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A Geopolítica do Inglês. Tradução de Marcos Macionilo

Por:   •  5/8/2022  •  Resenha  •  1.808 Palavras (8 Páginas)  •  83 Visualizações

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LACOSTE, Y.; RAJAGOPALAN, K. (orgs.). A Geopolítica do Inglês. Tradução de Marcos Macionilo. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. [1]

(LACOSTE; RAJAGOPALAN, 2005)

Isabella Torres de Souza[2]

A obra “A Geopolítica do Inglês” tem dois organizadores: Yves Lacoste e Kanavillil Rajagopalan. Lacoste é geógrafo e professor universitário marroquino e possui cidadania francesa. Completou o curso de Estudos Superiores de Geografia na Sorbonne. Além de ter lançado em 1970 a revista Hérodote voltada a Geografia e Geopolítica, ele ainda é autor de várias obras.

Kanavillil Rajagopalan é um linguista indiano que se destaca por seus estudos na área. Ele é pós-doutor em Filosofia da Linguagem (Universidade da Califórnia, Berkeley, EUA) e professor titular (aposentado-colaborador) na área de Semântica e Pragmática das Línguas Naturais da Unicamp.

A obra aborda o papel da língua inglesa no mundo no contexto da geopolítica, fazendo paralelo dos acontecimentos históricos e o papel que o inglês toma em diferentes países do globo. O livro é um compilado de doze artigos e cada um dos doze forma um capítulo, e esses capítulos possuem diferentes autores. À medida que se lê os capítulos, se tem a proporção da relevância que a Língua Inglesa tem no mundo com suas vantagens e desvantagens.

O primeiro capítulo do livro foi intitulado “Por uma abordagem geopolítica da difusão do inglês” e foi escrito por Yves Lacoste. O capítulo começa dando o conceito de geopolítica e falando sobre como as línguas indicavam poder e superioridade nas conquistas de territórios. Logo após o autor faz um apanhado de como o inglês foi se propagando ao redor do globo, primeiramente com as conquistas da Grã-Bretanha e se estende até os dias atuais com a hegemonia dos Estados Unidos em diversas áreas como o entretenimento, ciências e tecnologia. Esse capítulo desempenha a função de introdução e prepara o leitor para os capítulos seguintes.

O segundo capítulo nomeado de “Reflexões anglófilas sobre a geopolítica do inglês” foi escrito por Jean-Marie Le Breton e explora o inglês e seus concorrentes a línguas internacionais. O autor apresenta línguas como o alemão, o russo que tiveram destaque em momentos da história no âmbito militar, político e científico, mas que logo perderam sua força. Mostra também o francês, que já teve seu momento de domínio, e era a língua das relações internacionais, mas seu lugar foi ocupado pelo inglês depois de um tempo. Vale ressaltar que o francês ainda ocupa um lugar de destaque nas organizações internacionais ficando na retaguarda do inglês. Esse capítulo termina com o autor indagando sobre até quando o inglês vai ter a influência que tem hoje em dia e quais línguas podem assumir esse papel. Nesse capítulo o autor trouxe uma sequência interessante de fatos sobre o início do domínio do inglês até a indagação de quando será seu fim. Esse capítulo trouxe informações úteis ao leitor, mas que poderia ser mais sucinto.

O capítulo três é uma entrevista com Hélène Gadriort-Renard e foi intitulado de “O inglês: língua franca das instituições internacionais”. Gadriort-Renard foi entrevistada por ter prestado serviço à Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico e com isso adquirido certa percepção do papel do inglês e do francês nas organizações internacionais. Esse capítulo poderia não ser incluso no livro, pois não trouxe nenhuma informação relevante ou diferente daquilo que já foi ou ainda será tratado nos outros capítulos.

O quarto capítulo foi escrito por Frédérick Douzet e seu título é “O pesadelo hispânico de Samuel Huntington”. O autor fala sobre o receio de Huntington que seria o espanhol subjugar o inglês nos Estados Unidos. O medo se dá por causa das ondas de imigração entre o México e os Estados Unidos. Huntington aborda de forma preconceituosa e supremacista como algumas partes do sudoeste estadunidense a população prefere se comunicar em espanhol. Ainda há uma citação de que povos hispânicos não conseguem viver em uma democracia, o que causa repulsa a quem está lendo.

O capítulo cinco escrito por David Lopez e Vanesa Estrada e intitulado “A ameaça hispânica: o espanhol ameaça o inglês dos Estados Unidos?” é uma espécie de resposta à questão levantada por Huntington no capítulo anterior. Lopez e Estrada mostram, por meio de dados, como os imigrantes latino-americanos lidam com sua língua nativa, o espanhol, e a língua do país que imigraram, o inglês. Os dados mostram a porcentagem de imigrantes e seus descendentes que continuam falando somente o espanhol, os que se tornam bilíngues e os que somente falam inglês. Esse capítulo se mostra bem esclarecedor ao assunto que se propõe discutir trazendo dados que comprovam suas afirmações.

O sexto capítulo do livro foi intitulado de “O inglês na Índia e o lugar da elite no projeto nacional” e foi escrito por Annie Montaut. O capítulo mostra o grande contraste que vive o povo indiano, tanto na área da educação como na economia, entre outras. Com relação à linguagem, na Índia o inglês disputa o cenário com quase duas dezenas de línguas e mais de vinte mil dialetos, no entanto, o inglês é a língua do meio governamental e com chances de se tornar a língua das relações comerciais internacionais em um futuro próximo. A autora ainda trás um contexto histórico do inglês no país, até chegar a uma Índia onde o inglês é imprescindível. Esse capítulo mostra a importância que o inglês tem na Índia, que pode-se dizer, é bastante importante para a pessoa que queira ter um bom emprego e uma boa condição de vida. O autor foi feliz em suas colocações e dados mostrados que dá ao leitor a magnitude da relação Índia-Inglês.

O capítulo sete, “Os britânicos e a língua inglesa na África em geral e na Nigéria em particular”, foi escrito por Philippe Sébille-Lopez. Esse capítulo trás o histórico da língua inglesa na Nigéria, que chegou com a colonização britânica, ganhou status e se perpetua por causa da importância que ganhou. Na Nigéria o inglês divide espaço nas escolas com línguas nacionais e também com línguas como o francês e o árabe, mas novamente, é o inglês que se destaca como língua científica e das relações internacionais assim como outros países, alguns deles citados nos capítulos anteriores. Sobre a questão do inglês nas escolas, o autor fala sobre professores de inglês que não sabem a “linguagem padrão” porquê aprenderam de professores que também não sabiam, essa questão sai do que se já tem como claro que é o fato do inglês não pertencer a um país ou outro, mas sim, ser uma língua do mundo.

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