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ANÁLISE SEMIÓTICA DA OBRA O PEQUENO PRÍNCIPE

Por:   •  4/5/2018  •  Artigo  •  5.879 Palavras (24 Páginas)  •  771 Visualizações

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ANÁLISE SEMIÓTICA DA OBRA “O PEQUENO PRÍNCIPE”1.

                                                               Aline de Melo Borges Ribeiro dos Santos 2

                                                 Andressa Castro Priori de Souza 3

                                      Mônica Maria dos Santos 4

RESUMO

O objetivo do presente artigo é fazer uma análise dos símbolos e metáforas presentes na obra “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry, relacionando-os aos aspectos da vida do autor e o mundo que o cerca. A partir de conceitos semióticos, se fará uma reflexão sobre valores intelectuais, morais e religiosos, que são utilizados pelo autor de forma indireta, porém crítica, e que, de certa forma estão ligadas a princípios ideológicos de diversos grupos sociais, demonstrados através de personagens altamente simbólicos, onde o autor valoriza as relações humanas e muitas vezes contraditórias que ditam as regras da sociedade atual, expressando por meio desse conjunto simbólico, as emoções, fraquezas e valores das personagens apresentadas no romance em questão. Desta forma, conclui-se que as metáforas construídas a partir de símbolos universais possuem estreita relação com conceitos filosóficos, representados por ícones nessa área de conhecimento e acentuados pelo estudo linguístico e literário.

PALAVRAS-CHAVE: Símbolos, Semiótica, Filosofia, Literatura.

ABSTRACT

The objective of the present article is to do an analysis of the symbols and present metaphors in the work “The Small Prince” of the Antoine Saint-Exupéry, relating them to the aspects oh the author’s life and the world that it surrounds him. Starting from concepts semiotics, it will be made a reflection on values intellectual, moral and religious, that they are used the author in an indirect way, however critic, and that, in a certain way they are linked to beginnings of several social groups, demonstrating through the characters, where the author values the human relationships and a lot of contradictory times that you dictate rules of the current society. This expressed through a group of symbols: emotions, weakness and values, contained in each character presented in the romance in subject. This way, it is ended that the metaphors built starting from universal symbols possess narrows relationship with philosophical concepts, acted by icons that area oh the knowledge and accentuated by the linguistic and the literary study.

KEY WORDS: Symbols, Semiotic, Philosophic, Literature.

___________________________________

1 Artigo apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso do curso de Letras / Inglês para a obtenção de Licenciatura Plena

2 Discente do curso de Letras / Inglês

3 Discente do curso de Letras / Inglês

4 Professor Orientador e docente das Faculdades Integradas de Ariquemes - FIAR

INTRODUÇÃO

Ao se ler a obra de Antoine de Saint-Exupéry, “O Pequeno Príncipe”, depara-se, com um universo de símbolos, carregados de valores conotativos, metafóricos e filosóficos. Cada detalhe, cada metáfora tem a capacidade de levar o leitor a refletir sobre diversos aspectos de sua vida, desde as coisas aparentemente simples até as ditas mais importantes.

De valores humanos, como: bondade, amor, amizade, até a vaidade, preconceitos, materialismo, são de diversas maneiras abordados e questionados, fazendo o leitor buscar, questionar o que realmente importa nessa vida.

Para um estudo mais preciso da obra, conta-se com a análise Semiótica, que auxiliará no intuito de entender o real sentido das palavras, uma vez que estas possuem sempre maneiras múltiplas de interpretação. Esta induzirá a leitura das entrelinhas no objetivo de fazer uma profunda e embasada interpretação contida nas metáforas presentes na obra. Contar-se-á também com o apoio de alguns grandes filósofos, que deixaram seus registros, suas marcas, dando um novo olhar para o mundo, em relação à vida, à morte, à natureza, ao amor.

Mãos que se dão em busca de decifrar o mistério humano da criação é o desvendar, na palavra dita do texto, as motivações inconscientes e mutáveis que são atualizadas nos discursos políticos, quer nos movimentos literários, quer no imaginário artístico, desde o passado mais recente até o contemporâneo [...] (BOMFIM, 2007, p. 2)

  Diante disso pretende-se induzir a uma reflexão mais aprofundada sobre os valores morais e intelectuais do ser humano e da sociedade como um todo, bem como servir de fonte de pesquisa bibliográfica para o Curso de Letras, uma vez que é uma obra de literatura estrangeira de conhecimento universal e apresenta aspectos que serão analisados sobre uma visão semiótica.

Mister se faz, lembrar que os estudos semióticos vêm crescendo nas últimas décadas, tanto no campo da Linguística como da Literatura, o que o torna o assunto de inquestionável relevância para os acadêmicos do Curso de Letras e dos cursos, que, como o Direito, se utilizam da interpretação de linguagem simbólica para o desenvolvimento de suas atividades, o que torna ainda mais viável a realização da presente pesquisa, uma vez que a mesma é discutida em obras de estudo linguístico, literário e de linguagem jurídica, além de possuir estreita relação com conceitos filosóficos.

Assim, a presente pesquisa está dividida em três partes, sendo que a primeira faz uma breve apresentação do autor e sua relação com a referida obra. A segunda parte faz uma conceituação sobre a ciência que estuda os aspectos simbólicos e metafóricos na qual se baseia a análise, a denominada Semiótica, que aborda questões filosóficas e ideológicas interligadas à Literatura. Em um terceiro momento, engloba “o mundo” do Pequeno Príncipe, tratando de pontos relevantes e personagens significativos, dentre estes, dando ênfase às personagens femininas da obra.

 1 AUTOR E OBRA

  O Pequeno Príncipe (Lê Petit Prince) foi publicado em 1943, nos Estados Unidos e é ilustrado pelo próprio autor francês, Antoine de Saint-Exupéry, que era piloto do correio aéreo nacional da França, participou da Segunda Guerra Mundial, faleceu durante uma missão e seu corpo jamais foi encontrado. A obra, cujo narrador é o próprio autor, relata as fantasias de uma criança (cabelos loiros e cachecol vermelho) que questiona as coisas da vida com pureza e ingenuidade. Pertence à geração de escritores franceses pré-sociais, pré-políticos, pré-psicológicos e pré-marxistas, impregnados de neotomismo e de revalorização humanista neo-platonista. Como se trata de uma referência indireta aos valores e conceitos, a obra apresenta traços de seu próprio criador, refletindo assim uma característica bastante peculiar ao enredo, com a apresentação de personagens que representam, de certa forma, todos os aspectos bons e ruins da sociedade e como esses aspectos influenciaram na vida do autor. De acordo com Trindade (2007, p.22), “a verdadeira obra de arte tem inclusive um sentido especial no fato de poder se libertar das tristezas e dificuldades insuperáveis de tudo o que seja pessoal, elevando-se para além do efêmero do apenas pessoal.” Para ele, mesmo que a obra de arte e o homem criador estejam ligados entre si por uma profunda relação, numa interação recíproca, “não é menos verdade que não se explicam mutuamente.” (idem, p.22). Dessa forma, a interação entre autor e obra acontece de maneira natural deixando entrever traços característicos de sua personalidade.

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