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Trabalho Criança E Mulheres Revolução Industrial

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Por:   •  15/9/2014  •  1.367 Palavras (6 Páginas)  •  12.249 Visualizações

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A Exploração do Trabalho Feminino e Infantil a partir da Revolução Industrial

O trabalho feminino e infantil foi uma das características mais marcantes da Revolução Industrial.

A concepção era de que as crianças pobres deveriam trabalhar, porque o trabalho protege do crime e da marginalidade, uma vez que o espaço fabril era concebido em oposição ao espaço de rua, considerado desorganizado e desregulado. Além disso, o trabalho das crianças permitia um aumento da renda familiar, ao mesmo tempo em que podia ser visto como uma escola, a escola do trabalho.

As crianças eram utilizadas nas fábricas e nas minas de carvão, sendo que muitas morriam devido ao excesso de trabalho, da insalubridade do ambiente e da desnutrição. Entre 1780 e 1840 intensificou-se a exploração de crianças. Eram ajudantes de cozinheiro, operadoras de portinholas de ventilação, ou nas fábricas.

As condições de vida dos pequenos trabalhadores era dantesca: trabalhavam até 18 horas por dia, sob o açoite de um capataz que ganhava por produção

A crueldade no uso do trabalho infantil na fábrica não ficava indiferente para os pais das crianças. Eles ingressaram nas lutas pela redução da jornada de trabalho, contribuindo para a formação de Comitês pela Redução da Jornada dos Trabalhadores, contra os quais houve a formação das Comissões das Fábricas que defendiam os interesses dos patrões.

Contra a crueldade, os Comitês para Redução da Jornada organizavam campanhas entre os operários. Muitas fábricas eram concebidas

como uma espécie de casa de correção para crianças indigentes. As crianças mais jovens enrolavam carretéis, as mais velhas verificavam eventuais defeitos, recolhiam sobras de tecidos ou ajudavam a acionar a laçadeira nos teares maiores. O trabalho infantil estava profundamente arraigado nas atividades têxteis, despertando a inveja dos trabalhadores em ocupações onde as crianças não podiam trabalhar e aumentar o rendimento da família.

As crianças submetiam-se ao trabalho com maior facilidade e passaram a ser buscadas entre aquelas amparadas pelas paróquias. Estas faziam contratos com o fabricante que se comprometia a alimentar e educar os meninos e meninas cedidos para o trabalho. Os aprendizes das paróquias ficavam confinados nas fábricas, isolados da sociedade e ao arbítrio dos patrões. Nos primeiros tempos da Revolução Industrial, não foram raras as denúncias sobre torturas e maus tratos dispensados a elas. As fábricas impunham uma disciplina de trabalho mais rígida do que a existente nas oficinas manufatureiras. Portanto, das crianças que trabalhavam nas fábricas, poucas conseguiam escapar aos acidentes de trabalho e das mutilações que esses acidentes provocavam. Ao atingir a vida adulta, não era pequeno o número de mendigos aleijados a vagar pelas cidades em busca das esmolas que os ajudaria a prosseguir. Seu caminho sem esperança de dias melhores e conformados de que seu destino era vagar pelas ruas até tomarem em leitos de morte, onde estariam livres desta vida miserável.

Os

acidentes mais comuns entre as crianças ocorriam porque elas ficavam por intermináveis horas sobre as máquinas, muitas vezes sustentadas por uma perna-de-pau, pois seu pequeno tamanho não lhes permitia atingir o cimo dos altos teares. Muitas crianças adormeciam e tinham seus dedos estraçalhados pelas engrenagens dos teares. O número de acidentes ocorridos não tem paralelo na história da maquinaria. Num único estabelecimento industrial, de estomentar o linho, entre 1852 e 1856, houve seis casos de morte e 60 mutilações graves. Não havia qualquer indenização pelos membros amputados, muito menos para os dias de paralisação das atividades.

O trabalho infantil era o escolhido, especialmente nas tecelagens, onde se exigia pouca força muscular e os dedos finos das crianças adaptavam-se perfeitamente à tarefa de atar os fios que se quebravam em meio à trama. Sua debilidade física era garantia de docilidade, recebendo apenas entre 1/3 e 1/6 do pagamento dispensado a um homem adulto e, muitas vezes, recebiam apenas alojamento e alimentação. Os contratos que prendiam os pequenos trabalhadores à fábrica eram em geral de sete anos, a mesma duração da antiga aprendizagem.

Os patrões comprometiam-se a dar-lhes formação profissional, educação religiosa e moral.

Muitos pais recusavam-se a permitir que seus filhos fossem remetidos às fábricas, mas os apertos financeiros levavam-nos a abandonar qualquer tipo de restrição.

Comparando o trabalho infantil doméstico com o fabril é possível

afirmar que o trabalho na fábrica era mais árduo para a criança, pois não havia a separação entre brincar e trabalhar como havia no trabalho doméstico no qual pode-se supor que havia uma introdução gradual ao trabalho que respeitava a capacidade e a idade da criança, intercalando-a com entrega de mensagens, a colheita de amoras, a coleta de lenhas e as brincadeiras

O capitalismo não inventou o trabalho infantil, mas criou as condições para que as crianças não só fossem transformadas em adultos precoces, em trabalhadores livres, como destituídas de uma tradição em que trabalho e relações familiares, como eram vividas nas indústrias e domicílios, permitiam a sua reprodução enquanto criança. Ao entrarem no espaço fabril, jogadas às máquinas, permaneciam sob a supervisão de estranhos, forçadas a se submeter a longas jornadas de trabalho, sem intervalo, recebendo um pagamento inferior ao do adulto pelo seu trabalho.

A Revolução Industrial trouxe também a disputa do trabalho entre

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