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Qual A Visão Do Poeta Gregório De Matos Acerca Do Celibato?

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Por:   •  10/5/2013  •  2.364 Palavras (10 Páginas)  •  551 Visualizações

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Qual a visão do Poeta Gregório de Matos acerca do Celibato?

Antonia Maria Macambira Moura Batista

Acadêmica de Letras IV Faculdade Ages

Este ensaio pretende apresentar um pouco da visão do poeta Gregório de Matos acerca do celibato, ou seja, os valores construídos pela sociedade em seu tempo.No soneto de Gregório de Matos “A certo Frade que tratava com huma depravada mulata por nome Vivencia que morava junto ao convento. E atualmente estava vigiando a do Campanário. Vem retratar o envolvimento de líderes religiosos com questões de natureza materialista, visto que a igreja se apresenta como uma instituição portadora de práticas que viabilizam o acúmulo de bens materiais, mas, no entanto condena essa mesma prática quando adotada pelos fiéis”.

Percebe-se no soneto de Gregório de Matos uma conduta reprovável da igreja com relação às questões materialistas, especialmente pelo fato de condenar os homens que buscavam no acúmulo de bens a possibilidade da salvação, como se somente ela fosse capaz de construir patrimônios.

Essa cultura da igreja foi quebrada pelo monge Martinho Lutero por meio da Reforma Protestante, quando ao criar uma nova religião trouxe uma nova ética materialista, segundo o qual todos os homens têm direito à prosperidade. A Reforma Protestante promoveu a ruptura do pensamento ocidental cristãos e de certo modo rompeu com padrões de comportamento adotados pela igreja católica. Todavia, é fato que chegamos ao século XXI e a questão do celibato instituído pelo papa São Gregório VII no ano de 1073, tem sido alvo de discussões na contemporaneidade.

Gregório de Matos em seu soneto salienta sobre o fato de um Frade envolver-se com uma depravada mulata. Logo um Frade que deveria ser um modelo de moral e boa conduta, para as outras pessoas, se deixa levar pelo caminho das práticas pecaminosas e muitos deles criminosas, como no caso da pedofilia. E isso escandaliza tremendamente as pessoas. Todas essas irregularidades existiam também no passado, só que eram abafadas, o que não se consegue fazer facilmente hoje.A conduta, ética e moral dos líderes religiosos não condiz com os valores presentes nas escrituras sagradas. Não é de agora que a chamada “Igreja Católica Romana” é alvo das mais severas denuncias de desvios sexuais entre os componentes de seu clero. Há séculos e séculos a Igreja de Roma vem mantendo “segredo” sobre os casos de contínuos abusos sexuais entre padres, bispos e,até mesmo Papas, envolvendo crianças e adolescentes. É o homossexualismo correndo solto nas clausuras e corredores das sacristias e, até mesmo em motéis.

Sei que o homem é um ser no mundo.À medida em que se ausenta do mundo torna-se infiel a si mesmo e ao Evangelho. O costume do celibato teve um desenvolvimento lento. Uma olhada nas páginas das Sagradas Escrituras seria o bastante para se verificar que o ascetismo anormal já se manifesta no tempo do apóstolo Paulo, o qual foi condenado por ele.

Mas o espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com, ações de graças.

(Bíblia Sagrada I Timóteo 4.1-3)

E novamente Paulo afirma:

As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne.(Bíblia Sagrada Col.2.23)

Tais práticas já existiam no Oriente, e eram especialmente desenvolvidas no Budismo que já possuía monges e freiras antes da era cristã.

È fácil perceber porque os papas são tão insistentes no reforço da lei do celibato para os componentes do clero católico romano. Não sendo casados e nem tendo família, poderiam ser facilmente transferidos de uma paróquia para outra ou a diferentes partes do mundo. A propriedade dos clérigos que em alguns casos passariam para as famílias, cai automaticamente nas mãos da “santa madre igreja”ou é herdada por ela no todo ou em parte.Portanto, os motivos do celibato obrigatório adotado pela Igreja de Roma são tanto eclesiásticos como econômicos, visando uma ética materialista.

Gregório de Matos, “O Boca do Inferno”, não perdoava ninguém em suas sátiras, nem mesmo o Clero, em seus versos que compõem sua obra proferem uma crítica demolidora contra o clero e outros poderosos da época.Entre tais elementos, a obscenidade está prevista num sistema de tópicos, articulando-se retórica e política nos poemas segundo os temas e recepções.Categorias como “imoralidade”, “adultério”, “realismo”, “celibato”, entre outros, todos esses sonetos de Gregório de Matos e alguns sonetos abrangem mais de um tema. Podemos observar outra crítica do poeta a respeito dos clérigos no soneto que tem por titulo: A outro clérigo amigo do Frizão, que se dizia estar amancebado de portas adentro com duas mulheres com huma negra, e outra mulata. No qual relata o imundo concubinato do Padre Baltazar com a mulata e a negra. Uma vergonha para a sociedade, pois as pessoas tem uma visão dos padres um modelo de moral e conduta, o que não podemos observar nesse soneto.

O romance O Crime do Padre Amaro, escrito por Eça de Queirós, um dos precursores do realismo português, possui um enredo bastante propício para a discussão sobre o Celibato. A história aconteceu em Leiria uma cidade provinciana de Portugal, tem como protagonista principais: O Padre Amaro e uma jovem chamada Amélia. Os dois vivem num meio de mentiras e hipocrisias, a começar pela mãe da moça Senhora Joaneira e o mestre de moral do padre Amaro, Cônego Dias, que vivem em concubinato. Ao descobrir a verdadeira face do padre-mestre, como ele costumava chamar o Cônego Dias, Amaro se entrega à sua paixão por Amélia e vivem um grande romance que resulta na gravidez da moça.Amaro tornou-se padre por imposição de sua mãe adotiva. A questão do celibato, assunto de grande importância nesse ensaio, é um tema polêmico entre a igreja católica e a sociedade.Por tratar de uma questão inerente a todos os seres humanos, a sexualidade torna-se alvo de muitas críticas, às vezes servindo para que exista um julgamento por parte da igreja a seu clero e membros da sociedade

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