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Resumo Introdução Sistema Internacional

Por:   •  3/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  8.769 Palavras (36 Páginas)  •  85 Visualizações

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Introdução ao Sistema Internacional

Como podemos definir as relações internacionais?

“um conjunto de ligações, de relações e de contactos que se estabelecem entre os Estados, muito particularmente no âmbito da sua política externa”

Um mundo de atores interligados

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As relações internacionais podem ser definidas num prisma mais acertado e completo pelo “conjunto de relações e comunicações que se estabelecem entre vários grupos sociais, atravessando as fronteiras.

Definição alargada

As relações internacionais não estão apenas restritas às dinâmicas entre Estados ou Governos, as organizações internacionais, as empresas multinacionais e os indivíduos fazem também parte do âmbito desta área do conhecimento (aparece muitas vezes como um subcapítulo da ciência política).

Na esfera internacional estes atores podem também interagir entre si, um espaço não só desenvolvido por agentes políticos de Governos, mas também de outras estruturas económicas, culturais, etc.

Há quem prefira considerar as RI como o estudo das “transações fronteiriças” (políticas, económicas e sociais” ou até centrada na ideia de “globalização”.

Como disciplina, as RI iniciam-se após a Primeira Guerra Mundial, muito associada à preocupação com os conflitos armados; Antes deste período, a RI como ciência, estavam limitadas a abordagens do domínio jurídico e histórico, e em alguns casos económico [vazio científico]. Não constituíam um conjunto sistematizado de conhecimentos, capaz de proporcionar a formação de um campo específico de estudo.

Década de 1920 – houve uma focagem nos aspetos18 descritivos dos acontecimentos internacionais, com principal incidência na História Diplomática. Com o surgimento da Sociedade das Nações, desenvolvem-se os estudos internacionais, com reforço dos aspetos de direito internacional e das organizações internacionais.

Na década de 1930 – reforça-se a componente científica deste domínio. Zimmerm publica em 1931 o livro The Study of International Relations, defendendo um conteúdo mais atualizado.

O prof. Alfred Zimmern indicou três fatores que suscitaram o nascimento e consolidação da disciplina de RI:

1. A mudança da realidade internacional: a nova visão emergente com os efeitos (económicos, sociais e tecnológicos) produzidos pelo desenvolvimento da tecnologia e da ciência sobre a sociedade internacional, ao passo que a visão tradicional estava baseada na sucessão de situações de guerra e paz entre Estados; 20

2. O avanço no estudo das ciências sociais: a evolução das ciências sociais pressupõe a aplicação de métodos matemáticos à realidade internacional;

3. O modelo que estabelece os parâmetros de estudos: constitui um dos grandes debates no estudo das RI, que pressupõe uma perspetiva ou conceção global do objeto estudado e que guiará a análise, pesquisa ou elaboração teórica. Essa adoção de paradigma constitui um dos fatores condicionantes do objeto, do método e do processo de pesquisa.

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Tradição Empírica

A análise descritiva adquiriu a sua base na doutrina do empirismo, que se propagou no século XVII, por influência dos trabalhos de John Locke e David Hume. A doutrina do empirismo avança a crença de que a experiência é a única base do conhecimento, e que todas as hipóteses e teorias devem ser testadas pelo processo de observação.

No século XX, estas ideias tornaram-se a base do que se tornou o positivismo, um movimento intelectual particularmente associado aos escritos de Auguste Comte (1798-1857). Esta doutrina proclamou que as ciências sociais deveriam aderir aos métodos das ciências naturais, a única forma de alcançar a verdade.

Tradição Científica (behaviorista)

O movimento behaviorista tem as suas origens filosóficas nos escritos de Auguste Comte no século XIX e no positivismo lógico do “Círculo de Viena” (1920). Nas décadas de 1950-60, particularmente nos Estados Unidos, deu-se uma emergência de uma forma de análise científica assente no behaviorismo.

A corrente behaviorista A corrente behaviorista privilegia a formação de hipóteses, verificáveis pela observação direta dos fenómenos sociais, através de técnicas (extensivas e intensivas) que permitem a quantificação de resultados, como por exemplo as sondagens, a medida das atitudes, a modelização de comportamentos sociais e humanos.

O estudo da Sociedade e do Sistema Internacional

Era imperioso a criação de uma abordagem diferente, separada das áreas de conhecimento tradicionais (perspetiva autónoma). Foram académicos ingleses e estadunidenses que que contribuíram com o primeiro corpo de conhecimentos sistematizado, com método e procedimentos científicos, neste domínio [já utilizados noutras ciências sociais];

Surgiu a Teoria da Sociedade Internacional.

Fundamentos do aparecimento de uma teoria da sociedade internacional

  1. As mudanças estruturais na sociedade internacional eram motivadas pelo desenvolvimento tecnológico e industrial;
  2. Verificava-se uma influência crescente dos movimentos sociais e políticos nas relações internacionais;
  3. Deu-se um aumento da heterogeneidade da sociedade internacional, principalmente após a Revolução Russa de 1917;
  4. A repercussão internacional dos horrores da guerra e a necessidade de instauração de uma ordem que trouxesse a paz e a segurança;
  5. A responsabilidade assumida pelas grandes potências na administração do mundo, que se tornava cada vez mais complexo e em constante mudança;
  6. A necessidade de uma teoria científica de relações sociais que pudesse contribuir para o estabelecimento de uma nova ordem internacional.

O estudo da sociedade internacional pode ser realizado considerando-a como um todo complexo (um sistema) constituído de inúmeras partes (Estados, por exemplo) que interagem e que o compõem. Por outras palavras, um sistema internacional constitui uma unidade formada por um conjunto de interações entre diversos atores internacionais que agem de acordo com determinadas regras e processos.

Um aspeto importante da abordagem sistémica é que permite compreender o papel das partes isoladas através da sua ação no todo, muitas vezes são incompreensíveis sem ter em conta esta dinâmica do particular para o coletivo. A integridade do sistema está dependente de fatores não só económicos, mas sobretudo securitários, para além das necessidades e interesses.

De acordo com a teoria de sistemas, o todo (sistema) é o produto de várias partes, unidades ou objetos, que interagem de forma mais ou menos regular, e cuja análise/estudo deve incidir sempre relacionando o funcionamento dessas partes ao seu conjunto. Os sistemas estão separados por fronteiras, através das quais podem funcionar trocas/dinâmicas. Um sistema pode esvanecer-se, o que significa que as mudanças são relevantes quando um novo ator emerge.

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