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JOGO INTERTUAL ENTRE TEXTBOOK E OUTROS TEXTOS: PERSPECTIVAS INTERSTATAS

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Por:   •  19/3/2014  •  Tese  •  1.049 Palavras (5 Páginas)  •  422 Visualizações

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O JOGO INTERTEXTUAL ENTRE LIVRO DIDÁTICO E OUTROS TEXTOS: PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES

Simone Bueno Borges da Silva

Sonia Maria Prieto Romolo Brito

Inúmeros estudos tratam dos problemas referentes ao processo de ensino-aprendizagem no Brasil. Em meio a esse debate, há diversas experiências escolares bem sucedidas no que diz respeito à formação de leitores e escritores no espaço escolar. Essas experiências evidenciam a importância do trabalho em sala de aula com os textos não didáticos.

Pensar na principal função da escola ¾ formar sujeitos sociais leitores da realidade em que se inserem e capazes de usar a escrita como instrumento indispensável à sua participação na construção do mundo histórico e cultural ¾ implica garantir uma ação educacional voltada para o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno, da sua capacidade de interpretar/produzir construções simbólicas, para que ele se torne capaz de ler e pronunciar o mundo[1]. Para tanto, é imprescindível que a ação pedagógica se desenvolva segundo uma prática que contemple a utilização de materiais escritos diversificados, ou seja, os materiais de apoio pedagógico devem constituir-se não apenas do livro didático, mas sobretudo dos diferentes textos que circulam socialmente.

Tentar responder ao desafio de assegurar a qualidade e a variedade dos textos que devem circular na escola, tendo em vista a formação do leitor, exige que a discussão sobre o material pedagógico se inicie pela reflexão em torno da concepção de leitura que irá fundamentar a ação educacional.

1. CONCEPÇÃO DE LEITURA NA PERSPECTIVA DA FORMAÇÃO DO LEITOR

Houve um momento na história da leitura em que ler significava pronunciar em voz alta as letras grafadas no papel[2] . No entanto, as teorias mais recentes concebem o ato de ler como atribuição voluntária de sentido à escrita, entendendo a leitura também como prática social[3]. Vejamos o que alguns autores escrevem sobre o conceito de leitura:

Freire (1982) propõe uma concepção de leitura que se distancia dos tradicionais entendimentos do termo como sonorização do texto escrito, defendendo que a leitura começa na compreensão do contexto em que se vive:

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.[4]

Foucambert (1994) define a leitura como a formulação de um juízo sobre a escrita no ato de questionar e explorar o texto na busca de respostas - textuais e contextuais - que geram uma ação crítica do sujeito no mundo:

Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já se é.[5]

Resende (1993) também concebe a leitura como possibilidade de abertura ao mundo e caminho para um conhecimento mais aprofundado do leitor sobre si mesmo:

A leitura é um ato de abertura para o mundo. A cada mergulho nas camadas simbólicas dos livros, emerge-se vendo o universo interior e exterior com mais claridade. Entra-se no território da palavra com tudo o que se é e se leu até então, e a volta se faz com novas dimensões, que levam a re-inaugurar o que já se sabia antes.[6]

Numa escola em que todos os educadores se ocupassem da formação de leitores com as características que acabamos de mostrar, as atividades de leitura/escrita seriam atos libertadores, assegurando que perguntas e respostas pessoais passem a fazer parte do programa. Numa escola assim, a leitura seria um instrumento do processo de humanização, uma vez que construir sentidos significaria construir respostas pessoais para a edificação de um mundo humano, considerando nessa

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