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Análise Do Conto: Laços De Família

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Por:   •  25/7/2013  •  1.052 Palavras (5 Páginas)  •  4.538 Visualizações

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O homem medieval, no antigo regime monárquico, tinha em sua dependência entre 40 a 200 pessoas ou mais. Comportava-se como uma mistura de parentes, dependentes, clientes, assim, as relações pautavam-se em excessiva hierarquia. Segundo Mark Pôster: “O pai/patriarca da família tinha autoridades absolutas”.

Agora, a sociedade mais humilde composta por pequenas aldeias de camponeses mantinham uma família não numerosa, mas às vezes até três gerações viviam na mesma casa. Nesse modelo familiar não tinha valor nenhum para aquela época.

O modelo de estrutura familiar unicelular foi constituído no século das Luzes (século XVIII) com o fim dos laços de parentesco. Com isso, houve um enorme desenvolvimento urbanístico na época, várias famílias passaram a migrar do interior para centros urbanos, ô que levou a um nível de afetividade sem núcleo familiar e a não vinculação entres as pessoas.

Neste contexto, começa a surgir a estrutura familiar alternativa para a época; buscou-se uma outra pessoa para suprir o abandono dos laços das enormes famílias, dando-se, assim, uma nova roupagem da nova família. Segundo Mark Pôster: “A família nuclear se estabeleceu sobre (...) a domesticidade, o amor romântico e o amor maternal, todos construídos em tono da privacidade e do isolamento”.

Como avanço da tecnologia no fim do século XX, passou-se a observar uma homogeneização do conhecimento, o surgimento do individualismo e a busca do rápido bem-estar e, assim, concretiza-se uma logomarca do tempo atual. Segundo Junia de Vilhena, fala-se o seguinte: “O que observamos então é que a família, herdeira do individualismo, sente a refração em si mesma deste mesmo individualismo exarcebado, fazendo com que cada vez mais se façam ouvir os clamores, muitas vezes nostálgicos, pela volta dos valores tradicionais, pelo respeito aos mais velhos, pelo compromisso com o outro”.

Os argumentos discutidos anteriormente fazem com que a estrutura familiar se adequasse a esse novo tempo. A tradicional estrutura familiar (pai, mãe e filho (s)) vem tomando uma nova configuração. Essa configuração se concretiza em uma alternativa ao já existente com o filho de mãe/pai solteiro (a), filhos criados por avós, filhos criados por homossexuais e dentre outros. Há, ainda, algumas estruturas familiares já vistas como “casamento de fachada”, casamento por interesse e etc.

Como o já exposto acima, este trabalho tem como pesquisa a análise do conto “Os laços de família” de Clarice Lispector, cujo tema de pesquisa é a (dês) estrutura dos laços afetivos e psicológicos dos personagens presentes, no texto em análise, em uma família que se mantinha por aparência.

A escritora tece uma estória que gira em volta de quatro personagens (mãe (sogra), filha (Catarina), marido (Antônio) e o filho). Eis a sinopse do texto: “Catarina leva a mãe à rodoviária, após duas semanas de visita desta à sua família durante a qual mal faltara com o genro – Antônio – e estraga o neto, magro, nervoso, com guloseimas. No táxi, em meio às frases rotineiras e convencionais, um solavanco fisicamente aproxima mãe e filha em uma intimidade de corpo há muito esquecido.

Despedem-se convencionalmente sem que, entretanto, a vertigem daquela revelação de um afeto reprimido se apague. Catarina volta ao lar, o filho a chama de mãe como nunca o fizera ou talvez como ela nunca percebera, e ambos saem para passeio. Antônio, desconfiado daquela súbita cumplicidade entre a mulher e o filho, fica na expectativa de que retornem para que o sábado – dia dele, mas com o testemunho da mulher, de que não pode prescindir. Volte ao normal, indo o casal ao cinema depois do jantar”.

Clarice Lispector traça um viés, em seu conto, de uma família que vive só de aparência e sob uma influência muito forte do machismo do marido e uma presença marcante do individualismo. Em uma primeira análise, observam-se como a escritora relata as características dos personagens; Catarina

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