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A Psicomotricidade na ajuda da Síndrome de Asperger

Por:   •  27/5/2015  •  Artigo  •  2.954 Palavras (12 Páginas)  •  220 Visualizações

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RESUMO

Esse estudo objetivou investigar por meio de uma intervenção pedagógica com ênfase na Psicomotricidade e na Tomada de Consciência (PIAGET, 1977) a possibilidade de ampliação no desempenho escolar de um adolescente diagnosticado com a Síndrome de Asperger. A pesquisa foi realizada com um adolescente de 14 (quatorze) anos diagnosticado com a SA. Os dados dizem respeito às mudanças na construção das ideias psicomotoras, bem como a tomada de consciência destes conceitos por parte do adolescente investigado. Foi realizado um estudo bibliográfico e um estudo de caso com a aplicação de pré e pós-teste baseado em Oliveira (2008) e a aplicação de intervenção pedagógica com ênfase na Psicomotricidade nas quais o adolescente realizava as atividades. Por meio do estudo foi verificado que uma prática pedagógica baseada em princípios teóricos e metodológicos sobre movimento do corpo pode promover em crianças diagnosticadas com SA a reestruturação dos conhecimentos prévios e uma melhora significativa no aspecto motor e social.

Palavras-chave: Psicomotricidade, Síndrome de Asperger, Tomada de Consciência.

1 INTRODUÇÃO

A Síndrome de Asperger - SA foi descoberta por Hans Asperger como “psicopatia autista” indicando “um transtorno estável de personalidade marcado pelo isolamento social” (KLIN, 2006, p.6). Dessa forma a pessoa diagnosticada com SA, mostra pouco interesse pelas coisas. Embora não possua dificuldade de linguagem ou atraso no desenvolvimento, apresentam fala e comportamentos repetitivos com atraso motor.

Outro fator importante que deve ser considerado é a dificuldade de interação social, pois esse transtorno pode provocar complicações no desenvolvimento global do sujeito, em casos mais complexos. Assim, apresentam quadro de pouca interação com os demais, dificuldades em manter vínculos de amizade, dificuldades em compreender expressões emitidas por outra pessoa, podem apresentar dificuldades para se obter uma aprendizagem significativa.

Dessa forma, sabe-se que para atingir os objetivos voltados à aprendizagem e desenvolvimento amplo dos alunos com SA, é necessário um trabalho coletivo de muita dedicação, em que a escola preste um trabalho bem elaborado e conte com a ajuda de outros profissionais.

Para que, a criança seja diagnosticada com essa síndrome é essencial realizar certas observações e análises clínicas, para entender o comportamento e aspectos históricos do sujeito. Neste sentido, a análise é norteada pelas escalas DSM IV, DSM IVTR e o CID 10 (SCHWARTZMAN, 1995 apud ORRÚ, 2010).

Conhecendo as características da Síndrome de Asperger, e diante de um diagnóstico clínico, o educador terá subsídios para aplicar atividades que estimulem os pontos pouco trabalhados neste aluno. Partindo desse pressuposto, foi utilizado a psicomotricidade como ponto norteador para a estimulação motora e cognitiva desse adolescente diagnosticado com SA, pois as atividades psicomotoras visa o desenvolvimento global, estimulando e intensificando a criatividade, a socialização e a cooperação.

Esses fatores psicomotores são capazes de atuar no desenvolvimento da coordenação motora global e coordenação motora fina, esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial, na estruturação temporal, no ritmo e nas percepções: auditiva, visual e tátil (MACHADO; NUNES, 201, p. 31).

A hipótese para a presente pesquisa partiu da ideia que a aplicação de atividades psicomotoras em uma pessoa diagnosticada com SA poderá ajudar no estímulo motor e neurológico, trazendo uma melhora no desenvolvimento físico, psicológico e social.

Diante do exposto, a presente pesquisa teve como objetivo analisar por meio de uma intervenção pedagógica pautada na psicomotricidade a possibilidade de melhoria no desempenho escolar de um adolescente diagnosticado com a Síndrome de Asperger.

2 SÍNDROME DE ASPERGER

Síndrome de Asperger é um transtorno do aspecto autista, diferenciando-se do autismo clássico pelo portador ter fala compreensível, isto é, a fala é utilizada enquanto instrumento para receber e transmitir mensagens aos outros, dotadas de sentido. Muitas vezes o portador da síndrome é extremamente inteligente e ambicioso, mas também tímido, calado, severo e bastante racional, avalia todas as situações com a razão chateando-se por vezes com coisas que a maioria das pessoas despreza por ser algo insignificante.

Algumas características dos aspies são: dificuldade de interação social, dificuldades em processar e expressar emoções (este problema leva as outras pessoas ao afastamento, por pensarem que o indivíduo não sente empatia), interpretação muito literal da linguagem, dificuldade com mudanças em sua rotina e com pessoas desconhecidas, ou que não veem há muito tempo, comportamentos estereotipados. No entanto, isso pode ser conciliado com desenvolvimento cognitivo normal ou alto.

A Síndrome de Asperger era definida na seção 299.80 do DSM-IV por seis critérios principais, que definiam a síndrome como uma condição com as seguintes características:

  • Prejuízo severo e persistente na interação social;
  • Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades;
  • Alto poder de memorização e velocidade de raciocínio relacionado às atividades repetitivas;
  • Prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento;
  • Nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem;
  • Não há atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de autoajuda apropriadas à idade, comportamento adaptativo (em outra área que não na interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância.
  • A não satisfação dos critérios para qualquer outro transtorno invasivo do desenvolvimento específico ou esquizofrenia.

Referindo-se a interação social dos sujeitos com Síndrome de Asperger, Klin (2006), afirma que há um isolamento devido à maneira inapropriada e excêntrica perante o outro. Normalmente, são desinibidos diante de outras pessoas, mas o diálogo é bastante delimitado, envolvendo normalmente assuntos de seu interesse. Além disso, a incompreensão com relação ao sentimento do outro e a comunicação não literal, geram um desconforto devido ao insucesso da interação.

Embora ainda não tenha um acompanhamento em longo prazo, com sujeitos com síndrome de Asperger, preconiza-se que os educandos podem se adequar no ensino regular com auxílio pedagógico, mas também, podem solicitar os serviços de educação especial, decorrente das dificuldades comportamentais e sociais (KLIN, 2006).

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