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Intérpretes de Línguas de Sinais

Por:   •  9/9/2016  •  Resenha  •  1.434 Palavras (6 Páginas)  •  419 Visualizações

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AFINAL: INTÉRPRETE DE LÍNGUAS DE SINAIS,

INTÉRPRETE EDUCACIONAL, PROFESSOR-

INTÉRPRETE OU AUXILIAR? O TRABALHO DE

INTÉRPRETES NA LÓGICA INCLUSIVA.

Resenha

O estudo a seguir teve como principal questionamento da função do intérprete da língua Brasileira de sinais, que atuam em salas de aula no ensino fundamental e superior.

A autora Regina Maria aborda a importância dos intérpretes em sala de aula para o processo de aprendizagem dos estudantes surdos, porém, o estudo realizado constata que a atuação do intérprete não se restringe apenas a interpretar.

Ao realizar a interpretação, passando de uma língua para a outra, os intérpretes acabam atuando como educadores, orientam o aluno surdo contribuindo com o processo de ampliação do léxico da LIBRAS.

O texto estudado também analisa a educação do surdo ma perspectiva das políticas públicas, desde o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais pelo decreto número 5.626/2005 que regulamentou a lei n° 10436/2002 que garante o acesso e a permanência do surdo nas escolas regulares de ensino de turmas ouvintes, mas para que isso aconteça, é de suma importância a presença do intérprete da língua de sinais na sala de aula, sendo este, o mediador da comunicação entre o aluno surdo e o contexto educativo.

Para que este estudo fosse realizado, a autora tomou como fonte de sua pesquisa, vários autores como Quadros (2004), Rosa (2005), Lacerda e Polleti (2004),Fernandes (2003) dentre outros. Estes autores também questionam a atuação do intérprete da Língua Brasileira de Sinais na sala de aula quanto às várias funções assumidas por estes, que vão desde o “ensino da língua de sinais, atendimento às demandas d aluno, orientação quanto aos cuidados com aparelhos auditivos, atuam como educadores frente a dificuldades de aprendizagem do aluno.

Fernandes (2003) sugere a necessidade do intérprete de sala de aula quanto a sua participação de reuniões de planejamento pedagógico, reunião com o professor da turma e a destaca quanto necessário se faz o entrosamento entre o professor e o interprete tendo em vista que, o intérprete não é apenas um facilitador de comunicação, mas a chave para que a comunicação se estabeleça.

Kelman (2005) em seu estudo desenvolvido em Brasília concluiu que onze papeis diferentes foram atribuídos ao profissional intérprete da língua de sinais:

  • Ensinar ao surdo a língua portuguesa como segunda língua,
  • Ensinar a própria língua de sinais aos surdos,
  • Ensinar a língua de sinais aos ouvintes, a fim de facilitar a comunicação entre os alunos,
  • Constatou que o intérprete também é responsável pela adequação curricular,
  • O intérprete tem o papel de participar do planejamento das aulas,
  • É responsável pela interação junto ao professor para que o conteúdo seja ministrado da melhor forma possível para os surdos,
  • O interprete acaba orientando os alunos nas atividades, explicando detalhadamente os exercícios e conteúdos assegurando que houve entendimento por parte do aluno,
  • Estimula a autonomia do aluno surdo,
  • É responsável pela comunicação entre colegas surdos e ouvintes,
  • O interprete usa de vários meios de comunicação, como a multimodal garantindo assim a compreensão de significados,
  • Toma para si o papel de tutor, orientando o aluno na organização de suas atividades acadêmicas.

Tendo em vista as várias funções que são colocadas à responsabilidade do interprete da língua de sinais em sala de aula, Kelman (2005) concluiu que os intérpretes educacionais e o professor regente desenvolvem um trabalho junto ao aluno surdo em um regime de co-docência, elaboram todo o material e criam estratégias pedagógicas, sendo ambos responsáveis por todos os alunos, tendo como objetivo um ambiente propício ao aprendizado respeitando o limite de todos, com isto, observamos que não há uma clara separação das funções Professor e Intérprete.

A pesquisa mostra que outros autores como Tuxi (2009), também chegou ao mesmo conceito a respeito das várias funções que os interpretes desempenham.

Segundo Lacerda e Polleti (2004) , o interprete desenvolverá bem o seu trabalho se houver um bom relacionamento junto ao professor regente, concluiu que um bom planejamento e uma boa aceitação por parte do professor para com o aluno surdo, terá uma influencia significativa no trabaho dos interpretes.

O estudo do texto nos aponta uma falta de sinais na LIBRAS para termos técnicos ou específicos de uma área do conhecimento, como nos cursos superiores.Segundo Albres (2006) a atuação do interprete da língua de sinais está mais voltado às questões lingüísticas e de mediação pedagógica, uma vez que não há um sinal próprio, o interprete faz escolhas como a datilologia, ou a criação de novos sinais, sendo tudo acordado entre o intérprete e o surdo. Este mesmo autor considera de fundamental importância a proficiência do interprete e a necessidade da temática a ser interpretada, possibilitando ao intérprete melhores escolhas e estratégias para a interpretação.

Martins (2009) considera que o trabalho do intérprete de LIBRAS e língua portuguesa, tem uma finalidade educacional. Ou seja, o trabalho não é considerado apenas uma tradução ou interpretação, ambas estão vinculadas ao processo educacional, o intérprete é uma pessoa essencial dentro do processo educativo à aprendizagem que facilita a compreensão entre duas línguas distintas.

Maria Regina, em seu trabalho, nos apresenta o ponto de vista de diversos autores no que se diz a respeito dos intérpretes. A autora também usa como referencia Gurgel (2008), que analisa a posição do TILS na atuação em diferentes níveis de ensino.

A pesquisa desenvolvida também tomou como referencia Harrison e Nakasato (2004), que analisaram situações de inclusão de surdo numa universidade de São Paulo. Os alunos surdos consideraram que foi de fundamental relevância  que os interpretes recebessem previamente o material, conteúdo da prova, melhorando assim, a qualidade da interpretação.

Umas das principais preocupações segundo Schick, Willians e Bolster(1999) que a autora identificou em seu estudo, foi a disponibilidade de intérpretes que têm habilidades avançadas, estes precisam ter uma fluente utilização do vocabulário de sinais, onde complexas construções gramaticais não são nenhum problema, pois conseguem criar estratégias  para que a comunicação seja de feita de forma clara.

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