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Tem alguma utilidade estudar a utilidade dos seres vivos?

Por:   •  19/3/2019  •  Resenha  •  1.135 Palavras (5 Páginas)  •  325 Visualizações

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SANTOS, Luis Henrique Sacchi dos. Tem alguma utilidade estudar a utilidade dos seres vivos? In: SANTOS, Luis H. S. dos. (ORG.). Biologia dentro e fora da escola: meio ambiente, estudos culturais e outras questões. Porto Alegre: UFRGS, 2000, p. 13 – 24.

Resenha:[1]

Camila de Arruda Rocha / 57704[2]

Autor:[3]

Professor Associado no Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua na graduação (na área de Educação e Saúde) dos cursos de Pedagogia e Fisioterapia, bem como no Pós-Graduação em Educação (PPGEDU/UFRGS), na linha de pesquisa "Estudos Culturais em Educação", no eixo "Políticas de Corpo e de Saúde". Possui graduação em Ciências Biológicas, Mestrado e Doutorado em Educação (PPGEDU/UFRGS). Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: estudos culturais em educação; estudos de corpo; corpo e saúde; cultura somática; educação em saúde (promoção da saúde); ética em pesquisa; medicalização; biossociabilidade; biologia cidadã e biopedagogias.

Tem alguma utilidade estudar a utilidade dos seres vivos?

“Não é para nós que o leite da vaca brota, mas nós o bebemos. A flor não foi feita para ser olhada por nós nem para que sintamos seu cheiro, e nós a olhamos e cheiramos. A Via Láctea não existe para que saibamos da existência, mas nós sabemos...” (Clarice Lispecktor)

         

Introdução

O autor inicia a sua apresentação defendendo que sua intenção é introduzir elementos para discutir a narrativa que situe a “utilidade” dos seres vivos, em particular dos animais, em relação ao homem. Além disso, o autor enfatiza que, longe de esta incipiente análise se constituir em uma critica às suas visões (homem), ela se propõe a discutir como essa narrativa vem permanecendo, em diferentes produções culturais (livros científicos e didáticos, filmes vídeos, revistas, etc.), e produzindo os seus significados no currículo. “[...] não há ou não existe um único insecto, por mais venenoso ou incommodo que nos pareça, que não seja preciso e útil para a conservação do equilíbrio da grande machina universal, a natureza magnífica.” (Mabilde, p. 5)

Contudo, a questão que trago à discussão diz respeito à persistência do humano no centro das explicações, do entendimento da natureza. [...] Há também quem diga que as ciências que investigam os seres vivos são produções humanas e que, portanto, não há como escapar a esta armadilha: “o mundo é uma construção social; o mundo adquire significado a partir da nomeação, da linguagem que lhe dá sentido”. Assim, a própria ciência produz os significados disto que chamamos mundo natural ao lhe dar “marcadores” culturais: os nomes, as classificações, os conceitos, as teorias, etc. A ciência é, portanto, uma criação do humano para o humano, daí o antropocentrismo?! [...] Pretendo argumentar, no entanto, por modos de constituir o mundo, sejam eles dados pela ciência ou não, que “olhem” e expliquem o “próprio mundo vivo” sem atribuir-lhe ações, sentimentos ou intenções humanas, nocividade ou utilidade, beleza ou feiúra, na medida em que isso for possível.

Colonizando terras, domesticando seres vivos.

        Atualmente, entre os vários fatores que ameaçam a sobrevivência das espécies nos cinco grandes reinos, encontramos o comércio de animais de estimação e o tráfico de animais selvagens, a introdução de espécies de plantas e animais exóticos, entre vários outros, em nível local, continental ou global.

        Já que se está discutindo as intervenções humanas no ambiente, cabe ressaltar a seleção (cultural) humana. Insto é, a seleção empreendida pelos grupos, a qual varia de acordo com seus paladares, crenças, mitos, medos, necessidades, etc.

        O editorial da revista Colors, publicada pela Benneton Group, traz em sua edição dedicada aos animais (Animals), às páginas 70 e 71, um texto e uma imagem bastante instigantes e que podem nos levar, de uma forma inicial, à necessidade de se discutir as representações que nos são passadas acerca dos animais. A imagem de uma aranha dirigindo-se para o ralo, como algo sujo, descartável, que não nos serve, é significativa do modo esses animais têm sido tratados no currículo. O que se ouve acerca delas e de seus congêneres: são animais de oito patas, que têm veneno; você deve saber reconhecê-los, evitar os locais por onde eles circulam; por via das dúvidas, matá-los. E, nesse sentido, devemos nos perguntar se aquela aula em que nos dedicamos a apresentar as características sistemáticas que permitem a identificação e o discernimento das espécies venenosas das não-venenosas representa alguma contribuição efetiva para a conservação desses animais.

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