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REFLEXÃO FILOSÓFICA DA OBRA LITRÁRIA: VIDAS SECAS

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Por:   •  9/6/2014  •  1.567 Palavras (7 Páginas)  •  2.655 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTAUDAL DE ALGOAS- UNEAL

CAMPUS UNIVERSITARIO ZUMBI DOS PALAMRES- CAMUZP

JAMILY ALEXSANDRA DA SILVA

REFLEXÃO FILOSÓFICA DA OBRA LITRÁRIA:

VIDAS SECAS

UNIÃO DOS PALAMRES- AL.

SETEMBRO 2013

JAMILY ALEXSANDRA DA SILVA

REFLEXÃO FILOSÓFICA DA OBRA LITRÁRIA:

VIDAS SECAS

Professor orientador: Paulo Cândido

UNIÃO DOS PALAMRES- AL.

SETEMBRO 2013

Reflexão Filosófica

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 79. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2000.

Este trabalho propõe-se refletir filosoficamente à respeito da obra literária de Graciliano Ramos: Vidas Secas.

O alagoano Graciliano ramos é um escritor da mais alta categoria da literatura brasileira, artista da segunda fase do movimento modernista, e, é sem dúvida, o romancista que, sem se deixar encantar pelo pitoresco da região nordestina, soube exprimir com maior intensidade a dura realidade do seu habitante. È tido como o autor que levou ao limite o clima de tensão presente nas relações homem/meio natural, homem/meio social, tensão essa geradora de um conflito intenso, capaz de moldar personalidades e de transfigurar o que os homens têm de bom, e é isso que está presente no romance “Vidas Secas”, na figura do personagem Fabiano, um homem explorado socialmente e/ou brutalizado pelo meio.

O livro “Vidas Secas”, lançado em 1938, é considerado pela crítica como o maior dos romances regionalistas, ao concentrar o enredo e os personagens numa região sertaneja inóspita e desoladora. Caracteriza-se pela denúncia social dos problemas da realidade imediata. Obra trata e configura ficcionalmente o sertão do Nordeste brasileiro, como território da seca, da fome, da miséria, de homens e mulheres marginalizados, vivendo em um cenário mórbido e condicionados a vida desumana. Contudo, o livro narra a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca, bem como descreve o ambiente hostil e a exploração dos donos da terra.

O que causa interesse nessa obra é o homem. O homem daquela região aspérrima, que configurar-se o sertão nordestino, onde a todo instante procura-se soldar a alma do ser rude e quase primitivo que mora na zona mais recuada do sertão, e observar a reação desse espírito, desse homem, ante a hostilidade do meio físico e da injustiça humana. A leitura de “Vidas Secas” é agradável e compensadora, pois retrata a realidade brasileira desde da época em que o livro foi escrito até os dias atuais, levando o leitor a refletir que o homem se animalizou devido a condições subumanas de sobrevivência.

Porém, compreende-se que o título do livro advém do fato de a terra ser seca, mas, sobretudo o homem ser seco. Também o titulo do livro faz menção à secura presente em todos os espaços, desde a ambientação da caatinga com sua vegetação seca, amarela e cinzenta, ao pensamento das personagens, que se comunicam como bichos. Sendo assim, pode-se afirmar que sem dúvida, todos os personagens desse livro são de fatos “vidas secas”.

Nesta obra as condições subumanas nivelam animais e pessoas. Refletimos um pouco sobre essa curiosa “família” formada por: dois adultos, identificados apenas pelos nomes Fabiano e Sinhá Vitória (eles não têm sobrenome), duas crianças sem nome, identificados como o “menino mais velho” e o “menino mais novo”, e dois bichos (o papagaio e a cachorra Baleia), um identificado pela espécie, outro pelo nome próprio. O papagaio é sacrificado, devorado em nome da sobrevivência dos demais; a cadela Baleia também é sacrificada em nome da sobrevivência dos demais- doente ela poderia contaminar alguém e atrapalhar a caminhada da família. Assim, reflete-se que o que reage essa família é a lei da selva. Portanto, a luta pela sobrevivência parece ser o grande ponto de contato entre todos os personagens, que eram apenas meros viventes, aqueles que só têm uma coisa a defender- a vida.

Por outro lado, evidencia-se no decorrer da narrativa o silencia como forma de linguagem. É um romance, onde os personagens falam pouco e quem não sabem ler e nem escrever. A condição social da família é a razão para o grande silêncio. O que mais se encontra são grunhidos, frases curtas, às vezes, desconexas.

Cada personagem apresenta características distintas. Fabiano é a figura do nordestino pobre, um homem rude, ignorante, não tem a capacidade de se comunicar bem. Vaqueiro assim como foi o seu pai, vive de cuidar das coisas dos outros em terra alheia. Ora reconhece-se como um homem e sente orgulho de viver perante as adversidades do nordeste, ora se reconhece como um animal, um bicho. Sente-se enganado pelo patrão, pelo dono da venda e pelo governo. Porém o que lhe falta é um tipo especifico de saber, que diga respeito aos fundamentos daquelas relações injustas. E seu modo de ser e de viver muitas vezes aproxima-o de um animal. Já a Sinhá Vitória, esposa de Fabiano, é a figura da típica dona de casa, lutadora e inconformada com a miséria em que vive. Tem dois filhos, os quais vivem como retirantes na caatinga, sertaneja com esperança de um tempo melhor.

Sendo assim, os meninos, o mais velho e o mais novo, são os filhos do casal crianças pobres e sofridas. O mais novo admira a figura do pai vaqueiro, já o mais velho não tem interesse nessa vida sofrida do sertão e quer descobrir o sentido das palavras, recorrendo à mãe. Já a cachorra Baleia é uma certa alegoria da fome, tem uma magreza horrível de vira-latas. Ironicamente é a personagem

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