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A SÍNTESE CECÍLIA MEIRELES

Por:   •  1/12/2019  •  Resenha  •  2.174 Palavras (9 Páginas)  •  183 Visualizações

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CECÍLIA MEIRELES E AS ABORDAGENS FRENTE A SEU TEMPO: ENTENDENDO O PORQUÊ DA AUTORA ESTAR LIGADA AO MODERNISMO

Cleide Rosária da Silva Sousa                                                                                                  Daniel Pereira Lopes                                                                                                                    Fernanda Barbosa Ribeiro                                                                                                                             Rafael Nascimento

                                                                                                                                             

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro no dia 7 de novembro de 1901. Poucos meses após seu nascimento perde o pai e aos 3 anos a mãe, vindo a ser criada por sua avó materna, a portuguesa Jacinta Garcia Benevides.

Na literatura foi a primeira voz feminina de expressão tendo publicado mais de 50 obras e vindo a estrear com apenas 18 anos com o livro Espectros. Tendo recebido uma educação religiosa desde pequena, começa a escrever poesias aos 9 anos de idade demonstrando enorme interesse pela literatura. Em 1910, conclui o curso primário na Escola Estácio de Sá. Aos 21 se casa com o pintor português Fernando Correa Dias que sofria de depressão e veio a suicidar em 1935.Após 5 anos, casa-se novamente com o engenheiro agrônomo Heitor Vinicius da Silveira Grilo e com ele teve três filhas, Maria Elvira Meireles, Maria Matilde Meireles e Maria Fernanda.

Tendo abordado entre outros temas a transitoriedade da vida, a enfermidade do tempo, o amor, o infinito, a natureza, a criação artística. A frequência com que os elementos como o vento, a água, o mar, o ar, o tempo, o espaço, a solidão e a música aparecem em sua poesia dá-lhe um caráter fluido e etéreo, que confirmam a inclinação neo-simbolista da sua poesia, confirmando sua importante posição na literatura brasileira do século XX. Entre 1925 e 1939, dedicou-se a sua carreira docente publicando vários livros infantis e fundando, em 1934, a Biblioteca Infantil do Rio de Janeiro. A partir desse ano, ensinou Literatura Brasileira em Portugal (Lisboa e Coimbra) e, em 1936, foi nomeada para a Universidade Federal do Rio de Janeiro, recém-fundada. Cecília reaparece no cenário poético, após 14 anos de silêncio, com “Viagem” (1939), considerado um marco de maturidade e individualidade na sua obra: recebeu o prêmio de poesia daquele ano da Academia Brasileira de Letras. Daí em diante, dedicou-se à carreira literária, publicando regularmente até a sua morte.

Além de poetisa, Cecilia também foi professora, pedagoga e jornalista. Em 1964 veio a falecer na mesma cidade onde nascera, Vítima de câncer. Dentre os prêmios conquistados por Cecilia Meireles destacam-se: o Prêmio de Poesia Olavo Bilac, Prêmio Jabuti e o Prêmio Machado de Assis.

Seu legado se estende por longo tempo Em 1934, Cecília Meireles funda a primeira Biblioteca Infantil do Brasil, no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro. No exterior, mais precisamente no Chile, foi inaugurada a “Biblioteca Cecília Meireles” em 1964 na província de Valparaíso. Em 1953, Cecília Meireles foi agraciada com o título de “Doutora Honoris Causa” pela Universidade de Déli, na Índia.

2 ANÁLISE DE POEMAS      

DESPEDIDA

Por mim, e por vós, e por mais aquilo

que está onde as outras coisas nunca estão,

deixo o mar bravo e o céu tranquilo:

quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.

E como o conheces? - me perguntarão.

- Por não ter palavras, por não ter imagens.

Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? - Tudo. Que desejas? - Nada.

Viajo sozinha com o meu coração.

Não ando perdida, mas desencontrada.

Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.

Voou meu amor, minha imaginação...

Talvez eu morra antes do horizonte.

Memória, amor e o resto onde estarão?

Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.

(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!

Estandarte triste de uma estranha guerra...)

COMENTÁRIOS:                                                                                                                                                                              

Despedida está presente no livro Flor de poemas, publicado em 1972. Vemos nos versos, nitidamente, a procura do locutor do poema pela solidão. Essa busca pela solidão é um caminho, faz parte de um processo.

O sentimento de solidão é uma paráfrase da vontade de morrer, que se expressará no final dos versos quando o eu-lírico afirma "Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra."A construção do poema é feita com base no diálogo, com perguntas e respostas e um suposto interlocutor do outro lado com quem se estabelece uma comunicação.

Uma pergunta que paira é a quem que o eu-lírico se dirige exatamente. No sexto verso vemos, por exemplo, a seguinte questão "E como o conheces? - me perguntarão". Quem faz a pergunta? A dúvida paira no ar.

Despedida é uma criação marcada pela individualidade, repare no uso exaustivo dos verbos em primeira pessoa ("quero", "deixo", "viajo", "ando, "levo"). Essa sensação de individualismo é reforçada pelo uso do pronome possessivo "meu", que se repete ao longo do poema.

REINVENÇÃO

A vida só é possível

reinventada.

Anda o sol pelas campinas

e passeia a mão dourada

pelas águas, pelas folhas...

Ah! tudo bolhas

que vem de fundas piscinas

de ilusionismo... — mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,

a vida só é possível

...

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