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Sociologia No Brasil E Octavio Lanni

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Por:   •  22/3/2014  •  1.218 Palavras (5 Páginas)  •  587 Visualizações

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Sociologia no Brasil

É sabido que desde os primeiros passos dessa ciência a Sociologia dedica-se ao desenvolvimento de estudos que tem como objeto as interações sociais, a organização das sociedades e inevitavelmente também os conflitos entre as classes sociais. A própria América Latina é um exemplo de como a Sociologia, especialmente no início do século XX, mostrou-se fortemente influenciada pelas teorias marxistas. Isso ocorre num momento onde os olhares voltavam-se principalmente para os problemas do subdesenvolvimento no continente, desenvolvendo importantes reflexões.

O surgimento da Sociologia no Brasil, também conhecida como Sociologia Brasileira, teve início a partir das décadas de 1920 e 1930, quando os estudiosos dessa área passaram a se dedicar a pesquisas que visavam construir um entendimento acerca da formação da sociedade brasileira analisando temáticas cruciais para essa compreensão. Assim, eles voltaram-se para estudos referentes a abolição da escravatura, êxodos e estudos sobre índios e negros. Dentre os autores mais significativos, temos: Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil-1936), Gilberto Freyre (Casa Grande & Senzala-1933) e Caio Prado Júnior (Formação do Brasil Contemporâneo-1942)

Nas décadas seguintes, a Sociologia praticada no Brasil voltou-se aos estudos de temas relacionados às classes trabalhadoras, tais como salários e jornadas de trabalho, e também comunidades rurais. Na década de 1960 a Sociologia passou a se preocupar com o processo da industrialização do país, nas questões de reforma agrária e movimentos sociais na cidade e no campo; a partir de 1964 o trabalho dos sociólogos se voltou para os problemas socioeconômicos e políticos brasileiros, originados pela tensão de se viver num regime militar (ou ditadura militar, que no Brasil foi de 1964 a 1985), nesse período a Sociologia foi banida do ensino secundarista.

Na década de 1980 a Sociologia finalmente voltou a ser disciplina no ensino médio, sendo facultativa sua presença na grade curricular. Também ocorreu nesse período a profissionalização da Sociologia no Brasil. Além da preocupação com a economia, política e mudanças sociais apropriadas com a instalação da nova república (1985), os sociólogos diversificaram os horizontes e ampliaram seus leques de estudos, voltaram-se para o estudo da mulher, do trabalhador rural e outros assuntos culminantes.

Em 2009, a Sociologia tornou-se disciplina obrigatória na grade curricular dos alunos do ensino médio no Brasil.

O sociólogo pode atuar nas áreas de ensino, pesquisa e planejamento, além de dar consultoria e assessoria a ONGs, empresas privadas e públicas, partidos políticos e associações profissionais, entre outras entidades.

Octavio Ianni

Octavio Ianni formou-se em ciências sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, em 1954. Logo após a formatura, integrou o corpo de assistentes da Faculdade, na cadeira de Sociologia I, da qual Florestan Fernandes era o titular.

Foi um pensador devotado à compreensão das diferenças sociais, das injustiças a elas associadas e dos meios de superá-las.

Aposentado pelo AI-5 (e proibido de dar aulas na USP), foi para a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), integrou a equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), foi professor visitante e conferencista em universidades norte-americanas, latino-americanas e européias. Voltou à universidade pública como professor na Universidade Estadual de Campinas.

Ianni participou da chamada Escola de Sociologia Paulista, que traçou um panorama novo sobre o preconceito racial no Brasil. Ao lado de Florestan Fernandes e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é considerado um dos principais sociólogos do país. Nos últimos anos, dedicou seus estudos à globalização. Fez parte da chamada "Escola Paulista de Sociologia", cuja principal referência é Florestan Fernandes.

lanni entrou em um processo de busca de uma interpretação totalizante da realidade social, política, econômica e cultural do país, uma agenda diversificada, abrangente, muito preocupada e atenta à teoria sociológica e seus desdobramentos, evoluções e rupturas ao longo do século XX.

E sendo um pensador marxista, por certo um marxismo não dogmático, aberto, jamais descurou do diálogo com outras correntes do pensamento nas ciências sociais, preocupado com o rigor teórico-metodológico de suas reflexões.

No princípio de sua carreira

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