4 PSICOLOGIA CLÍNICA E SUA DIMENSÃO ÉTICA - Resumo

4 PSICOLOGIA CLÍNICA E SUA DIMENSÃO ÉTICA

A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa costume, caráter, hábito. Ela estuda os princípios normativos do comportamento humano e os valores morais que dirigem a vida dos homens.

A Psicologia, embora seja plural em sua diversidade de abordagens, nos permite pensar sobre algo em comum, o cuidado com o ser humano. Isso acontece no diálogo com o outro, direcionado através da teoria e técnica de forma ética e considerando o ser humano em sua dignidade de sujeito e cidadão.

Quanto aos fundamentos teóricos da psicologia clínica, Gonzalez Rey (2001, p.195) defende que a clínica não deve estar sujeita a uma única escola ou linha teórica, mas que essa concepção de Psicologia Clínica é grande para se enquadrar nas molduras teóricas.

O maior desafio do profissional clínico é saber ouvir e acolher, sem se envolver com o caso, nem mesmo confundir suas questões pessoais com o paciente, exigindo assim do profissional, que haja um trabalho sobre sua própria subjetividade, através de terapia ou análise pessoal.

Há algumas questões éticas se apresentam sobre os princípios do psicólogo clínico, como: iniciar a profissão através de atendimentos a um determinado grupo social; autoridade do profissional sobre o atendido; o uso de técnicas alheias a realidade brasileira e a falta de investimentos na produção de conhecimento e desenvolvimento de pesquisas.

Atitudes tradicionais que tem levado a muitos questionamentos, trazendo consequências positivas, como atribuir novos significados a muitas práticas e a ampliação da área, através de novas técnicas e teorias, novos problemas e sujeitos.

A Psicologia Clínica mantém um só compromisso ético que procura ajudar as pessoas a saírem de situações em que seu imaginário a colocou, estimulando a ruptura das fixações e ajudando na reelaboração de situações difíceis. O que facilita ao profissional é se colocar na posição de aprendiz.

Outro comprometimento do Psicólogo Clínico é com sua transformação para ajudar o outro, independente de quem seja. Mas o grande desafio é o de não se envolver nas questões do paciente, e saber lidar com os conhecimentos sobre o qual essa profissão envolve.

Respeitar os direitos fundamentais da pessoa humana é a posição ética recomendável em qualquer situação.

Quanto ao fazer psicoterápico, podemos afirmar que não basta ao profissional saber do sofrimento do outro, mas é necessário lutar para que o sujeito que sofre seja acolhido, sendo que desde o mais profundo do ser, tenhamos sentido e canalizado esta indignação para soluções e mecanismos de cura.

O profissional da área Clínica deve receber uma formação que considere a subjetividade do indivíduo construída em seu meio social, numa interface com a cultura e com os poderes da mídia, vê-lo e tratá-lo como pessoa em situação de crise, fragilidade e sofrimento.

Espera-se do profissional, uma postura decisiva, não apenas para com o individuo que o procura, mas um compromisso com o macrossocial, com a sociedade e com a qualidade de vida que aos seus membros é oferecida.

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