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Saúde

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Por:   •  22/5/2013  •  Tese  •  1.349 Palavras (6 Páginas)  •  254 Visualizações

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CASCATINHA E INHANA

Os Sabiás do Sertão

mp3 - COLCHA DE RETALHOS

mp3 - MEU PRIMEIRO AMOR

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Quando Francisco dos Santos (20/04/1919 - 14/03/1996) topou com Ana Eufrosina da Silva (28/03/1923 - 11/06/1981) sua vida tomou outro rumo.

Ele estava em Araras, no interior paulista, se apresentando com o Circo Nova Iorque, e ela foi assistí-lo. Ela tinha 17 anos, estava noiva, mas seu destino estava escrito. "Quando vi aquele mulato tocando violão, me apaixonei" contou ela.

O violeiro e a moreninha se casaram cinco meses depois, no dia 23 de setembro de 1941. Romance que daria pra virar música, filme e poesia. Cantaram nos picadeiros de centenas de circos por todo o país, gravaram 54 discos de 78 rpm e 30 LPs. Venderam milhares de discos numa época em que vitrola era artigo de luxo. Cantaram o Brasil mulato, o Brasil Caboclo, o Brasil fronteiriço a outros sons e culturas, traduziram a linguagem rítmica e poética de um país que nos anos 50 vivia um acelerado processo de urbanização.

Cascatinha, como contava, ganhou o apelido ainda na infância, por matar as aulas pra tomar banho de cascata. Outra versão sobre o apelido, é que este teria surgido depois da formação da parceria com Chope, em alusão à cerveja "Cascatinha" .

Do casamento surgiu o Trio Esperança (Cascatinha, Ana e Chope). Com o desentendimento de Cascatinha e Chope, Ana começou oficialmente a dividir os palcos com o marido. Cascatinha achou que "Inhana", corruptela de Sinhá Ana, seria ideal pra ela. Assim, em 1942 surgia a dupla que faria história.

Foram contratados pelo Circo Estrela Dalva e, entre diversas excursões pelo Brasil, atuaram também em outros circos e também no Parque de Diversões Imperial. Em 1947, quando o parque passou por Bauru-SP, Cascatinha e Inhana assinaram um contrato de um ano com a Rádio Clube de Bauru. Nessa ocasião, cansados que estavam de tantas andanças, acharam que “seria a hora de dar uma pausa”.

Assim, em 1948, um novo rumo: a Capital Paulista. Contratados pela Rádio América, foram morar num "quarto e cozinha" no Ipiranga. Dois anos depois, foram para a Rádio Record, onde permaneceram por 12 anos.

Em 1951, Raul Torres, (que Cascatinha e Inhana já conheciam desde os tempos em que tentavam a sorte no Rio de Janeiro), juntamente com Florêncio e Rielli, tinha um show marcado na cidade de Jundiaí. Como Raul havia adoecido, sugeriu que Cascatinha e Inhana o substituíssem. E, nesse show, apesar do cachê razoável oferecido e que havia chegado "em boa hora", Cascatinha e Inhana interpretariam somente a célebre "Ave-Maria no Morro" (Herivelto Martins); no entanto, foram aplaudidos de tal modo que só conseguiram sair do palco após cantar mais uma meia dúzia de outros sucessos!

Nesse mesmo ano, Raul Torres, quando soube do sucesso do casal em Jundiaí, convidou Inhana para fazer o acompanhamento vocal nas gravações das Modas de Viola "Rolinha Correio" (Raul Torres - Sebastião Teixeira) e "Pomba do Mato" (Raul Torres), na Todamérica, gravadora na qual Raul tinha boa influência. E, já no dia seguinte, o primeiro disco foi gravado: um 78 RPM contendo “La Paloma” (S. Yradier – Versão: Pedro Almeida) e “Fronteiriça” (José Fortuna), lançado em julho de 1951. José Fortuna, por sinal, era o compositor preferido de Cascatinha.

No quinto disco, também na Todamérica, o maior sucesso da carreira da dupla: as duas conhecidíssimas versões de José Fortuna para as Guarânias Paraguaias “Índia” (M. Ortiz Guerrero - José Asunción Flores - Versão: José Fortuna) (Lado A) e “Meu Primeiro Amor (Lejania)” (Hermínio Giménez - Versão: José Fortuna - Pinheirinho Junior) (Lado B), disco esse que atingiu vendagem “astronômica” superior a 2.500.000 cópias!! Marco, na época, pois foi a primeira vez que um disco de Música Sertaneja atingiu tal vendagem. Um fato inusitado, diga-se de passagem, pois, nos anos 50, poucas pessoas tinham aparelhos fonográficos em casa.

Tal o sucesso dos dois lados desse 78 RPM, que veio também o convite para participarem do filme, “Carnaval em Lá Maior” de Adhemar Gonzaga, em 1955, filme no qual Cascatinha e Inhana interpretaram os dois sucessos.

E esse disco demorou a sair, porque o diretor artístico da Todamérica (Hernani Dantas) não o queria gravar pois não acreditava que fosse fazer sucesso. Além disso, ele também argumentava que a versão original em castelhano era conhecida demais, para surgir de repente com uma nova letra diferente.

Na verdade, Hernani Dantas acabou cedendo aos pedidos insistentes dos ouvintes que escutavam as duas guarânias que o casal cantava ao vivo com freqüência na Rádio Record e que procuravam inutilmente os discos nas lojas, as quais, por sua vez, os encomendavam à gravadora!

"Índia" e “Meu Primeiro Amor” também foram regravadas ao longo do tempo por grandes nomes da nossa Boa Música Brasileira, tais como Dilermando Reis (em

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