mudança de base do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para 15/6, sendo que os aumentos foram incorporados à inflação de junho, de modo a evitar que se sobrecarregasse a inflação de julho;

Desvalorização cambial de 9,5% em 12/6 e não-congelamento da taxa de câmbio, mantendo as minidesvalorizações diárias, mas em menor ritmo;

Aluguéis congelados no nível de junho, sem nenhuma compensação;

Os contratos financeiros pós-fixados foram mantidos e para os prefixados introduziu-se uma Tablita[1] com desvalorização de 1,5% a.m.;

Criação da Unidade Referencial de Preços (URP) que corrigiria o salário dos três meses seguintes, a partir de uma taxa prefixada com base na média geométrica da inflação dos três meses anteriores, entrando em vigor a partir de setembro.

3.0 Diferenças entre o Plano Cruzado e Plano Bresser:

3.1 - Quanto aos objetivos:

Plano Cruzado: alcançar uma taxa de inflação zero. Tornando-se o erro básico do plano.

Plano Bresser: deter a inflação porque sabiam que o objetivo de zerar a inflação não seria possível sem uma reestruturação da economia.

3.2 - Quanto as características:

O plano Bresser foi um plano de emergência, enquanto o plano Cruzado não;

O plano Cruzado foi introduzido com uma reforma monetária, ao contrário do plano Bresser;

Plano Cruzado baseava-se na desindexação da economia, enquanto o plano Bresser manteve e completou o sistema de indexação porque a prioridade era dada para o restabelecimento do equilíbrio da economia;

Dado o baixo nível das reservas internacionais, a taxa de câmbio não foi congelada. Ao contrário, uma desvalorização foi assegurada para restabelecer o equilíbrio do balanço de pagamentos;

O congelamento do plano Cruzado não tinha data para terminar, no plano Bresser o congelamento foi cumprido num prazo limite de três meses.

Enquanto para muitas pessoas o plano Cruzado era a resposta heterodoxa completa e o final da ortodoxia, estava claro que o plano Bresser era apenas uma medida de emergência, e que após o congelamento seria necessário recorrer as políticas fiscais e monetárias baseadas na ortodoxia para assegurar o equilíbrio da economia.

3.3 - Condições vigentes no momento da sua implantação:

Plano Cruzado: as condições da economia no início de 1986 eram favoráveis devido ao processo de crescimento iniciado em 1984 onde: o PIB elevou-se; o balanço de pagamentos estava superavitário; a conta corrente estava equilibrada; os investimentos, lucros, ordenados e salários estavam se elevando. Nesse período, os únicos desequilíbrios em termos de fluxo eram: déficit público e aumento dos salários maior do que a produtividade. E em termos estruturais, a dívida externa.

Plano Bresser: Já em abril de 1987, o país estava na mais profunda crise financeira e econômica. De acordo co Celso Furtado e Olavo Setúbal “ O Brasil não enfrentava uma crise de tais proporções desde 1931, pelo menos”.

A inflação estava subindo, os salários diminuindo, os investimentos entrando em colapso, as firmas de pequeno e médio portes estavam quebrando e por fim, a situação desfavorável do balanço de pagamentos.

3.4 - Resultados:

De acordo com Pereira (1988), os objetivos do plano Bresser (conter a aceleração, interromper a queda nos salários, evitar recessão, reequilibrar o balanço de pagamentos etc. ) foram alcançados e resultaram em:

Os salários pararam de cair e se recuperaram de forma moderada;

As vendas no varejo, e, após setembro, as vendas industriais, se elevaram de forma limitada mas efetiva;

A demanda agregada foi cuidadosamente administrada para evitar o excesso de demanda;

A onda de falências terminou;

A conta corrente externa equilibrou-se; e

A inflação foi reduzida, e então começou a elevar-se a uma taxa um pouco mais alta.

4.0 Conclusão:

Porém, quando se iniciou a descompressão, voltaram a aceleração inflacionária e as pressões por reposições salariais onde vários setores conseguiram essa reposição. Inicialmente os funcionários públicos e depois os demais segmentos.

Isso praticamente acabou com o plano que tinha como meta a contenção salarial e o aumento da taxa de juros.

Portanto, deve-se destacar que o fracasso em conter o déficit público ocorreu devido ao aumento dos gastos dos gastos com funcionalismo, aumento das transferências a Estados e Municípios e os subsídios às empresas estatais.

Com isso, em dezembro de 1987, Bresser pediu demissão e assumiu o ministro Mailson da Nóbrega.

O Plano Bresser foi elaborado no primeiro semestre de 1987 pelo então ministro Luis Carlos Bresser Pereira. Tinha como objetivo debelar o processo inflacionário. Tal plano incorporava as características positivas do Plano Cruzado. Este novo choque era fundamentalmente heterodoxo, mas incorporava alguns elementos ortodoxos. Neste período, o contexto econômico era inflacionário, chegando a 27% no mês de maio de 1987. Uma característica deste período foi que não ocorreu

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