UMA ANÁLISE DOS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DA REVOLTA DA CHIBATA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

UMA ANÁLISE DOS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DA REVOLTA DA CHIBATA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Marcio Roberto Aires de Almeida^[1]

1. Tema da pesquisa

A Revolta Da Chibata

1. Delimitação do tema

Uma análise dos principais acontecimentos da Revolta da Chibata: uma revisão de literatura.

1. Problema de pesquisa

De que forma a Revolta da Chibata, movimento este liderado pelo Almirante João Cândido, conseguiu seciar os maus-tratos e os castigos corporais a que eram discricionária e sistematicamente submetidos pelos oficiais?

1. Justificativa

Desde o Império, quase todos os marinheiros brasileiros eram pretos ou mulatos, engajados pela polícia e liderados por oficiais caucasianos. De consenso com seu código disciplinar, eles não podiam se casar-se e as ofensas graves eram punidas com pelo menos vinte e cinco chicotadas". Com a anunciação da república em 1989, o castigo foi abolido, mas foi reabilitado um ano depois, ainda que julgado humilhante, porque toda a tripulação reunida a bordo dos navios tinha de assistir ao castigo. (ALMEIDA, 2011)

A revolta da chibata nome pelo que ficou conhecida a revolta dos marinheiros de baixo patente da marinha do Brasil em novembro de 1910 contra castigos físicos, longas jornadas e baixos salários, entre outras reivindicações. (MESTRI, 2014)

O descontentamento dos marinheiros com os corretivos corporais e a dureza da marinha era crescente. Consta que, antes da rebelião durante uma viagem perto da costa do Chile, os marinheiros se manifestaram insatisfeitos com o castigo infligido a um marinheiro. A causa raiz da rebelião foi que Marcelino Rodrigues Menezes foi castigado com 250 chicotadas sem direito a cuidados médico. (MOREL, 2009)

Em relação à revolta em Chibata, é significante considerar que ela não foi fruto apenas do descontentamento dos marinheiros com os castigos físicos. Os marinheiros, em geral, vinham de famílias pobres, que sofriam com a desigualdade social existente na Primeira República. Assim, o motim é visto pelos historiadores como um motim contra as desigualdades sociais e raciais existentes na marinha e na sociedade em geral. (MARTINS, 1988)

Apos os relatos acima esse projeto de pesquisa se justifica para uma melhor compreensão dos verdadeiros motivos que levaram a Revolta da Chibata por parte dos marinheiros.

1. Objetivos

Este trabalho tem o objetivo de descrever esse processo da Revolta da Chibata através de uma revisão de literatura

1. Objetivos específicos

• Demonstrar o contexto histórico da Revolta da Chibata;
• Apresentar os motivos e as consequências da Revolta da Chibata;
• Analisar estratégias que conseguiram acabar com as punições sofridas pelos marinheiros de baixa patente, nesse movimento histórico-social.

1. Revisão de literatura ou Revisão bibliográfica

A Revolta da chibata foi uma revolta estruturado por marinheiros de patentes baixas do Brasil entre os dias 22 e 27 de novembro de 1910. O tumulto organizado por marinheiros, ocorreu em navios ancorados na baía de Guanabara e foi motivado principalmente pelo descontentamento dos marinheiros de consideradas de baixas patentes entre eles negros e mestiços, descendentes de ex-escravos com as punições físicas sofridas. (GRANATO, 2000)

A revolta da chibata ficou conhecido como uma insurreição dos marinheiros brasileiros pela insatisfação com os castigos corporais sofridos na armada do Brasil no início do século XX. O castigo corporal em questão era o açoitamento, que a marinha praticava em qualquer marinheiro que ofende as regras da companhia. (MAESTRI, 1986)

O uso de açoitamento como punição é uma particularidade que a marinha do Brasil herdou da marinha colonial portuguesa por meio de um código notório como cláusulas de Guerra. Essa configuração de punição era reservada apenas aos cargos mais baixos da marinha que geralmente eram ocupados por negros e mestiços. (MOREL, 2009)

Cresceu o descontentamento dos marinheiros com os castigos corporais e a dureza da marinha. Consta que, pouco antes da revolta durante uma viagem perto da costa do Chile, os marinheiros se exibiram insatisfeitos com o castigo infligido a um marinheiro. A causa da revolta foi que Marcelino Rodrigues Menezes foi punido com 250 chicotadas sem direito a cuidado médico. (NASCIMENTO, 2009)

A revolta da chibata conforme mencionado, começou em 22 de novembro de 1910 após o castigo de um marinheiro chamado Marcelino. Os marinheiros se amotinaram e capturaram quatro navios da marinha do Brasil: Mina Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro. Marinheiros rebeldes exigiram que o governo cessasse com os castigos corporais. Caso contrário, a capital Rio de Janeiro seria bombardeada. O líder dessa rebelião foi o almirante negro João Cândido. (SOUSA, 2012)

Em uma sociedade ainda não acostumada com a perda da mão de obra escrava, pode-se detectar que os ex-escravos beneficiaram da liberdade, mas não o direito de serem tratados como cidadãos comuns como todos os outros. Dentro da marinha esse pensamento de superioridade dos brancos sobre negros não era diferente e, no entanto, é esquecido ou escondido quando se fala da revolta da chibata. (SOUSA, 2012)

Os marinheiros rebeldes redigiram um manifesto com suas reivindicações e o enviar ao gabinete do então presidente Hermes da Fonseca. Coincidentemente, no dia em que começou a revolta o presidente deu uma festa no Rio de Janeiro para comemorar sua posse como presidente. Como a subversão da hierarquia era um dos principais crimes para as forças armadas, a Marinha, o Congresso e o governo divergiram quanto à resposta a ser dada aos rebelados. (ALMEIDA, 2011)

Pressionado por marinheiros e políticos, o governo de Hermes da Fonseca concordou com as condições propostas e, em 26 de novembro de 1910, acabou com as punições corporais na marinha e garantiu anistia a todos os enrolados. O compromisso do governo não foi cumprido e, no dia 28 de novembro, destituiu cerca de mil marinheiros por decreto por insubmissão. (MAESTRI, 1986)

 Após a entrega das embarcações e das armas, entretanto, o presidente expulsou alguns revoltosos, o que fez com que a revolta fosse retomada no começo de dezembro do mesmo ano, na Ilha das Cobras. (ALMEIDA, 2011)