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A COMPREENSÃO DO CONCEITO DE ÉTICA E SUAS IMPLICAÇÕES NA FORMAÇÃO DE DOSCENTES

Por:   •  31/8/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.721 Palavras (11 Páginas)  •  255 Visualizações

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A COMPREENSÃO DO CONCEITO DE ÉTICA E SUAS IMPLICAÇÕES NA FORMAÇÃO DE DOSCENTES

Katiane Cavalcante de Moraes1, Hérica Bueno2,Valéria Trigueiro Adinolf 3

1Universidade Estadual de Londrina / Educação, katianemoraes@pop.com.br 2Universidade Estadual de Londrina / Educação, hericabueno@hotmail.com 3Unicamp/Educação, vtrigueiro@yahoo.com

Resumo- Considerando que estamos vivenciando muitas crises mundiais, tais como corrupção, exploração trabalhista, violência, entre outros, a intenção deste projeto foi fazer um estudo da concepção do termo ética, através de análise colhida por um grupo de estudantes do último ano (4ª ano) do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina, a fim de refletir sobre as possíveis implicações no campo educacional. Sob um enfoque qualitativo, buscou-se identificar, caracterizar e analisar o significados do termo ética na prática e aprendizagem desses discentes, com o objetivo de estimular a reflexão crítica em torno do tema e a fim de contribuir, para a formação de cidadãos mais conscientes, mais críticos e mais livres. Nestas abordagens, a ética pode ser um elemento para desenvolver a capacidade de reflexão, e a criticidade. Para isso, utilizaram-se os métodos de análise bibliográfica e análise dos dados obtido a partir  de respostas dadas por este grupo de estudantes. Concluiu-se que a ética deve ser uma atitude reflexiva de vida, em constante confronto com o ser, tornando os indivíduos mais autônomos e emancipados para permanentemente intervir sobre a realidade em geral e sobre a realidade de si próprio.

Palavras-chave: formação docente, práxis docente, ética

Área do Conhecimento: Educação

Introdução

Ética vem do grego “ethos” que significa analogicamente “modo de ser” ou “caráter” enquanto forma de vida adquirida e conquistada pelo homem. Na era da ciência, a questão ética tornou-se paradoxal, devido ao dilema para todos os povos, raças, culturas, tornado possível pela civilização técnico-científica; as tradições morais e culturais de cada grupo foram relativizadas. Do relacionamento entre a maioria das pessoas vem  a necessidade de uma ética universal; contudo, enquanto cresce a necessidade dessa correlação, torna-se mais difícil sua fundamentação.

Tudo isso porque a ética e moral, ocupa hoje espaços nos meios de comunicação social, na organização empresarial e política, nos debates, e na maioria dos cursos universitários. Na visão de Pereira (1995), moral é o conjunto das prescrições admitidas em uma época e em uma sociedade determinada, e para Vásquez (1980) ética é teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana, ou forma de comportamento dos homens, considerado, porém na sua totalidade, diversidade e variedade.

Pode-se dizer que falar a palavra “ética” virou moda. Mas será que os indivíduos sabem mesmo seu significado? Ainda mais, será que os pós- universitários saem da graduação com uma concepção clara do que é ética?

Voltando-se para a formação docente, vimos uma grande necessidade, que as instituições de Ensino Superior em formação docente insiram  em


seu quadro pedagógico uma disciplina filosófica que aborde a ética, pois, o filosofar em termos éticos consiste em criticar constantemente o que  já está estabelecido e considerado comum e normal para algumas pessoas, sendo então uma orientação prudente para uma vida pautada na responsabilidade do homem por si mesmo e pelo outro, seja o outro de natureza humana, animal, vegetal ou material (EFKEN, 2005).

Através desse agir reflexivo, questionamos e criticamos a realidade assim como ela se apresenta. Devemos questionar os fins e o valor dos acontecimentos adquirindo o conhecimento necessário e a coragem suficiente para pensar por nós mesmos, para que desta maneira possamos evitar a submissão de nossas mentes e conseqüentemente uma barbárie.

Pois, somos capazes de agir, fazer, produzir, inovar, construir, dominar, realizar grandes conquistas e realizações, de indivíduos e civilizações inteiras. No entanto, a capacidade de criar se encontra aliada à capacidade de destruir. É interessante observar que o mesmo líquido pode ser o veneno e ao mesmo tempo o antídoto. Atrás de todo este dilema está o infindável rol de escolhas e decisões que marcam a capacidade humana de decidir e, portanto, que dão condições para a formação do agir ético (DUSSEL, 2002).

Para Adorno (2003) a educação deve, simultaneamente, evitar a barbárie e buscar a emancipação humana. Ele questiona a educação autoritária e pensa uma educação emancipatória. O papel da educação, tal como visto por Adorno, é


impedir a volta da barbárie, isto é, o retorno do totalitarismo. E se a possibilidade de seu retorno existe, então a educação assume um papel importante no sentido de prevenir e impedir tal retorno. É possível, através da educação, impedir aqueles que executam as ações violentas de o fazê-lo: aqueles que assassinam outros contra seus próprios interesses, assassinando a si próprios e que assim eternizam sua própria servidão. Esta é a forma como a educação pode cumprir com o seu papel, evitar o retorno da barbárie, o que, segundo ele, é uma questão decisiva para a sobrevivência da humanidade.

Podemos entender ao ler Adorno que o autor apresenta simultaneamente a luta contra a barbárie e a luta pela emancipação. E uma ação leva a reação da outra, pois a emancipação gera autonomia e um ser autônomo dificilmente realizaria a barbárie.

Nesse sentido a educação do Ensino Superior na formação docente aliada a uma disciplina ética, deve servir para a emancipação do ser humano,  ou seja, promover a emancipação significa combater a barbárie sendo esta emancipação, geradora de um ser autônomo, pertencente a uma sociedade. Mas ela só pode ser bem sucedida se for um processo coletivo, já que na nossa sociedade a mudança individual não provoca necessariamente a mudança social, mas esta é a condição prévia daquela. A educação deve contribuir, portanto, para o processo de formação  e emancipação, contribuindo para criar condições em que os indivíduos, socialmente, conquistem a autonomia.

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