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Crónicas de Marta Caires- "Um extraordinário regresso a casa"

Por:   •  21/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.333 Palavras (6 Páginas)  •  443 Visualizações

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A coletânea 'Crónicas de Marta Caires – Um Extraordinário Regresso a Casa' é um livro editado pela Nova Delphi, composto por 103 crónicas, dividido por nove capítulos, ilustrados por Luísa Spínola, responsável também pela capa do livro. Luís Calisto era diretor do Diário de Notícias da Madeira quando Marta Caires iniciou a saga das crónicas dominicais e foi quem escreveu o prefácio onde contém as suas impressões sobre a obra.

Marta Caires, a autora, é correspondente do Expresso na Madeira, sendo que as suas crónicas de memórias fazem parte da Revista do Diário há já nove anos. Marta Caires nasceu no Funchal em 1971 onde completou o ensino secundário, cresceu numa época de necessidades e num mundo em mudança mas também num tempo de esperança. Mais tarde foi para Lisboa tirar o curso de Comunicação Social na Universidade Nova, tendo posteriormente regressado ao Funchal onde iniciou a sua atividade profissional no 'Jornal da Madeira' . Em 1999 passou a integrar o Diário de Notícias. Foi já em Outubro de 2005, que começou a escrever a crónica de domingo, um lugar de memórias em que descreve a história de uma geração de madeirenses. Marta Caires é disléxica, o que faz com que tenha problemas na leitura e o que dificulta o processo de escrita. Na crónica "As letras todas certas" (pág.53) , a autora, explica que baralhava letras e esquecia-se de palavras e apesar de naquele tempo, no Laranjal, ninguém saber o que significava dislexia, o professor Baltasar explicou que Marta teria que ler muito e com frequência, por isso passou a receber livros como prenda de aniversário e no Natal, o que contribuiu para desenvolver o gosto pela leitura.

O livro "Cronicas de Marta Caires - Um extraordinário Regresso a Casa" apresenta um protótipo textual descritivo e narrativo e com recurso a uma forma de escrita simples e acessível, direta e objetiva. Marta Caires descreve a realidade tal e qual como a vivenciou no passado e através de uma prosa despretensiosa, consegue despoletar um sorriso, que resulta num momento dentro de nós que se poderá chamar de plena felicidade e saudosismo. É essa nostalgia que desperta a felicidade nas pequenas coisas do dia-a-dia, que hoje poucas pessoas valorizam.

O livro está dividido em nove capítulos: a infância; a escola; os lugares; o futuro; a adolescência; o verão; os horizontes; a família; a cidade, o que facilita a leitura por tema. As crónicas pretendem que o leitor retroceda aos tempos de infância e adolescência através das palavras de Marta Caires que partilha as suas vivencias quanto à sua terra, sonhos, aventuras e costumes. Apesar da diferença de idade que me separa da autora confesso que também me identifiquei com alguns dos temas abordados. São vários os momentos em que isso acontece, por exemplo com a crónica "os amigos dos livros" (Pág.21) em que Marta Caires fala dos livros da Anita e na qual revela que foram estes livros que lhe despertaram o gosto pela leitura tal aconteceu comigo, pois estes foram também os primeiros livros que li na minha infância.

Marta Caires também leva o leitor a retroceder até à grande Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974, e a relembrar todos aqueles momentos e sensações. Marta descreve como viver em dois mundos, entre o antes e o depois da revolução. (Pág. 55)

Ao longo do tempo as nossas vivências mudaram muito, sendo que as tecnologias passaram a ditar a época em que vivemos e a escritora, ao falar no passado, leva-nos a retroceder no tempo e a valorizar o que de bom havia no tradicionalismo do passado.

O subtítulo "Um extraordinário regresso a casa" tal como Marta Caires explica, numa das suas 103 crónicas, surgiu quando constatou que os tempos estavam mudados, as pessoas esqueceram as verdadeiras tradições e optaram por uma nova visão, mais progressista, numa clara quebra de valores do passado. Nesta crónica - "Um extraordinário regresso a casa" (pág.71), Marta Caires explica que em vez da população madeirense festejar o Pão por Deus, como manda a tradição, as pessoas optam pelo Halloween. Marta decidida a relembrar os tempos de infância e adolescência, promoveu um "regresso a casa" recuperando as suas vivências e foi neste contexto que começou as suas crónicas, com um "regresso a casa".

Marta Caires também exemplifica nas suas crónicas como a interação com a família e com o mundo lá fora é muito mais interessante e importante do que a interação com as máquinas e tecnologias.

Naquele tempo as crianças, como os adultos, tinham tido uma infância feliz, desprovidos de luxos, mas com muitas brincadeiras, muitas histórias de encantar, muitas alegrias e algumas tristezas pelo meio.

Durante o livro o presente é periodicamente referenciado. Apesar dos 30 anos que se passaram, Marta Caires continua igual a si própria, continua a gostar da sua família, da

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